Capítulo
I
Chegou
mais uma noite de festa, a maior folia cultural do planeta, é a noite
de gala para a nossa escola. Levantamos os estandartes em favor da nossa
comunidade, mostrando a força e de que estamos vivo engalanados nesta
disputa, anunciando com nossos Brasões em destaque para apresentar
Ginga, N,Zinga, Dna.Anna de Souza, Dna. Barbara, entre tantos nomes para
uma só mulher, guerreira, rainha e soberana. Abram alas, que meu
povo vai passar e mostrar o caminhar desta Negra, energizado pelo poder
desta Deusa Africana.
Capítulo
II
N,Zinga,
no Brasil, Ginga, Rainha Ginga, uma fama que cruzou o oceano. Sua
astucia levou a ser grande e respeitada, filha do rei dos M,Bundus,
nasceu em Cabassa, interior de Matanga, região hoje que compõe o
território Angolano e parte do Congo.
Reinou
de 1624 a 1663, em plena fervilhança escravagista no novo mundo e em
alguns países da Europa. Indomável, inteligente, astuta e profunda
conhecedora de armas, ergueu seu Império em pleno movimento de
guerras reinante na costa do continente Africano, dentro deste aspecto
desfavorável conseguiu prosperar fazendo com que a musicalidade fosse
forte no seio de seu povo, foi prospera no desenvolvimento agrícola
trazendo felicidade. Em uma determinada época suas terras foram
chamadas de Reino das flores, pelo cultivo de variedade formando imensos
jardins.
A
Terra Negra há de prosperar, este era o lema da Rainha guerreira. Antes
de assumir a coroa, foi levada a Luanda por seu Irmão Duboto, então
Rei de N,Gola, para negociar com os Portugueses que avançavam
ferozmente na busca de negros para serem escravizados na América.
Recebida pelo governador Português negociou com sabedoria a devolução
dos territórios ocupados pela Coroa, para isso se converteu ao catolicismo
e adotou o nome de Dna. Anna de Souza, conseguindo com este ato um tempo
de paz e prosperidade para o Reino do irmão que assim retornou a
Matanga.
Depois
de alguns anos os Portugueses desrespeitaram o acordo, criando assim
uma situação de desordem no reino de Dubuto e N,Gola, virou um caos
com muitas guerras internas e os vencidos eram vendidos ao colonizador
Português. Este fato fez com que
Ginga voltasse ao centro do poder e em uma briga rompeu com seu irmão,
que acabou sendo envenenado. Com um cortejo digno de qualquer soberana
europeia Ginga, montada em um elefante branco todo ornado, se fez a
cerimônia de coroação de Ginga, que assim assume o trono.
Sua
primeira ordem foi declarar guerra ao colonizador, para isso se aliou a
Majaki bon, rei do Congo, e unidos impuseram grandes derrotas aos
intrusos. Em 1656, governava com mãos de ferro a região levou com isso
prosperidade a seu povo unindo várias etnias. Com grandes vitorias faz
novamente acordo com outro governador Português, proporcionando assim
anos de tranquilidade.
Fora
aclamada vitoriosa por estes momentos e denominada pelo povo angolano
como a rainha do coração sagrado que assim intensificou as escavações
para vinhas de ouros e diamantes, que sustentaram a riqueza do Império.
Em
1671 a rainha quilombola de Matanga e Angola, já era um mito e
tornando-se uma lenda e grande heroína africana. Com seu crescimento
cresceu também as incursões europeias no continente por varios países
da Europa, além das riquezas minerais fazendo o reino se diluir. Com a
queda do seu aliado Rei Majaki do Congo em uma guerra com os Ingleses
seu poderio fora afetado, retornado assim as grandes guerras
tribais fomentada pelo colonizador. Ginga nunca fora capturada, viaja
para sua aldeia no centro sul de Angola de onde centraliza seu governo e
morre aos 82 anos de idade.
A
colonização Portuguesa se situou na região de Luanda, fazendo incursões
dentro do continente fomentando guerras e levando os vencidos. A
bandeira de seus descendentes hoje tremula nos mastros de Angola em
honra a seus feitos e méritos.
Hoje
está Deusa Africana é estudada por vários historiadores europeus e
nesta noite a nossa Escola abraça esta causa e a materializa em busca
da nossa Sagração maior neste Carnaval de 2015.
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