Nos anos 80 existia no bairro de Vila Brasilina, região do Jardim da Saúde
o Bloco Carga Pesada. Anos depois o Bloco entrou em decadência. A região
que abrigava sambistas de escolas como Acadêmicos do Ipiranga, Bloco
Torcida Jovem, Vai-Vai, Barroca Zona Sul e Império do Cambuci; um outro
bairro vizinho, a Água Funda também acabara de ter extinta sua escola, a
Estrela de Prata; nesta mesma época a Barroca Zona Sul consegue uma
quadra no bairro.
Os instrumentos da Estrela de Prata ficaram no bairro vizinho, na Vila
Morais onde todo final de semana a rapaziada se reunia para fazer um samba
no Morro do Bronx.
Em janeiro de 1988, no bairro do Jardim da Saúde, um grupo de
sambistas, que provinham principalmente do Império do Cambuci, moradores da
região e participantes de times de futebol como o Mocidade F.C. e
principalmente o Estrela
da Vila Brasilina deram vida ao Grêmio Recreativo Cultural
Beneficente Escola de Samba Brinco da Marquesa. Jorge Márcio Arantes
Cardoso presidiu os trabalhos da assembléia de fundação e Rogério
Valeriano secretariou. Após fundada a entidade, elegeram a primeira
diretoria que teve em sua presidência o próprio Jorge Márcio Arantes
Cardoso, e como vice-presidente Lineto Basílio. Nessa ocasião, ainda, vários
dos presentes fizeram uso da palavra para reafirmar a necessidade de se
difundir e engrandecer o folclore brasileiro. Um ano depois, Lineto Basílio assumiu a presidência da escola, tendo
como vice-presidente Walter Camelo (Mestre Valtão), essa diretoria conquistou
três títulos
de campeão (1991, 1993, 1994) e um de vice-campeão (1995).
O nome originou do seu primeiro ensaio que foi na Rua Marques de Lages com
a Rua Tolstoi, e como queriam Brinco da Princesa, colocaram Brinco da
Marquesa. No começo os ensaios eram realizados na Rua Tolstoi, e o Brinco
da Marquesa reunia centenas de pessoas na rua. Com a construção do
viaduto Maria Maluf, a prefeitura cedeu os baixos do viaduto na rua Dom
Villares para a entidade realizar os ensaios.
Nos meados dos anos 90, o Brinco da Marquesa galgava degraus altos, e seus
valores eram destacados como a bateria de
Mestre Valtão, que na época ganhou duas vezes o Tamborim de Ouro da UESP.
Desta época merecem destaques Nelsinho,
Primão, Ailton e alguns ritmistas como Kino repinique, Tcherio caixa,
Nelsão surdo de corte e a ala de tamborim.
Grandes bambas estão presentes na história da
escola como a grande Dona Nena (ex-Império do Cambuci, Vai-Vai e Camisa
Verde e Branco), Mestre Valtão, o intérprete Cloveta, o compositor Jonas
Franco, Ronaldinho Mestre Sala, Ednei mestre sala foi carnavalesco nos
anos de 92 e 98, Nelson Dalla Rosa compositor do samba de 94...
enfim...muitos que hoje trilham em outras entidades também passaram pelo
Brinco da Marquesa como Renato e Fabiola hoje portadores do primeiro
pavilhão da Vai-Vai, Neguinho interprete da G.R.E.S. Estopim da Fiel de
Diadema, o ritmista Poul que hoje é diretor da bateria da G.R.C.E.S.
Raposa do Campanário de Diadema, Marcelo ex-ritmista mestre da G.R.E.S.
1ª da Aclimação, Adilson (Negão) coordenador da ala de tamborins da
Barroca Zona Sul, Bruninho hoje diretor de bateria Acadêmicos do Tatuapé
e ritmista do X9 Paulistana, Nei do Barracão escultor em fibras, e até o
cantor Belo participou da bateria.
No carnaval de 1995, ganhou acesso ao grupo 1A, e em 96 desfilou pela
primeira vez oficialmente no Anhembi. Foi rebaixada do grupo e voltou para
o grupo 2. A diretoria, junto à comunidade, conseguiu o vice-campeonato
do grupo 2 em 99, onde subiu para o grupo 1A da UESP. Foi rebaixada em
2000 e voltou para o grupo 2; em 2001 faz um grande desfile pelo Grupo 2
inovando com belas alegorias e fantasias, graças a grande equipe de
barracão como o grande Batucada (grande mestre sala do carnaval
paulistano nos anos 80), Louco, Nelsinho, Edsinho, Ruck.
Um fato marcante para a escola, foi o seu batizado em outubro de 1999 pela
co-irmã Acadêmicos do Tucuruvi, quando a escola realizou uma das suas
festas mais bonitas de sua história.
Lineto Basílio foi sucedido por José Augusto Faustino (Baio) na
presidência (este vindo da Barroca Zona Sul),
tendo como vice Mário Nilo Machado. Essa, que é a atual diretoria,
sempre com muito trabalho e dedicação junto a comunidade, já conseguiu
o título de vice-campão do ano de 1999.
Em 30 de Setembro de 1999, o Brinco da Marquesa deixa de ser uma escola pagã e
o batizada pela Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi, tendo como padrinho de
batismo o grande Seu Jamil, grande amigo do presidente Baio. As dificuldades
surgiram, o espaço de ensaios quase foi perdido, algumas intrigas, a escola
quase que parou, quando em 2002 a escola realizou um desfile antológico na Vila
Esperança inovando desde o trabalho de ensaio, barracão até evolução na
avenida. Foi um choque a escola não ter sido campeã, mas em 2003 com o enredo
"Jamil - Uma História das Arabias", o Brinco da Marquesa novamente
ganha o direito de desfilar no Anhembi em 2004 e a comunidade desta vez quer
fazer jus e lutar para se manter no Pólo Cultural.
A atual Ala dos Compositores é um dos melhores times de composição e
interpretação do carnaval paulistano, por onde já passaram Rene Sobral e
atualmente Alécio, Frá, Deley, os cavaquinistas Danilo Alves (ganhador do
samba do Vai- Vai 2003) e Thiago da Barroca (coordenador da ala). Destacando a
atuação social em parceria com o E.C. Beira Rio em prol da comunidade do
bairro. Sempre lembrando nomes como de Dona Nena, Dona Lia, Mestre Valtão,
Tcherio, Kino, Nelsão, Adilson, Kino, Nice, Aninha, Cris, Nelsão, Mestre
Batucada, Adriano, Cloveta, Portugues, Marisa, Mithola, Luiza, Paquinho, Feijão,
Loco, Fabiola, Faé, entre tantos outros...que estão sempre presentes na unida
comunidade da Vila Brasilina.
|