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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.B.T.C.D. PAVILHÃO 9 - CARNAVAL 1995
Enredo: Airton Senna, Nosso Eterno Campeão

O Grêmio Recreativo
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A NOSSA GARRA NOVAMENTE NA AVENIDA

Meu povo emocionado abre os braços para receber novamente a garra corintiana na avenida do samba. Alô nação alvinegra! Os primeiros acordes de um cavaco chegam aos, nossos ouvidos, e a voz do "puxador" convida a todos para sorrir, brincar e esquecer os infortúnios da vida. O povo se agita. Os diretores de harmonia mobilizam-se, e a bateria prepara-se para um show de ritmo e cadência. Nossos olhos percorrem todo o colorido das alegorias e das fantasias, e nos comovemos diante do resultado de quase um ano de trabalho de toda uma comunidade, tudo em troca de alguns minutos de desfile. Realmente uma grande festa. De repente, eis a minha gente cantando, sorrindo e sambando... explode coração!

É nessa explosão de alegria que o Bloco Pavilhão Nove, bicampeão do carnaval, vem para a passarela homenagear o maior piloto de todos os tempos: o brasileiro e também corintiano Ayrton Senna da Silva, enfocando sua história e suas glórias com muito humor, alegria e vibração.

Que a nossa principal mensagem seja a de mostrar que o grande herói das pistas não morreu: está, isto sim, para sempre presente no coração de cada brasileiro, como nosso eterno campeão.

Acelera Ayrton!

NOSSO ETERNO CAMPEÃO

Sensibilidade, arrojo, dignidade e coragem foram os ingredientes que sedimentaram a trajetória deste piloto, maior ídolo do automobilismo brasileiro. Polêmico, de personalidade obsessiva e perfeccionista, possuía uma enorme capacidade de superar limites. Tanto que o argentino Juan Manuel Fangio, único a vencer o Mundial de F-1 por cinco vezes numa época mais romântica, jamais falou em herdeiro, até a sua chegada.

Seu nome? Ayrton Senna da Silva, nascido à 21/03/1960 em São Paulo.

Senna começou no Kart através do pai, o pequeno industrial Milton Senna da Silva, que em 1964 construiu um Kart sob medida para o filho, então com 4 anos. Mas foi só aos 13 que ele entrou oficialmente numa pista, para um ano depois, ganhar seu primeiro título: campeão paulista juvenil. Foi também campeão sul-americano e vice-campeão mundial, dentre outros títulos.

A partir de 1981, Senna cumpriu uma carreira meteórica, quando deixou o Kart para ingressar na Fórmula Ford 2000, e, em seguida, na Fórmula 3 inglesa. Nas pistas de Silverstone, na Inglaterra, acumulou tantos êxitos que a revista britânica Autosport chegou a batizar o autódromo de "Silvastone". Outra revista, a italiana Autosprint, passou a chamar a Fórmula 3 de "Fórmula de Senna".

TODA UMA VIDA NO AUTOMOBILISMO

Ayrton Senna dedicou dois terços de sua vida aos esportes motorizados. Primeiro no Kart, depois no automobilismo. E nos últimos dez anos, especificamente na Fórmula 1. Em todas as modalidades conquistou títulos e quebrou recordes (seus e dos outros).

Foi já na principal categoria do automobilismo internacional que o público brasileiro o viu pilotar um carro, em 1984, ano de sua estréia (parou na oitava volta). Com o decorrer do tempo, transformou-se num dos maiores ídolos brasileiros de todos os tempos.

A ADMIRAÇÃO DE AMIGOS E INIMIGOS

Desde 1984, na F-1, Senna correu por quatro equipes, disputou 181 GPs, dos quais ganhou 41, 65 vezes largou na "pole position", obteve 19 recordes de volta de corrida e por três vezes conquistou o título mundial. Na mesma proporção em que obtinha sucesso, colecionava inimigos. Obsessivo, ousado e considerado uma pessoa de gênio difícil, Senna notabilizou-se também pelos duelos verbais (e nas pistas), que travou não só com Alain Prost, mas também com Keke Rosberg, Nelson Piquet e Nigel Mansell.

Mais recentemente seus alvos foram Michel Schumacker e o novato Eddie Irvine. Mas também fora das pistas ganhou desafetos, caso do francês Jean-Marie Ballestre, que ameaçou cassar sua licença, no tempo em que era Presidente da FISA.

Nas pistas, o que para outros poderia ser classificado como agressividade, para Senna era "intensidade". Dizia que a intensidade era uma de suas forças, como piloto e ser humano. Realmente intenso, principalmente no que dizia respeito ao amor ao seu país e ao seu povo.

Ídolo, foi sempre centro de polêmicas. Dono de um comportamento controvertido, chegou a ser acusado de provocar acidentes. Mas, incontestavelmente, os próprios inimigos sempre foram os primeiros a reconhecer sua genialidade. Um desses foi Nelson Piquet, disse pouco antes de sua morte: "Senna é o único que pode bater o recorde de Fangio".

"No fundo, Ayrton e eu fomos como irmãos, filhos do mesmo entusiasmo, compartilhando sonhos parecidos, presos ao mesmo cordão umbilicar forte, magnético e absorvente do automibilismo. Corremos muitas vezes juntos, disputamos freadas e largadas, dividimos pódios, pontos e campeonatos do mundo."

(Nelson Piquet, ex-piloto tricampeão mundial de F-1)

"Ayrton Senna foi um fora-de-série, um piloto excepcional, um verdadeiro monstro, capaz de se meter em situações impossíveis e sair vitorioso. Ele era incomparável correndo".

(Carlos Reutman, ex-piloto)

"Ele era o melhor de todos".

(Chico Serra, piloto)

Era o melhor piloto que jamais existiu. Sabia tudo. Quando um homem assim, que foi o maior, termina dessa forma, é preciso questionar se esse esporte tem sentido".

(Niki Lauda, ex-piloto tricampeão mundial de F-1)

SEUS ÍDOLOS

Senna teve como primeiros ídolos no automobilismo Jackie Stewart (o escocês voador", tricampeão mundial) e o brasileiro Emerson Fittipaldi (bicampeão mundial de 1972 e 1974).

Depois, ao começar na F-1 em 1984, dizia admirar o austríaco Niki Lauda e o canadense Giles Villeneuve. Coincidentement, Lauda e Villeneuve sofreram sérios acidentes, e o segundo também perdeu a vida no esporte.

Depois de conquistar seu terceiro título mundial em 1991, Senna foi claro: não pensava em parar de competir enquanto houvesse recordes para bater. E pensava nos dois mais importantes: número de títulos mundiais (5, de Fangio) e de vitórias em GPs (51, de Prost).

UM GURU DAS PISTAS

Além de ousado, uma das principais qualidades do brasileiro era a de encontrar os pontos do carro que precisavam de acerto. Analisando um circuito, chegava também a antecipar para a equipe os pontos do circuito em que conseguiria melhor rendimento. "Tudo acontecia conforme a previsão", confirmavam seus companheiros da Williams. Coisa de gênio.

Outra característica Senna admitiu logo nos primeiros anos F-1: "minhas vitórias sempre ocorreram em condições anormais", reconheceu em 1988. Ele se referia as vitórias quase sempre em pistas molhadas. E nos dois últimos anos, ainda na McLaren, era comum ouvir-se locutores brasileiros dizerem que só uma boa chuva cair o favoritismo dos carros da Williams.

SENNINHA E SUA TURMA

Com o crescente sucesso nas pistas, Senna também desenvolveu seu lado de empresário, aproveitando a popularidade que as vitórias lhe traziam. A mais recente empreitada de Senna para trabalhar a sua imagem fora o lançamento da revista de história em quadrinhos "Senninha e Sua Turma", após entrar para o mercado de confecções, barcos, carros importados e concessionária de veículos, entre outros.

"Quando vi o esboço do que seria o Senninha, meu coração ficou tocado. Apelei para o lado humano, acreditando no estímulo de nossa equipe. O Senninha não é super-herói, ele tenta resolver os problemas do dia-a-dia com a ajuda da turma", ressaltava Senna, pouco antes do lançamento da revista.

A CARREIRA

Eis os títulos conquistados por Senna antes de sua estréia na Fórmula 1:

1973: Iniciou no Kartismo no final do ano, quando foi campeão do Torneio de Férias de Interlagos na extinta Quarta Categoria Menor.

1974: Campeão Paulista de Kart Classe Júnior.

1975: Campeão do Torneio Nacional Racolomy de Kart Classe Júnior.

1976: Campeão Paulista da Segunda Categoria 100cc; Campeão das Três Horas de Kart de Interlagos na Primeira Categoria 100cc.

1977: Campeão Sul-americano (San José-Uruguai) da Primeira Categoria 100cc; Campeão das Três Horas de Interlagos na Primeira Categoria 100cc.

1978: Campeão Brasileiro da Primeira Categoria 100cc; Campeão das Três Horas de Interlagos na Primeira Categoria 100cc.

1979: Campeão do Grand Prix Republique de San Marino na Primeira Categoria 100cc.

1980: Campeão Brasileiro da Primeira Categoria 100cc; Vice-campeão Mundial da Primeira Categoria 100cc em Nivelles, França; Campeão Sul-americano da Primeira Categoria 100cc de Interlagos.

1981: Campeão do Towsend Thoresen Fórmula Ford 1600 Championship da Inglaterra; Campeão do Royal Automobile Club de Fórmula Ford 1600 na Inglaterra.

1982: Campeão Pan-americano de Kart Primeira Categoria 100cc, no Kartódromo de Tarumã no Rio Grande do Sul; Campeão Inglês de Fórmula Ford; Campeão Europeu de Fórmula Ford 2000.

1983: Campeão Inglês de Fórmula 3; Campeão do Grande Prêmio de Macau de Fórmula 3.

Já na F-1, em sua primeira temporada (1984), Senna foi o nono colocado no mundial. Três vezes subiu ao pódio em terceiro lugar, e no GP de Mônaco foi o segundo, correndo pela equipe Toleman-Hart. Depois, ficou três temporadas na Lotus (1985/86/87). Em 1988 foi para a McLaren, onde ficou seis anos (1988/89/90/91/92/93) e ganhou três títulos. Finalmente, em 1994, assinou contrato com a Williams, depois de um namoro de dez anos, segundo o próprio diretor da equipe, Frank Williams. Veja a seguir o resumo de suas conquistas na F-1:

1984: Iniciou na F-1 no GP do Brasil (13 pontos, 9º colocado).

1985: Campeão dos GPs de Portugal e Bélgica (38 pontos, 4º colocado).

1986: Campeão dos GPs da Espanha e EUA (55 pontos, 4º colocado).

1987: Campeão dos GPs de Mônaco e dos EUA (57 pontos, 3º colocado).

1988: Campeão dos GPs de San Marino, Canadá, EUA, Inglaterra, Alemanha, Hungria, Bélgica e Japão (96 pontos, Campeão Mundial).

1989: Campeão dos GPs de San Marino, Mônaco, México, Alemanha, Bélgica, Espanha (60 pontos, Vice-Campeão Mundial).

1990: Campeão dos GPs dos EUA, Mônaco, Canadá, Alemanha, Bélgica e Itália (78 pontos, Bicampeão Mundial).

1991: Campeão dos GPs dos EUA, Brasil, San Marino, Mônaco, Hungria, Bélgica e Austrália (96 pontos; Tricampeão Mundial).

1992: Campeão dos GPs de Mônaco, Hungria e Itália (56 pontos, 4º colocado).

1993: Campeão dos GPs do Brasil, Inglaterra, Mônaco, Japão e Austrália (73 pontos, Vice-Campeão Mundial).

"Não haverá mais poles, nem vitórias. O show acabou. Ayrton Senna, talvez o mais completo e perfeito piloto da Fórmula 1, não passou ontem por sua última prova. A toda-poderosa Williams que tanto sonhou, aquela que era considerada o caminho certo para o tetracampeonato mundial, não conseguiu fazer a trágica curva Tamburello e, qual num desenho anumado, esborrachou-se num muro de cimento a quase 300 km/h. A vida do maior ídolo do esporte brasileiro desde Pelé espirou-se imediatamente. Deixou o mundo atônito e a F-1 vazia".

 


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