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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B.E.S. EM CIMA DA HORA PAULISTANA - CARNAVAL 2004
Enredo: De São Paulo para o Mundo... Tributo ao Paulistano José Mojica Marins

O Grêmio Recreativo
Autor: Comissão de Carnaval

 

São Paulo de todos os povos, todas as culinárias e todos os credos. São Paulo de todas as culturas, ideologias e diversidades étnicas. Então, preparando-se para os festejos carnavalescos comemorativos aos 450 anos de nossa querida, amada e única, Cidade de São Paulo, a Escola de Samba Em Cima da Hora, a qual é apelidada carinhosamente por nossa comunidade de "A Coruja do Samba" em razão desta ave de rapina ser o símbolo de nossa agremiação, após muito estudar um tema enredo que transmitisse de maneira efusiva uma personalidade que caracterizasse  um cidadão paulistano de sucesso, fez uma pergunta a membros atuantes de nossa comunidade: Porque não homenagearmos um grande Cidadão Paulistano que leve honrosamente o nome da maior megalópole da América Latina para o Brasil e  para o mundo? A resposta foi o "nascimento" deste tema enredo.

Decidimos por unanimidade da Diretoria e da ‘’família’’ Em Cima da Hora, fazer um tributo a um Paulistano que é artista, pai, empresário e acima de tudo ser humano  que prima pelo bom senso, competência, talento e garra em tudo aquilo que se dedica a fazer. Esta pessoa é o Cineasta José Mojica Marins, o criador e interprete do personagem Zé do Caixão, tão conhecido de todos nós brasileiros e que agrega muitos fãs e uma enorme legião de amantes do seu estilo cinematográfico. Todos estes fãs fervorosos seguidores de sua carreira, são apaixonados por filmes de terror e pela personalidade macabra que ele dá a grande maioria de suas personagens.

São admiradores Brasileiros e também Norte-Americanos, os quais foram recentemente conquistados efetivamente, conforme minudenciamos abaixo.

"Ele é o cineasta mais "marginal’" do cinema brasileiro. Foi contemporâneo de todos os movimentos e nunca fez parte de nenhum deles". Frase de André Barcinski - Jornalista e um dos escritores do livro: "Maldito - A Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão".

MOJICA E SUA IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO PARA O CENÁRIO ARTÍSTICO NACIONAL

Ao pesquisar-se sobre a vida de José Mojica Marins em infindáveis literaturas e enciclopédias que o citam como o ‘’Mestre do Terror Brasileiro", é possível conhecer um pouco de sua obra e história, que por sinal é tão curiosa quanto seus filmes. Sua carreira foi iniciada de maneira prematura aos padrões considerados normais a vista da sociedade constituída, pois Mojica pegou pela primeira vez em uma câmera em 1938 quando ainda era uma criança.

No Bairro do Brás, onde nasceu, na cidade de São Paulo. Descendente de imigrantes espanhóis, seu Pai lhe ofereceu uma bicicleta no seu aniversário, mas ele preferiu pedir uma câmera filmadora de 8,5 milímetros. Então, dando inicio a um rompante talento nato, arregimentou o elenco de seu primeiro filme dentre os irmãos e primos das namoradinhas, e utilizando o galinheiro de sua casa como estúdio de gravação, deu inicio ao que podemos citar como sendo sua primeira obra cinematográfica amadora. "O que era um grande problema porque cada vez que um namoro meu terminava perdia a equipe" disse Mojica em recente entrevista. Com a "experiência" cinematográfica obtida nesse período precoce ele montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos (o professor era o próprio Mojica).  Então, quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, ele fundou com ajuda de amigos, a sua primeira produtora, a qual foi a "Companhia Cinematográfica Atlas".   Vencidos os primeiros passos Mojica começou uma longa carreira de sucesso a qual incluiu a autoria, produção e encenação da peça de teatro – Guilhotina do Terror, na qual levou para o palco uma guilhotina de 30 quilos, atuou em diversos filmes, dirigiu uma revista direcionada aos amantes do gênero do terror, fez telenovelas e mais do que qualquer outra coisa filmou...Filmou obsessivamente...Foram dezenas de longas e curtas metragens e até documentários em uma torrente de gêneros diferentes, quase todos feitos com orçamentos baixíssimos. Entre participações e produções próprias estão filmes de Faroeste, Eróticos, Dramas, Infantis e, claro, Terror... Hoje em dia, Mojica possui cerca de 30 longas metragens de sua autoria.

Já apresentou um programa de televisão intitulado Cine-Trash o qual foi exibido pela  TV Bandeirantes de São Paulo, alem de ter lançado  revistas em quadrinhos sobre seu personagem Zé do Caixão e outros personagens não menos aterrorizantes, os quais defendiam nos enredos das historinhas a defesa da natureza.

 

"Seus Bundas-Moles!! Vocês não têm uma unha do talento desse homem!!" Frase de Luís Sérgio Person – Critico de Cinema - Frase dirigida aos alunos da Escola Superior de Cinema de São Paulo durante um debate sobre José Mojica Marins.

O CELEBRE PERSONAGEM ZÉ DO CAIXÃO

Quando ainda era menino, Mojica presenciou um fato que se tornaria decisivo no seu  interesse  pelo sobrenatural.  No velório de  um determinado cidadão, durante  as costumeiras honras prestadas por  familiares e amigos  nestas ocasiões, o virtual moribundo simplesmente levantou-se do caixão, colocando todo mundo literalmente "pra correr", menos Mojica que ficou ali postado observando tudo. Lógico que o sobrenatural neste caso não passava de uma catalepsia (Quando os músculos de uma pessoa ficam tão rígidos que ela permanece na posição em que é colocada), mas despertou a curiosidade e a paixão do pequeno Mojica por fatos e acontecimentos que se julga coisa do além, o que o levaria, anos mais tarde, impulsionado por um fato nada comum, e aliando ainda o ocorrido no velório, a criar aquele que seria o seu principal e celebre personagem, o Zé do Caixão, que ''nasceu'' em Outubro de 1963, produto de um pesadelo no qual um velho de barbas longas o arrastava para um túmulo onde ele podia ler a data de seu nascimento e de sua morte.

O sucesso das primeiras películas de Zé do Caixão levou Mojica a se firmar no gênero do terror e continuar sua carreira de Cineasta, a qual foi ‘’cheia de altos e baixa’’, sim, mas jamais legada a fracassos que pudessem desviá-lo de seu incontestável talento a chamada sétima arte, ou seja, o cinema. O personagem teve como ''dogma'' de sua criação a sempre conflitante relação entre o bem e o mal. Em outubro de 2003 o personagem Zé do Caixão completou 40 anos de sua criação por Mojica, quando então foi incluído no Guinnes Book Internacional (Livro dos Recordes) como sendo o personagem cinematográfico com maior tempo em evidência e existência.

 

P... que Pariu!! Esse cara é um gênio!!" Frase de Glauber Rocha - Cineasta brasileiro – Frase dita  durante uma sessão do filme de Mojica "À Meia Noite Levarei Sua Alma".

FAMA INTERNACIONAL

Quantos são os Diretores do Cinema Brasileiro que são conceituados no exterior?  A resposta a esta pergunta é simples: poucos. E dentre eles com toda certeza esta  o  Paulistano  José Mojica Marins.  Mojica é o único Cineasta Brasileiro que teve alguns de seus filmes cinematográficos reverenciados pelo público hippie Norte-Americano na época da  ‘’febre’’ deste estilo de vida que ocorreu por volta dos anos 70, desencadeada a partir do festival de Woodstok nos E.U.A. Este feito valeu-lhe também, nesta mesma época, a inclusão no Guinnes Book Internacional como a pessoa mais estranha do mundo, baseando-se os organizadores do guinnes na personalidade macabra dele e de seus personagens.

É claro que ele passou por períodos de ostracismo no Brasil, mas sempre “ressurgiu das cinzas” para brindar seu público com grandes projetos. Após um destes períodos de "sumiço" da grande mídia, em 1994, por exemplo, depois de 30 anos da criação de seu mais famoso personagem, Zé do Caixão, ele foi descoberto pelo mercado Norte-Americano de vídeo doméstico. Sua obra caiu na graça de uma grande distribuidora de cinema dos E.U.A. e os fanáticos pelo terror e filmes trash americanos descobriram um novo ídolo ou Coffin Joe, como eles chamam em inglês o nosso Zé do Caixão. Segundo o Site de Internet "Temple of Terror”, Site Norte-Americano especializado no gênero do terror ou trash, como chamam o gênero os americanos,  a distribuidora citada acima já vendeu mais de 300  mil cópias dos seus filmes.    Dentre a opinião de muitos e renomados produtores do Cinema Americano, como, por exemplo, Mike Vraney, produtor e dono de uma grande distribuidora de vídeo nos E.U.A. no gênero do terror, “Os filmes de Jose Mojica Marins são muito melhores que qualquer coisa que se fez no gênero do terror, nos E.U.A. ,durante os anos 60”. Atualmente existem 13 fitas VHS de filmes dirigidos e idealizados por Mojica em circuito comercial para venda, no mercado Norte-Americano e Europeu.

A consagração nos EUA  e Europa junto a autores de prestígio, levaram Mojica a receber prêmios de reconhecimento a sua obra nos festivais de cinema da Itália, Espanha, Holanda, Portugal e França.

"Se esse homem tivesse nascido do outro lado do Continente Americano, a história dele seria bem diferente...". Frase de Steven Spielberg - Cineasta Norte-Americano famoso mundialmente -  Frase dita   no final dos anos 70 ao assistir a um filme de Mojica.

E A HISTÓRIA CONTINUA...

José Mojica Marins, o Zé do Caixão, detesta dráculas, halloweens e outras assombrações importadas. Não imaginava, porem, o destino da filha, Mariliz Marins. Ela gravou um CD no qual intitula-se Liz Vamp, personagem que se identifica como fruto da união de Zé do Caixão com uma vampira.  Atualmente, Jose Mojica Marins e sua família dedicam toda sua energia direcionada à carreira de Liz Vamp, a qual apostam que será a sucessora do legado artístico do personagem Zé do Caixão, idealizado, criado e magnificamente imortalizado por seu pai José Mojica Marins. Mariliz é também artista plástica e centraliza todo este potencial nas artes plásticas fazendo belas carrancas decorativas. Tem verdadeira adoração por estes objetos, possuindo inclusive uma coleção delas confeccionadas por ela mesma. As carrancas ou "figuras de proa" são esculturas de madeira colocadas quase que obrigatoriamente nas antigas "Barcas do Rio São Francisco" desde o início do século XIX. Traduzem-se como poderosos monstros que espantam os maus espíritos das águas. Então, não por acaso, a Coruja do Samba encerrará seu desfile trazendo na última alegoria da Escola, além das demais composições, uma carranca como pano de fundo da mesma.

Embalados na magia do carnaval, vamos transformar nosso desfile numa singela homenagem ao grande Paulistano Mojica. O desejo de vitória é grande, porém, maior é à força de nossa comunidade que já se sente vitoriosa simplesmente pelo fato de fazer parte atuante deste importante desfile no qual celebraremos São Paulo, representando o Bairro do Grajaú e a região da Capela do Socorro, na Zona Sul.

A Em Cima da Hora Paulistana abre suas portas e afirma que aqui só alegria passará. Vamos juntos para a Avenida por que quem reinará no nosso desfile, apenas não mais que nosso pavilhão, será o paulistano José Mojica Marins... De São Paulo para o mundo.

 


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