Durante
23 anos de sua vida, o Presidente e Fundador, Jair dos Santos, militou no
Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Mocidade Alegre, a grandiosa e
maravilhosa Escola de Samba do Bairro do Limão, na cidade de São Paulo. Lá
desfilou desde apoio à Comissão de Frente. Ajudou por diversas vezes a
empurrar carros alegóricos que teimavam em dar problemas na boca da avenida,
coisa corriqueira em uma Escola de Samba. Mas durante todo esse tempo em que lá
esteve, importunava-lhe a falta de atividades sociais das grandes agremiações
do samba em geral. Jair dos Santos por atuar em diversas iniciativas
sócio-culturais no Bairro onde morava, através da sociedade amigos de bairro,
enxergava que uma Escola de Samba devia aproveitar a enorme receptividade
encontrada perante o povão, principalmente o povo negro, o qual é o mais
afetado pela falta de condições impostas pelo poder público ao
desenvolvimento humano, para atrair jovens carentes e ai ministrar-lhes cursos
profissionalizantes, palestras sobre os prejuízos causados pelo consumo de
drogas alucinógenas, etc...
Durante
uma das tantas reuniões em que participava na sociedade amigos de bairro,
surgiu então a proposta de um dos componentes do plenário de fundar no Bairro
uma entidade voltada a recreação e a cultura, a qual dedicaria-se
exclusivamente, sem fins lucrativos, a trabalhar para o enriquecimento cultural
e profissional da comunidade. Entusiasmado com a idéia, Jair dos Santos
prontificou-se imediatamente a tomar rédea da coisa. Reuniu, posteriormente a
isto, as pessoas em sua própria casa num belo churrasco regado a pagode e
cerveja, fundando assim, numa reunião a qual precedeu o mesmo e foi registrada
em ata lavrada em cartório, a Escola de Samba Em Cima da Hora.
Como já
ocorriam todos os anos no Carnaval, desfiles deste grupo de amigos do bairro, os
quais procuravam trazer um pouco de alegria aos vizinhos nos dias de festejo de
momo, não foi difícil convencer as pessoas de que eram capazes de formar uma
Escola de Samba.
O nome Em
Cima da Hora foi escolhido pro um fato curioso. Lá pelas tantas horas, no dia
do churrasco de fundação, todos já envolvidos pelo clima da Escola de Samba,
perguntavam-se: "E o nosso nome? Qual vai ser?". Uns eram à favor da
Escola chamar-se Unidos do Grajaú, outros achavam que a denominação Império
do Grajaú seria melhor. No braseiro da discussão sobre o nome o telefone
tocou. Era um velho amigo de Jair, componente da Escola de Samba Mocidade
Alegre, que prontamente foi convidado a participar do churrasco. Então o
convidado de última hora disse "Mas você me convida agora? Em Cima da
Hora?"
Jair dos
Santos largou o telefone e deu um sonoro grito chamando a atenção de todos os
presentes e disse: "Pessoal já tenho o nome da Escola, será: Grêmio
Recreativo e Cultural Escola de Samba Em Cima da Hora Paulistana.
Todos
queriam saber de onde Jair tirou este nome. Depois das explicações, ele disse
a todos que seria um nome em homenagem a Escola de Samba Em Cima da Hora
Carioca. A inclusão da palavra paulistana foi necessária para não haver
confusões e comparações com a escola do Rio de Janeiro.
Após as
consultas a diversos órgãos públicos e gestores do samba de uma maneira gera,
os quais não encontraram nenhuma objeção ao nome dado, registrou-se nas
autarquias, cartórios e a que ao fato compete o estatuto social, ata de
fundação e todos os demais requisitos necessários para regularizar a
situação da Escola de Samba.
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