São Paulo de
todos os povos, todas as culinárias e todos os credos. São Paulo de
todas as culturas, ideologias e diversidades étnicas. Então, preparando-se para os festejos carnavalescos comemorativos aos 450 anos
de nossa querida, amada e única, Cidade de São Paulo, a Escola de Samba
Em Cima da Hora, a qual é apelidada carinhosamente por nossa comunidade
de "A Coruja do Samba" em razão desta ave de rapina ser o símbolo de
nossa agremiação, após muito estudar um tema enredo que
transmitisse de maneira efusiva uma personalidade que caracterizasse
um cidadão paulistano de sucesso, fez uma pergunta a membros
atuantes de nossa comunidade: Porque não homenagearmos um grande Cidadão
Paulistano que leve honrosamente o nome da maior megalópole da América
Latina para o Brasil e para o mundo? A resposta foi o "nascimento" deste tema enredo.
Decidimos por unanimidade da
Diretoria e da ‘’família’’ Em Cima da Hora, fazer um tributo a
um Paulistano que é artista, pai, empresário e acima de tudo ser
humano que prima pelo bom senso, competência, talento e garra em
tudo aquilo que se dedica a fazer. Esta pessoa é o Cineasta José Mojica Marins, o criador e interprete do personagem Zé do Caixão, tão
conhecido de todos nós brasileiros e que agrega muitos fãs e uma enorme legião de amantes do seu estilo cinematográfico. Todos estes fãs
fervorosos seguidores de sua carreira, são apaixonados por filmes de
terror e pela personalidade macabra que ele dá a grande maioria de suas
personagens.
São admiradores Brasileiros e também Norte-Americanos, os
quais foram recentemente conquistados efetivamente, conforme minudenciamos
abaixo.
"Ele
é o cineasta mais "marginal’" do cinema brasileiro. Foi
contemporâneo de todos os movimentos e nunca fez parte de nenhum
deles".
Frase de André Barcinski - Jornalista e um dos escritores do livro: "Maldito
- A Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão".
MOJICA
E SUA IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO PARA O CENÁRIO ARTÍSTICO NACIONAL
Ao
pesquisar-se sobre a vida de José Mojica Marins em infindáveis
literaturas e enciclopédias que o citam como o ‘’Mestre do Terror
Brasileiro", é possível conhecer um pouco de sua obra e história,
que por sinal é tão curiosa quanto seus filmes. Sua carreira foi
iniciada de maneira prematura aos padrões considerados normais a vista da
sociedade constituída, pois Mojica pegou pela primeira vez em uma câmera
em 1938 quando ainda era uma criança.
No Bairro do
Brás, onde nasceu, na cidade de São Paulo. Descendente de imigrantes
espanhóis, seu Pai lhe
ofereceu uma bicicleta no seu aniversário, mas ele preferiu pedir uma câmera
filmadora de 8,5 milímetros. Então, dando inicio a um rompante talento
nato, arregimentou o elenco de seu primeiro filme dentre os irmãos e
primos das namoradinhas, e utilizando o galinheiro de sua casa como
estúdio de gravação, deu inicio ao que podemos citar como sendo sua primeira
obra cinematográfica amadora. "O que era um grande problema
porque cada vez que um namoro meu terminava perdia a equipe" disse Mojica em recente entrevista. Com a
"experiência" cinematográfica
obtida nesse período precoce ele montou uma escola de interpretação
para amigos e vizinhos (o professor era o próprio Mojica). Então,
quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, ele fundou com
ajuda de amigos, a sua primeira produtora, a qual foi a "Companhia
Cinematográfica Atlas". Vencidos os primeiros passos Mojica começou uma longa carreira de sucesso a qual incluiu a autoria,
produção e encenação da peça de teatro – Guilhotina do Terror, na
qual levou para o palco uma guilhotina de 30 quilos, atuou em diversos
filmes, dirigiu uma revista direcionada aos amantes do gênero do terror,
fez telenovelas e mais do que qualquer outra coisa filmou...Filmou
obsessivamente...Foram dezenas de longas e curtas metragens e até
documentários em uma torrente de gêneros diferentes, quase todos feitos
com orçamentos baixíssimos. Entre participações e produções próprias
estão filmes de Faroeste, Eróticos, Dramas, Infantis e, claro, Terror...
Hoje em dia, Mojica possui cerca de 30 longas metragens de sua autoria.
Já
apresentou um programa de televisão intitulado Cine-Trash o qual foi
exibido pela TV Bandeirantes de São Paulo, alem de ter lançado
revistas em quadrinhos sobre seu personagem Zé do Caixão e outros
personagens não menos aterrorizantes, os quais defendiam nos enredos das
historinhas a defesa da natureza.
"Seus
Bundas-Moles!! Vocês não têm uma unha do talento desse homem!!"
Frase de
Luís Sérgio Person – Critico de Cinema - Frase dirigida aos alunos da
Escola Superior de Cinema de São Paulo durante um debate sobre José
Mojica Marins.
O
CELEBRE PERSONAGEM ZÉ DO CAIXÃO
Quando
ainda era menino, Mojica presenciou um fato que se tornaria decisivo no
seu interesse pelo sobrenatural. No velório de um
determinado cidadão, durante as costumeiras honras prestadas por
familiares e amigos nestas ocasiões, o virtual moribundo
simplesmente levantou-se do caixão, colocando todo mundo literalmente
"pra correr", menos Mojica que ficou ali postado observando tudo. Lógico
que o sobrenatural neste caso não passava de uma catalepsia (Quando os músculos
de uma pessoa ficam tão rígidos que ela permanece na posição em que é
colocada), mas despertou a curiosidade e a paixão do pequeno Mojica por
fatos e acontecimentos que se julga coisa do além, o que o levaria, anos
mais tarde, impulsionado por um fato nada comum, e aliando ainda o
ocorrido no velório, a criar aquele que seria o seu principal e celebre
personagem, o Zé do Caixão, que ''nasceu'' em Outubro de 1963, produto
de um pesadelo no qual um velho de barbas longas o arrastava para um túmulo
onde ele podia ler a data de seu nascimento e de sua morte.
O sucesso das
primeiras películas de Zé do Caixão levou Mojica a se firmar no gênero
do terror e continuar sua carreira de Cineasta, a qual foi ‘’cheia de
altos e baixa’’, sim, mas jamais legada a fracassos que pudessem desviá-lo
de seu incontestável talento a chamada sétima arte, ou seja, o cinema. O
personagem teve como ''dogma'' de sua criação a sempre conflitante relação
entre o bem e o mal. Em outubro de 2003 o personagem Zé do Caixão
completou 40 anos de sua criação por Mojica, quando então foi incluído
no Guinnes Book Internacional (Livro dos Recordes) como sendo o
personagem cinematográfico com maior tempo em evidência e existência.
P...
que Pariu!! Esse cara é um gênio!!" Frase de
Glauber Rocha - Cineasta brasileiro – Frase dita durante uma sessão
do filme de Mojica "À Meia Noite Levarei Sua Alma".
FAMA
INTERNACIONAL
Quantos
são os Diretores do Cinema Brasileiro que são conceituados no exterior?
A resposta a esta pergunta é simples: poucos. E dentre eles com
toda certeza esta o Paulistano José Mojica Marins.
Mojica é o único Cineasta Brasileiro que teve alguns de seus
filmes cinematográficos reverenciados pelo público hippie
Norte-Americano na época da ‘’febre’’ deste estilo de vida
que ocorreu por volta dos anos 70, desencadeada a partir do festival de
Woodstok nos E.U.A. Este feito valeu-lhe também, nesta mesma época, a
inclusão no Guinnes Book Internacional como a pessoa mais estranha do
mundo, baseando-se os organizadores do guinnes na personalidade macabra
dele e de seus personagens.
É claro que ele passou por períodos de ostracismo no
Brasil, mas sempre “ressurgiu das cinzas” para brindar seu público
com grandes projetos. Após um destes períodos de "sumiço" da
grande mídia, em 1994, por exemplo, depois de 30 anos da criação de seu
mais famoso personagem, Zé do Caixão, ele foi descoberto pelo mercado
Norte-Americano de vídeo doméstico. Sua obra caiu na graça de uma
grande distribuidora de cinema dos E.U.A. e os fanáticos pelo terror e
filmes trash americanos descobriram um novo ídolo ou Coffin Joe, como
eles chamam em inglês o nosso Zé do Caixão. Segundo o Site de Internet
"Temple of Terror”, Site Norte-Americano especializado no gênero
do terror ou trash, como chamam o gênero os americanos, a
distribuidora citada acima já vendeu mais de 300 mil cópias dos
seus filmes. Dentre a opinião de muitos e renomados
produtores do Cinema Americano, como, por exemplo, Mike Vraney, produtor e
dono de uma grande distribuidora de vídeo nos E.U.A. no gênero do
terror, “Os filmes de Jose Mojica Marins são muito melhores que
qualquer coisa que se fez no gênero do terror, nos E.U.A. ,durante os
anos 60”. Atualmente existem 13 fitas VHS de filmes dirigidos e
idealizados por Mojica em circuito comercial para venda, no mercado
Norte-Americano e Europeu.
A consagração nos EUA e Europa junto a
autores de prestígio, levaram Mojica a receber prêmios de reconhecimento a
sua obra nos festivais de cinema da Itália, Espanha, Holanda, Portugal e
França.
"Se esse
homem tivesse nascido do outro lado do Continente Americano, a história
dele seria bem diferente...". Frase de Steven Spielberg -
Cineasta Norte-Americano famoso mundialmente - Frase dita
no final dos anos 70 ao assistir a um filme de Mojica.
E
A HISTÓRIA CONTINUA...
José
Mojica Marins, o Zé do Caixão, detesta dráculas, halloweens e outras
assombrações importadas. Não imaginava, porem, o destino da filha,
Mariliz Marins. Ela gravou um CD no qual intitula-se Liz Vamp, personagem
que se identifica como fruto da união de Zé do Caixão com uma vampira.
Atualmente, Jose Mojica Marins e sua família dedicam toda sua energia
direcionada à carreira de Liz Vamp, a qual apostam que será a sucessora
do legado artístico do personagem Zé do Caixão, idealizado, criado e
magnificamente imortalizado por seu pai José Mojica Marins. Mariliz é
também artista plástica e centraliza todo este potencial nas artes
plásticas fazendo belas carrancas decorativas. Tem verdadeira adoração
por estes objetos, possuindo inclusive uma coleção delas confeccionadas
por ela mesma. As carrancas ou "figuras de proa" são esculturas de
madeira colocadas quase que obrigatoriamente nas antigas "Barcas do Rio
São Francisco" desde o início do século XIX. Traduzem-se como poderosos
monstros que espantam os maus espíritos das águas. Então, não por acaso,
a Coruja do Samba encerrará seu desfile trazendo na última alegoria da
Escola, além das demais composições, uma carranca como pano de fundo da
mesma.
Embalados na magia
do carnaval, vamos transformar nosso desfile numa singela homenagem ao
grande Paulistano Mojica. O desejo de vitória é grande, porém, maior é
à força de nossa comunidade que já se sente vitoriosa simplesmente pelo
fato de fazer parte atuante deste importante desfile no qual celebraremos
São Paulo, representando o Bairro do Grajaú e a região da Capela do
Socorro, na Zona Sul.
A Em Cima da Hora Paulistana abre suas portas e
afirma que aqui só alegria passará. Vamos juntos para a Avenida por que
quem reinará no nosso desfile, apenas não mais que nosso pavilhão, será
o paulistano José Mojica Marins... De São Paulo para o mundo.
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