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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. FLOR DE VILA DALILA - CARNAVAL 2003
Enredo: Embu de Todas as Artes

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

PROPOSTA

A comunidade de Vila Dalila, através de sua escola de samba traz com pura emoção para os braços do povo, a magia da cidade de Embu. Lenda, história, personagens, curiosidade e muito samba é a nossa proposta, pois, vamos passear por uma cidade, cuja diversidade cultural é o seu ponto alto tornando-a um importante centro de manifestações artísticas, é dessa forma que a Flor de Vila Dalila agradece e enaltece "Embu das Artes" por sua enorme contribuição ao povo brasileiro.

DESENVOLVIMENTO

Meio século depois da descoberta do Brasil, o aldeamento de Bohi, muito próximo à São Paulo de Piratininga era alcançado através de Itanhaém por jesuítas portugueses. A missão era catequizar os índios tupis, conta a lenda: "... o Padre Belchior de Pontes subiu de Itanhaém para o planalto com a incumbência de encontrar um local para fundar um colégio de jesuítas. Perdeu-se na caminhada de muitos dias pela mata inóspita e foi socorrido por um índio que o levou desfalecido para sua choça. O índios saiu para buscar água e não retornou mais. Encontraram-no morto e envolvido por uma grande cobra: M'Boy na língua guarani. O Padre Belchior então sepultou o índio conforme os costumes católicos e no mesmo lugar ergueu uma capela..." daí, originou o nome M'Boy, e mais tarde Embu.

A boa convivência entre indígenas e jesuítas favoreceu a ocupação da região por colonos que plantavam verduras naquele solo fértil e com a predominância do catolicismo, muitos desenvolveram a aptidão para as artes sacras. A partir do séc. XVII, já se viam quadros religiosos produzidos no local de excelente qualidade, mas a vocação artística da cidade começou a ser reconhecida com o santeiro Cássio M'Boy, que ganhou o primeiro grande prêmio na Exposição Internacional de Artes Técnicas em Paris (1937), Cássio foi precursor de vários artistas e recebia em sua casa expoentes do Movimento Modernista de 1922 e das artes em São Paulo, como Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Volpi.

Nos meados dos anos 50, Sakai de Embu aprendeu com Cássio as primeiras técnicas de escultura em terracota, suas máscaras o tornaram um dos maiores ceramistas-escultores brasileiros. Sakai formou um grupo de artistas plásticos que perpetua o movimento de artes na cidade, mais tarde, um dos alunos de Sakai trouxe o pintor e poeta pernambucano Solano Trindade para Embu em 1962, apelidado de "vento forte africano", contribuiu com pensamentos e cores da África, sendo também mentor de várias manifestações artísticas. O ano de 1964 não poderia ser melhor para o município: foi realizado o Primeiro Salão de Artes Plásticas, trazendo riquezas para o lugar, já que foi um evento de cunho nacional e internacional, trazendo vários artistas e conhecedores de artes consagrados, principalmente de solo francês.

No final dos anos 60, Embu entra no movimento hippie. Convidados pelos artistas locais, artesãos hippies passaram a freqüentar a cidade nos finais de semana e a expor seus trabalhos, como roupas exóticas e bijuterias nas ruas centrais, mas a natureza também compõe a arte, já que em 1973 surgiu um dos primeiros movimentos ecológicos brasileiros no Embu em defesa dos animais silvestres e flora, fundando a Sociedade Ecológica Amigos do Embu, que também despertou a idéia de famílias japonesas em criar a Feira do Verde que acontece na Praça da lagoa nos finais de semana.

Arte tem que ter galeria de arte e são mais de vinte exibindo aquarelas de várias regiões do Brasil, além de trinta e cinco lojas oferecendo peças do artesanato local. Os trinta antiquários e quarenta lojas de móveis rústicos são outras notáveis atrações, a maior concentração do ramo no país.

Nas delícias de Embu, a culinária é mundial e comer bem tornou-se uma questão de honra, e, ouvir a Banda Sinfônica Municipal que conta com sessenta músicos da região é um delírio musical. Para os olhos, a delicadeza das pedras preciosas e semi preciosas dão um toque sutil e histórico na feira da cidade, quando lembramos dos primeiros bandeirantes e mineradores.

Nosso passeio termina pela Festa de Adoração a Santa Cruz, realizada perto do Cruzeiro da Paz, onde devotos fazem todos os anos as suas comemorações entre os dias 17 e 19 de maio, através de promessas e agradecimentos. A cidade conhecida por sua famosa "Grande Feira" nos finais de semana, é um excelente ponto turístico e os vinte e sete quilômetros que a separam da capital, torna-se visita quase obrigatória nas Ruas N. S. do Rosário, Joaquim Santana e Largo dos Jesuítas, daqueles que amam a arte em todas as suas nuances.

Esta é Embu das Artes ou... Embu de Todas as Artes!

 


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