PROPOSTA
A comunidade de Vila Dalila, através de
sua escola de samba traz com pura emoção para os braços do povo, a magia
da cidade de Embu. Lenda, história, personagens, curiosidade e muito
samba é a nossa proposta, pois, vamos passear por uma cidade, cuja
diversidade cultural é o seu ponto alto tornando-a um importante centro
de manifestações artísticas, é dessa forma que a Flor de Vila Dalila
agradece e enaltece "Embu das Artes" por sua enorme contribuição ao povo
brasileiro.
DESENVOLVIMENTO
Meio século depois da descoberta do
Brasil, o aldeamento de Bohi, muito próximo à São Paulo de Piratininga
era alcançado através de Itanhaém por jesuítas portugueses. A missão era
catequizar os índios tupis, conta a lenda: "... o Padre Belchior de
Pontes subiu de Itanhaém para o planalto com a incumbência de encontrar
um local para fundar um colégio de jesuítas. Perdeu-se na caminhada de
muitos dias pela mata inóspita e foi socorrido por um índio que o levou
desfalecido para sua choça. O índios saiu para buscar água e não
retornou mais. Encontraram-no morto e envolvido por uma grande cobra:
M'Boy na língua guarani. O Padre Belchior então sepultou o índio
conforme os costumes católicos e no mesmo lugar ergueu uma capela..."
daí, originou o nome M'Boy, e mais tarde Embu.
A boa convivência entre indígenas e
jesuítas favoreceu a ocupação da região por colonos que plantavam
verduras naquele solo fértil e com a predominância do catolicismo,
muitos desenvolveram a aptidão para as artes sacras. A partir do séc.
XVII, já se viam quadros religiosos produzidos no local de excelente
qualidade, mas a vocação artística da cidade começou a ser reconhecida
com o santeiro Cássio M'Boy, que ganhou o primeiro grande prêmio na
Exposição Internacional de Artes Técnicas em Paris (1937), Cássio foi
precursor de vários artistas e recebia em sua casa expoentes do
Movimento Modernista de 1922 e das artes em São Paulo, como Oswald de
Andrade, Tarsila do Amaral e Volpi.
Nos meados dos anos 50, Sakai de Embu
aprendeu com Cássio as primeiras técnicas de escultura em terracota,
suas máscaras o tornaram um dos maiores ceramistas-escultores
brasileiros. Sakai formou um grupo de artistas plásticos que perpetua o
movimento de artes na cidade, mais tarde, um dos alunos de Sakai trouxe
o pintor e poeta pernambucano Solano Trindade para Embu em 1962,
apelidado de "vento forte africano", contribuiu com pensamentos e cores
da África, sendo também mentor de várias manifestações artísticas. O ano
de 1964 não poderia ser melhor para o município: foi realizado o
Primeiro Salão de Artes Plásticas, trazendo riquezas para o lugar, já
que foi um evento de cunho nacional e internacional, trazendo vários
artistas e conhecedores de artes consagrados, principalmente de solo
francês.
No final dos anos 60, Embu entra no
movimento hippie. Convidados pelos artistas locais, artesãos hippies
passaram a freqüentar a cidade nos finais de semana e a expor seus
trabalhos, como roupas exóticas e bijuterias nas ruas centrais, mas a
natureza também compõe a arte, já que em 1973 surgiu um dos primeiros
movimentos ecológicos brasileiros no Embu em defesa dos animais
silvestres e flora, fundando a Sociedade Ecológica Amigos do Embu, que
também despertou a idéia de famílias japonesas em criar a Feira do Verde
que acontece na Praça da lagoa nos finais de semana.
Arte tem que ter galeria de arte e são
mais de vinte exibindo aquarelas de várias regiões do Brasil, além de
trinta e cinco lojas oferecendo peças do artesanato local. Os trinta
antiquários e quarenta lojas de móveis rústicos são outras notáveis
atrações, a maior concentração do ramo no país.
Nas delícias de Embu, a culinária é
mundial e comer bem tornou-se uma questão de honra, e, ouvir a Banda
Sinfônica Municipal que conta com sessenta músicos da região é um
delírio musical. Para os olhos, a delicadeza das pedras preciosas e semi
preciosas dão um toque sutil e histórico na feira da cidade, quando
lembramos dos primeiros bandeirantes e mineradores.
Nosso passeio termina pela Festa de
Adoração a Santa Cruz, realizada perto do Cruzeiro da Paz, onde devotos
fazem todos os anos as suas comemorações entre os dias 17 e 19 de maio,
através de promessas e agradecimentos. A cidade conhecida por sua famosa
"Grande Feira" nos finais de semana, é um excelente ponto turístico e os
vinte e sete quilômetros que a separam da capital, torna-se visita quase
obrigatória nas Ruas N. S. do Rosário, Joaquim Santana e Largo dos
Jesuítas, daqueles que amam a arte em todas as suas nuances.
Esta é Embu das Artes ou... Embu de Todas
as Artes!
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