INTRODUÇÃO
No final do século XIX, a cidade de São
Paulo passava por grandes transformações, uma nova classe social, rica,
energia a partir das lavouras de café. Em 08 de dezembro de 1891 é
inaugurada a Avenida Paulista, que seria "O mais formoso e higiênico
passeio desta capital" conforme um cronista da época. Nela construiriam
seus palacetes, os chamados "Barões do Café".
Ao mesmo tempo a cidade abrigava um grande
número de imigrantes, principalmente italianos que traziam consigo a
tradição de amor pelas artes, principalmente pela ópera e pelo canto
lírico. Nesta época, apenas o Rio de Janeiro e Manaus possuíam um Teatro
Municipal. A classe mais culta e rica da cidade quando desejava assistir
grandes espetáculos, principalmente óperas, iam até Buenos Aires na
Argentina, os pobres contentavam-se com os espetáculos apresentados nos
acanhados teatros da Cidade, o São José, que seria destruído por um
incêndio em 1898, o Politeama, que apesar de ter recursos acústicos
considerados bons para a época não tinham condições de receber as
companhias estrangeiras quando de suas passagens pelos palcos da América
do Sul e do Rio de Janeiro. A elite paulistana da época estava habituada
a assistir grandes espetáculos na Europa.
Esta elite enriquecida com o café e com a
industrialização incipiente de São Paulo pressionou as autoridades da
época, para que fosse construído um Teatro Municipal à altura da riqueza
da cidade - finalmente, foi aprovada a construção. O local escolhido foi
a atual Praça Ramos de Azevedo. O projeto e execução da obra ficou a
cargo dos arquitetos Francisco de Paulo Ramos de Azevedo, Cláudio Rossi
e Domiciano Rossi, que por terem formação profissional européia,
principalmente francesa, basearam-se nos grandes teatros europeus,
principalmente na Ópera de Paris. Os melhores artesãos, em geral
italianos, moradores em São Paulo ou não, foram convocados e a obra teve
início em junho de 1903, sendo concluída em 1911.
Todo teatro de ópera que se preza tem os
seus fantasmas. O nosso Teatro Municipal não poderia ser diferente. Como
estamos no Brasil e, nós somos sempre os maiores, não temos apenas um,
mas, vários.
Cada curva, esquina, arco e labirinto
guarda também lendas e estórias vividas e imaginadas por gente que
freqüentou o teatro ou ali trabalhou por anos a fio.
Vamos conhecer agora, os fantasmas mais
populares:
Desde a fundação do teatro, o fantasma de
uma Mulher vive nos porões do Teatro. Ela aparece com as mãos postas
frente ao peito segurando um pequeno ramos de flores e cantando trechos
de óperas famosas, loira trajando um longo vestido branco e com um
chapéu de abas largas, surge por alguns instantes e desaparece, envolta
por uma tênue luz azul.
Certa noite, dois funcionários viveram um
fato estranho. Uma mulher toda de branco veio pelo corredor e entrou em
um dos banheiros. Tudo bem, se não passasse da meia noite e o teatro
estivesse quase vazio, apenas com os seus funcionários. Os homens
esperaram a retardatária sair, como a demora fosse muita, resolveram
verificar, abriram a porta do banheiro e qual não foi a surpresa: O
banheiro estava vazio - não havia ninguém lá dentro.
O outro fantasma surgiu já na década de
80, quando o zelador, repousava em sua cama, convalescendo de uma
operação, surgiu-lhe uma mulher loira, de cabelos tingidos, aproximou-se
de seu leito, pedindo-lhe um beijo. Reticente e assustado, o homem impôs
como condição que só lhe daria o beijo se ela nunca mais aparecesse. A
mulher se inclinou, recebeu um beijo no rosto e, desapareceu.
Há também um fantasma masculino, trata-se
de um fiscal de palco que depois de morto, vinha matar as saudades. Um
dia, alguém lhe perguntou se ele tinha alguma mágoa ou reclamação, a
figura moveu negativamente a cabeça. Ficou rondando por algum tempo e
desapareceu.
Vários funcionários, verificaram que altas
horas da noite, estranhos ruídos eram ouvidos no palco, boquiabertos,
viram a cortina abrir e fechar sem que ninguém a acionasse e ouviam
vozes de homens e mulheres cantando, como se participassem de um ensaio.
Certa vez, ouviu-se uma voz cantar no
palco, sem que ninguém tivesse entrado, dois dias após na mesma hora,
uma nova voz. Tal fato se repetiu por umas quatro ou cinco vezes, numa
hora em que o teatro estava vazio. Não havia ninguém no palco.
Certa vez haveria no Teatro, um Concerto
de Piano a quatro mãos. Depois que os dois pianos estavam colocados em
suas posições no palco, o afinador de pianos colocou-se entre os dois
pianos. De repente, um grito, todos saíram correndo para verificar o
ocorrido: o afinador estava caído no chão, apavorado, com uma cadeira ao
lado. A queda foi de susto, ele não fora atingido, a cadeira era do
foyer, localizado distante do palco, o afinador gritava: "Quiseram me
matar" - a cadeira estava toda arrebentada como tivesse sido arremessada
ao palco. Todo o Teatro foi examinado e nada foi encontrado.
Acredite Se Quiser.
HAMLET
Na luta pelo trono da Dinamarca, nasce a
figura universalmente conhecida de Hamlet, imortalizada por Shakespeare.
Fingindo-se de louco para não ser assassinado, ele tenta a justiça pela
morte de seu pai. O questionamento dessa justiça aparece em forma de
sonhos, levando-o a grande dúvida. "Ser ou Não Ser, Eis a Questão"
MADAME BUTTERFLY
A ópera Madame Butterfly significa amor na
sua doação total, sem questionamentos e cobranças. Apaixona-se por um
tenente americano que lhe jura amor eterno e abandona-a logo a seguir.
Promete a ela uma volta futura que nunca acontecera. Como fruto desse
amor, Butterfly tem um filho que vira ser reclamado pela esposa
americana do tenente.
LA TRAVIATA
Na figura de uma grande cortesã francesa,
desenrola-se um amor de perdição. Violeta, abdica do seu amor por
Alfredo no sentido de deixá-lo livre para a sociedade, através de um
pedido do pai dele. Com o passar do tempo a verdade vem à tona, embora
tardiamente, pois a doença já lhe tirava praticamente toda a vida.
MAESTROS
A música representa o cérebro e o coração
de uma Ópera e de uma Escola de Samba. Só atinge os seus plenos
objetivos quando bem conduzida por grandes Maestros e Mestres de
Baterias respectivamente. A sensibilidade e competência desses grandes
artistas, através da música, são os responsáveis por grandiosos
espetáculos.
O BARBEIRO DE SEVILHA
Na figura de fígaro, um grande
alcoviteiro, uma série de situações cômicas e enganadoras são
apresentadas para aproximar amada e amante e com isto afastar
pretendentes não desejáveis.
CARMEM
A ópera Carmem nos relata uma paixão
devastadora levando a um crime passional. A bela cigana, ao abdicar de
um ex amor e se apaixonar alucinadamente por um toureador, encontra a
morte trágica dentro da arena. A personalidade de Carmem, o fascínio
cigano e as belíssimas canções de Bizet colocam esta ópera entre as
preferidas do grande público.
FANTASMINHAS
Se verdadeiras ou não, as estórias de
fantasma nos grandes teatros sempre existiu. São tão importantes sob o
ponto de vista histórico quanto o próprio alicerce do edifício. As vezes
aterradoras, outras vezes cômicas, induzem-nos a fantasias e
imaginações. Com o intuito de torná-las suave e brandas, estão as
crianças personificando os fantasminhas.
AÍDA
Na grandiosidade do Antigo Egito
desenvolve-se uma história de amor inigualável. As diferenças raciais,
sociais e religiosas são ignoradas por Aída e Radamés. Condenado a ser
sepultado vivo por uma traição que não cometeu, Radamés e Aída acabam
vivendo dentro do sepulcro uma triste, porém, grandiosa história de
amor.
BAILARINAS
A dança é mais uma das artes presentes nas
Óperas e nos teatros. Completar, explica e imortaliza as grandes
histórias. Vai do clássico ao popular sem perder a originalidade, o
fascínio e a grandiosidade.
A bailarina clássica dignifica e ajuda a
explicar belíssimos trechos musicais. As baianas neste enredo refletem
estas bailarinas.
O GUARANI
Cecília e Peri ignoram todos os desníveis
que os separam socialmente e culturalmente, vivendo um grande amor.
O índio Peri prova aos fidalgos sua
honestidade e fidelidade a Ceci denunciando complôs para Seu Antonio de
Mariz.
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