Muitos
se surpreenderam com a promoção da Morro da Casa Verde para o Grupo Especial
em 2000. Mas o que poucos sabiam é que a Morro é uma das escolas de samba mais
tradicionais da cidade, tanto que participou do primeiro desfile organizado em
São Paulo, em 1968.
A escola, na verdade, é uma dissidência da Unidos da Casa Verde, que deixou de
existir em 1963. A Morro da Casa Verde iniciou sua vida na Passarela no final
dos anos 60, fundada pelo o Sr. Zezinho de Nazareth, o Zé do Banjo, um dos
sambistas mais respeitados nas rodas de samba de São Paulo. Na
década de 70, oscilou entre os grupos I e II. Nos anos 80, teve uma recaída e
ficou entre os grupos II e III. Nos anos 90, com a morte de Zezinho
do Banjo (91), sua filha Laurinete Nazaré da Silva (Dona Guga) assumiu a presidência, com
o auxílio de filhos e netos e a escola começou a se reerguer, passando a
desfilar nos grupos II e I, chegando em 2000 ao grupo especial com o vice-campeonato
no Grupo 1 de 1999. A escola foi campeã, em 95, pelo grupo III, e, em 71 e 93,
pelo grupo II.
Um fato que marcou muito aconteceu no ano de 1986, quando faltava uma semana
para o carnaval e a escola realizava seu último ensaio antes do desfile. A
Comissão de Frente era chefiada pela mãe de Dona Guga que estava doente e
pediu para ver o ensaio. Claro que foi atendida, mas durante o ensaio,
emocionou-se muito, não suportou e faleceu.
A história da escola, que é também uma escola dirigida por gerações de uma
mesma família, a exemplo da Nenê da Vila Matilde e Leandro de Itaquera, teve
momentos marcantes. Não fosse a teimosia e a garra de Dona Guga, uma das
fundadoras da escola, talvez hoje a Morro da Casa Verde não estivesse
desfilando nas passarelas do samba, já que chegou a ser ameaçada de extinção pelo seu fundador, que não
agüentava mais ver a sua escola tão por baixo, já que chegou a estar no Grupo
3.
Antes de 2000 a morro participou do desfile principal em 1972 e de 1974 a 1977. Outras grandes
personalidades da escola são os compositores Zeca da Casa Verde, que também
fez parte da Rosas de Ouro, Talismã, do Camisa Verde e Nelson Dalla Rosa, um
dos autores do samba da Mangueira campeã de 1998.
As cores da escola foram escolhidas pelo seu fundador, Sr. Zézinho do Banjo.
Ele era Mangueirense e resolveu homenagear sua escola de coração, daí a
origem das cores verde e rosa. O nome da escola, Morro da Casa Verde, se deve ao
fato de, na época da fundação, no local onde ela nasceu, havia uma ponte de
madeira e ao chegar na ponte, só existia uma casinha, bem no "morro de cor
verde". Da mesma origem é a idéia do emblema da escola.
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