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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. X-9 PAULISTANA - CARNAVAL 1997
Enredo: Amazônia, a Dama do Universo

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

Mulheres lendárias da mitologia grega, sem contato com sexo oposto, a não ser para acasalamento, guerreiras, artisticamente representadas a cavalos, armadas de arco e lança, machadinhas de combate e escudo. Lenda originada durante o século XVI, época em que o explorador espanhol, Francisco Orellana, ao descer o rio, combateu com uma tribo guerreira de mulheres Amazonas, originando o nome do rio e da região.

Os colonizadores, encantados pela beleza natural da região, não tinham como adjetivar um lugar como a Amazônia, tanto da sua estrutura física, quanto do que ela tem a oferecer. O "inferno verde", assim chamada, convive paralelamente, com os problemas como: as doenças tropicais, desmatamentos e as queimadas. Uma floresta, cheia de perigos, mistérios, espetáculos visuais, turismo inovador e cenários tipicamente europeus, a exemplo, temos na época, o Teatro Amazonas, em Manaus, construído no início do século, com materiais importador, e paradoxalmente, pela cobiça selvagem da região.

Desde 1827, o estado do Amazonas que já não havia sequer ascendido à condição de província, já mandava para o exterior, o látex, extraído de seringueiras nativas que começou a tomar impulso a partir de 1844, quando Charles Goodyear, inventou o processo de vulcanização. No final do século passado, disparou: com a invenção do pneumático, passou a ter largo emprego, nas rodas de vários tipos de veículos. Manaus viveu um esplendor, que parecia não ter mais limites: luz, telefone e alguns itens que caberiam perfeitamente no "Guiness Book of Records", passaram a fazer parte da cidade. Maior porto flutuante do mundo, um dos dois outros teatros, mais bem equipados do planeta, dinheiro em abundância; barões do látex, edificaram uma região mais ligada à Europa, do que ao resto do país. Assistia-se no original, o repertório da Comédia Francesa, leite da Holanda era tomado, e o mais banal da "finesses" era mandar lavar as camisas em Portugal.

Tudo da região que se consumia, era importado da Europa; e para o folclore da época, ficaram episódios ligados aos seringalistas mais abastados, de riqueza duvidosa, e, poder que acendiam seus legítimos havanas com notas de Dez Mil Réis. Bom demais, durou pouco, em 1876 um inglês tinhoso, Henry Wickhary, que passava pela Amazônia, captou o bom estoque de mudas de seringueiras, e passou a racionalmente cultivá-las na Ásia, e a partir de 1912, passou a comercializar este produto.

Dentro dos seus mistérios e lendas, encontramos a Mãe D'água, a protetora dos rios. A valente guerreira Dinahí, enviada de Monã, enciumava o povo, e só era compreendida pelo pajé. Pelas mulheres, era invejada pela sua beleza, pelos homens, amaldiçoada, pela sua coragem. Repudiada até mesmo pelos seus familiares, por acharem injustiçados dos céus; atocaiada, pôr um grupo de Mura, e jurada de morte, Dinahy, lutou com ouvido de onça. e faro de veado, derrotando seus irmãos, acabando por matá-los.

Cansada e perseguida por caminhos intermináveis, foi dominada pelos guerreiros do tuxuara, amarrada e atirada às águas do Negro rio, na presença do Amazonas, o rio cor de barro. A natureza se ressentiu, cardumes se agitaram, floresta silenciou, chuva caia como pranto. A lua prateava de escamas, o encontro das duas águas. Dinahy, foi transformada na mãe d'água, a protetora dos igarapés, lagos e rios.

A lenda do guaraná, fixou-se entre os rios Tapajós e Madeira, fruto extrativado e afrodisíaco. A história dos "filhos do guaraná", os Saterê-Maué, se assemelha com as passagens bíblicas de Canaã - a Terra Prometida - e a de Cristo, Salvador da humanidade Apiaká, voltaram a atacar os Saterê-Maué, estes por sua vez, contavam com Cerrá Iwató, jovem e poderoso, que ajudou a conquistar a vitória e tornar-se líder da tribo.

Porém, através do "dono do mato", transformado em surucucu, a mais venenosa da Amazônia, que atocaiou o guerreiro, escondida no ouriço de castanha. Com sua morte, com funeral sob grandioso ritual, e o seu corpo enterrado em solo fértil, e o choro de sua mãe, que regava o solo encharcando a terra, o chão virou sagrado, por causa das lágrimas de amor, ao seu filho plantado; ai deu origem ao guaraná, do olho esquerdo, nasceu o Uaranã-Saag(falso), para enganar o inimigo, e proteger o irmão; o outro Uaranãa-Céce(bom), para trazer saúde, energia, coragem. Mauê dizia que sua terra era prometida, com qualidades terapêuticas da floresta, e o guaraná, tornou-se mundialmente conhecido, por causa da Coca Cola Internacional.

O folclore da região amazônica, é um dos mais ricos e diversificados do Brasil. os elementos básicos, são a natureza e o misticismo. Repleto de lendas, músicas, danças e superstições. As manifestações culturais, são difundidas anualmente, através dos festivais folclóricos de Manaus e Parintins em junho. Os nordestinos, foram os que trouxeram para o Amazonas, o auto do bumba-meu-boi, acometidos da "febre da borracha". O festival do boi em Parintins, hoje se destaca; calor humano, torcidas, a cidade se envolve num verdadeiro clima de fantasia, colorida pelo vermelho do 'Boi Garantido' e pelo azul do 'Boi Caprichoso'. As marchas as toadas, as ricas vestimentas, altamente produzidas, podem ser vistas no Bumbódromo.

Pode-se dizer, que a Amazônia, se reservam as grandes conquistas e progressos que a ciência moderna propiciará ao mundo. A virada do século se aproximava, e a ciência reservava-se, algo inacreditável nos
próximos tempos. Amazônia, uma região com grandes áreas ainda virgens, é uma potencialidade econômica fantástica e fatalmente se constitui num laboratório natural, a todo avanço e conquista científica. Amazônia cotada como uma região, com possibilidades de solucionar muitos problemas do resto do mundo, potencialmente capacitada, falta-nos apenas descobrir, utilizar de forma racional, em benefício da humanidade. Devemos lutar contra as queimadas, o desmatamento indevido, e as preocupações irregulares da Terra. Devemos lutar a favor de uma Amazônia progressiva e racional.

O futuro até pode ser uma incógnita, mas um presente planejado, poderá proporcionar um porvir de sucesso.
Esse futuro, representa uma alvorada de esperanças, para a humanidade, tendo em vista que o Gigante do seu sono secular, já começou a despertar.

 


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