Mulheres
lendárias da mitologia grega, sem contato com sexo oposto, a não ser
para acasalamento, guerreiras, artisticamente representadas a cavalos,
armadas de arco e lança, machadinhas de combate e escudo. Lenda
originada durante o século XVI, época em que o explorador espanhol,
Francisco Orellana, ao descer o rio, combateu com uma tribo guerreira de
mulheres Amazonas, originando o nome do rio e da região.
Os
colonizadores, encantados pela beleza natural da região, não tinham
como adjetivar um lugar como a Amazônia, tanto da sua estrutura física,
quanto do que ela tem a oferecer. O "inferno verde", assim
chamada, convive paralelamente, com os problemas como: as doenças
tropicais, desmatamentos e as queimadas.
Uma floresta, cheia de perigos, mistérios, espetáculos visuais,
turismo inovador e cenários tipicamente europeus, a exemplo, temos na
época, o Teatro Amazonas, em Manaus, construído no início do século,
com materiais importador, e paradoxalmente, pela cobiça selvagem da
região.
Desde
1827, o estado do Amazonas que já não havia sequer ascendido à condição
de província, já mandava para o exterior, o látex, extraído de
seringueiras nativas que começou a tomar impulso a partir de 1844,
quando Charles Goodyear, inventou o processo de vulcanização. No final
do século passado, disparou: com a invenção do pneumático, passou a
ter largo emprego, nas rodas de vários tipos de veículos. Manaus viveu
um esplendor, que parecia não ter mais limites: luz, telefone e alguns
itens que caberiam perfeitamente no "Guiness Book of Records",
passaram a fazer parte da cidade. Maior porto flutuante do mundo, um dos
dois outros teatros, mais bem equipados do planeta, dinheiro em abundância;
barões do látex, edificaram uma região mais ligada à Europa, do que
ao resto do país. Assistia-se no original, o repertório da Comédia
Francesa, leite da Holanda era tomado, e o mais banal da "finesses"
era mandar lavar as camisas em Portugal.
Tudo
da região que se consumia, era importado da Europa; e para o folclore
da época, ficaram episódios ligados aos seringalistas mais abastados,
de riqueza duvidosa, e, poder que acendiam seus legítimos havanas com
notas de Dez Mil Réis. Bom
demais, durou pouco, em 1876 um inglês tinhoso, Henry Wickhary, que
passava pela Amazônia, captou o bom estoque de mudas de seringueiras, e
passou a racionalmente cultivá-las na Ásia, e a partir de 1912, passou
a comercializar este produto.
Dentro
dos seus mistérios e lendas, encontramos a Mãe D'água, a protetora
dos rios. A valente guerreira Dinahí, enviada de Monã, enciumava o
povo, e só era compreendida pelo pajé. Pelas mulheres, era invejada
pela sua beleza, pelos homens, amaldiçoada, pela sua coragem. Repudiada
até mesmo pelos seus familiares, por acharem injustiçados dos céus;
atocaiada, pôr um grupo de Mura, e jurada de morte, Dinahy, lutou com
ouvido de onça. e faro de veado, derrotando seus irmãos, acabando por
matá-los.
Cansada
e perseguida por caminhos intermináveis, foi dominada pelos guerreiros
do tuxuara, amarrada e atirada às águas do Negro rio, na presença do
Amazonas, o rio cor de barro. A natureza se
ressentiu, cardumes se agitaram, floresta silenciou, chuva caia como
pranto. A lua prateava de escamas, o encontro das
duas águas. Dinahy, foi transformada na mãe d'água,
a protetora dos igarapés, lagos e rios.
A
lenda do guaraná, fixou-se entre os rios Tapajós e Madeira, fruto
extrativado e afrodisíaco. A história dos
"filhos do guaraná", os Saterê-Maué, se assemelha com as passagens bíblicas
de Canaã - a Terra Prometida - e a de Cristo, Salvador da humanidade
Apiaká, voltaram a atacar os Saterê-Maué, estes por sua vez, contavam
com Cerrá Iwató, jovem e poderoso, que ajudou a conquistar a vitória
e tornar-se líder da tribo.
Porém,
através do "dono do mato", transformado em surucucu, a mais venenosa da
Amazônia, que atocaiou o guerreiro, escondida no ouriço de castanha.
Com sua morte, com funeral sob grandioso ritual, e o seu corpo enterrado
em solo fértil, e o choro de sua mãe, que regava o solo encharcando a
terra, o chão virou sagrado, por causa das lágrimas de amor, ao seu
filho plantado; ai deu origem ao guaraná, do olho esquerdo, nasceu o Uaranã-Saag(falso), para enganar o inimigo, e proteger o irmão; o
outro Uaranãa-Céce(bom), para trazer saúde, energia, coragem. Mauê
dizia que sua terra era prometida, com qualidades terapêuticas da
floresta, e o guaraná, tornou-se mundialmente conhecido, por causa da
Coca Cola Internacional.
O
folclore da região amazônica, é um dos mais ricos e diversificados do
Brasil. os elementos básicos, são a natureza e o misticismo. Repleto
de lendas, músicas, danças e superstições. As manifestações
culturais, são difundidas anualmente, através dos festivais folclóricos
de Manaus e Parintins em junho. Os nordestinos, foram os que trouxeram
para o Amazonas, o auto do bumba-meu-boi, acometidos da "febre da
borracha". O
festival do boi em Parintins, hoje se destaca; calor humano, torcidas, a
cidade se envolve num verdadeiro clima de fantasia, colorida pelo
vermelho do 'Boi Garantido' e pelo azul do 'Boi Caprichoso'. As
marchas as toadas, as ricas vestimentas, altamente produzidas, podem ser
vistas no Bumbódromo.
Pode-se
dizer, que a Amazônia, se reservam as grandes conquistas e progressos
que a ciência moderna propiciará ao mundo. A virada do século se
aproximava, e a ciência reservava-se, algo inacreditável nos
próximos tempos. Amazônia, uma região com
grandes áreas ainda virgens, é uma potencialidade econômica fantástica
e fatalmente se constitui num laboratório natural, a todo avanço e
conquista científica. Amazônia cotada como uma
região, com possibilidades de solucionar muitos problemas do resto do
mundo, potencialmente capacitada, falta-nos apenas descobrir, utilizar
de forma racional, em benefício da humanidade. Devemos
lutar contra as queimadas, o desmatamento indevido, e as preocupações
irregulares da Terra. Devemos lutar a favor de uma
Amazônia progressiva e racional.
O
futuro até pode ser uma incógnita, mas um presente planejado, poderá
proporcionar um porvir de sucesso.
Esse futuro, representa uma alvorada de esperanças, para a humanidade,
tendo em vista que o Gigante do seu sono secular, já começou a
despertar.