Minha história vou contar
Meu canto africano é oração
Evocação das forças ancestrais
No baobá, a minha herança
Onde a dor reluzia na pele branca
Negro chorou, ah chorou
Um lamento pelo vento ecoou
E a coragem a me guiar
Escravizado rumo ao desconhecido
Axé, o poder da fé
Jamais será vencido
Sob os olhos da noite
um clamor de esperança Ô, ô, ô
Sonhos aprisionados, tristeza no ar
No oceano a navegar
Resistência
Essência da negra raiz
Na força da luz ancestral
trilho o meu caminho, busco o ideal
Junto ao meu povo, quebrei correntes
Deixei lições, plantei sementes
E enfim
Um quilombo floresceu
Minh'alma entrego a ti
Cumprindo assim a missão
E nas ondas sagradas do mar
Sou Carukango a te encontrar
Inaê, Janaína
Iemanjá, pros seus braços eu vou
Iracema, o meu grande amor
Sou mais um guerreiro a bater o seu tambor.
|