
Introdução
Na magia do carnaval, a S.R.C.E.S. Iracema Meu Grande Amor vem contar a história de um grande guerreiro africano. A índia do Samba pede Agô as forças celestiais, para trazer para a Vila Esperança, a trajetória de Carukango, o Principe dos Escravos.
Antigamente, os orixás eram adorados por homens. Homens esses que se entregavam aos orixás devido a sua sabedoria, poder e força. De lugar em lugar, cada história foi se espalhando, e a cada terreiro cultuado. E assim, as lendas foram se difundindo, onde transmitidas de geração em geração são dignas de homenagens.
Nosso samba hoje ecoa na avenida em forma de batuques africanos para revelar aos quatro cantos deste país a cultura dos nossos ancestrais. Baseados em lendas, mitos e episódios históricos, reverenciaremos nossa história na forma mais viva que conseguirmos, em uma grande manifestação cultural.
Sinopse
No Orun a beleza do universo
No Ayie, a riqueza da terra
Minha Alma se faz presente
Tenho muitas histórias a lhes contar
Muito prazer, eu sou Carukango
Guerreiro, Feiticeiro.
O Principe dos Negros
E minha odisseia eu vou contar...
Tudo começou lá na Mãe África
Em meu Baobȧ Mocambiquel
Meu povo em guerra
O negro valente de um lado lutou
O grito de lamento ecoou
O Branco europeu então o escravizou
E por dor negro chorou
Seguindo ao novo destino
Mergulhamos em um mar de sofrimentos
Meu povo aprisionado
E assim dias, pois dias
Todos escravizados
Na Escuridão e acorrentados
Todos clamando sua Fé
Enquanto sentia o balanço do mar
Minha pele chorava o vermelho
Aportamos no desconhecido
Na ilha do sofrimento
Lugar onde o comércio era negro.
Homens, Mulheres, Reis e Rainhas
Fomos todos vendidos
Mas eu, mesmo meio corcunda e coxo, lutei
Não me deixei escravizar, liderei
Bravos fomos seguindo o nosso caminho
Fui à ponte entre os dois lados
A Luz que vem do antepassado
Resistindo a esta nova cultura
Questionei, uni e formei opiniões
Fiz rebelião
E com meus companheiros, fugimos...
Na união, invadimos e fizemos morada
As montanhas da Serra do Deitado
Lá, com muita cooperação um legado surgiu
E o meu Quilombo se formou
A fama de meu quilombo explodiu
Entre fugas e atritos.
Com a união do meu povo e do tempo
Tornamo-nos o mais forte e maior
Almejei a sonhada liberdade
Com muita bravura e emoção fui para guerra
Ataques, muitos foram os ataques.
Foi um massacre aos Quilombolas.
Fui linchado, esquartejado e massacrado
Na consciência me entrego de cabeça erguida
Na batalha.... Entreguei minha própria vidal
Ha céu aberto meu corpo ficou
Num sopro, no rio jorrou
Ó Sagrado Ancestral
Em minha alma tenho o primordial
Negro do solo puro e real
E foram nas sagradas águas
Que a liberdade enfim conquistei
E para os braços de Yemanjá. (Conhecida como Ynaê e Janaina), voltei
E um ser de luz me tornei
De volta África, valente Quilombo,
Principe Guerreiro. Axé, Axé, Axél
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