::.. CARNAVAL 2002 - S. ROSAS DE OURO................................
FICHA TÉCNICA
Data:  09/02/2002
Ordem de entrada:  4
Enredo:  O Pão Nosso de Cada Dia
Carnavalesco:  Raul Diniz
Grupo:  Especial
Classificação:  3º
Pontuação Total:  199,5
Nº de Componentes:  3500
Nº de Alegorias :  não consta
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Eduardo Basílio
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre Zuca
Intérprete:  Polenghe do Cavaco
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  Luciana, Bruna e Josê
Mestre-Sala:  Pascoal
Porta-bandeira:  Ana Paula Reis
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

ROSAS DE OURO
COMPOSITORES: Marcelo Dias/ Gudi/ Junior/ Silas Augusto/ Ricardinho/ Baqueta

 

Desde que o senhor criou o mundo

O homem se dispôs a trabalhar... pra se alimentar

Seu suor envolvido com garra

Fez a semente germinar

O trigo abençoado pelo criador

Gerou cobiça entre as civilizações

Sua trajetória tropeçou na ignorância da humanidade

Sob um juramento, uma esperança

Caminhou rumo a felicidade

 

Na França uma cultura se desenvolveu

Cara feia era fome, só o rico é que comeu

Maria Antonieta não teve perdão

"comA brioches" quem não tem seu próprio pão

 

Trazido pelos portugueses ao Brasil

NA SUA CRENÇA evoluiu

Tornou-se a base da alimentação

E a ROSAS, respeitando o gosto de vocês

Seja um pão doce ou pão francês

Comemora 30 ANOS de alegria

Sambando vamos agradecer

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

 

Vem sentir amor

O meu sabor no seu paladar

Vem me dê a mão

QuE eu faço um pão

Pra "massa" inteira alimentar.

 

SINOPSE DO ENREDO
Carnavalescos
Carnavalescos: Raul Diniz

 

Gênesis, capítulo III: Quando Deus expulsou Adão do Paraíso falou:

“Com o suor do seu rosto comerás o pão, até que voltes à terra donde foste tirado...”

 

TRIGO, A BASE DAS CIVILIZAÇÕES

Ao longo de toda a sua história o homem, contrariando a sua formação nômade e hábitos de bom caçador, teve de conquistar lenta e duramente a sua posição no ambiente, seja adaptando-se a ele ou modificando-o.

 

A história da civilização deu um salto quando o homem primitivo, sentindo a caça escassear na terra, abrandou sua fome como os animais, comendo raízes, sementes e bolotas de carvalho.

 

Alguns grãos, no entanto, chamaram especialmente sua atenção porque realmente matavam sua fome. Na medida em que a inteligência do homem primitivo evoluía, este notava que a pasta do grão molhada facilitava a mastigação, sem o trabalhoso ato de mastigar o grão duro para engoli-los. Além do mais, a simples pasta de grãos, após secar ao sol, tornava-se um alimento cada vez mais importante.

 

Uma fermentação acidental, na pasta de trigo, resultou no seu crescimento. A massa foi assada e o resultado foi surpreendente, em termos de alimento: cresceu e tinha um bom paladar.

 

Na base das grandes civilizações, está a cultura de um cereal básico. Graças à Grande Mãe Terra, o trigo semeado, após meses de espera, oferecia alimento suficiente para um ano novo. Todos na comunidade celebravam o “milagre”, que se repetia ano após ano, como uma dádiva da grande deusa. As mulheres descobriram, há mais de 6.000 anos, o nascimento da agricultura que o homem aprendeu a cultivar, modificando a face do planeta.

 

O PÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Viajando através da história, o pão já havia se tornado tão importante, como alimento, que era oferecido como sinal de boas vindas no acampamento de Abrahão. Tanto era, que para cada viajante que chegava, ele ordenava, à sua esposa Sara, que colhesse trigo, moesse um pouco de farinha e fizessem pães para os recém-chegados. Esses homens eram os Anjos vingadores, enviados pelo Senhor para destruírem as cidades pecadoras de Sodoma e Gomorra.

 

Os grandes cultores da fabricação de pães foram os egípcios, com quem os romanos aprenderam e incrementaram as formas de tratar o trigo e de panificar. O pão era tão importante como alimento que o trigo, seu cereal de origem, era guardado a sete chaves e servia como medida da opulência de uma nação. As conquistas dos romanos tinham como um dos objetivos principais, saquear paióis e remeter o trigo para a orgulhosa Roma.

 

Os bárbaros, que conquistaram o Império Romano, determinavam que seus guerreiros tomassem primeiro as padarias, e depois as cidades. Era a garantia de alimento farto para seus exércitos.

 

Os padeiros domésticos, chamados “pistores”, faziam pães com o formato de um deus, ou se procurava dar-lhe feição do chefe da casa; somente os nobres poderiam ter padeiros domésticos e usar trigo moído. O povo menos abastado comiam pães com outros tipos de cereais abundantes na época, como centeio ou outra semente seca moída.

 

O tempo nos leva a um período muito crítico, onde o homem regrediu em sua cultura e entrou em estado de escuridão. O trigo era escasso, era privilégio dos senhores do castelo e o homem sentiu fome porque em sua dependência do trigo, desaprendeu a fazer pão com outros cereais existentes. A cultura material regrediu tanto que o pão voltou a tornar-se pobre e grosseiro, quase ao nível das papas pré-históricas.

 

Aprendendo supersticiosamente dos bruxos e feiticeiros, que a terra era a “mãe e a origem” de tudo, misturavam-na com palha, bolotas de carvalho e sangue de porco, assavam e a comiam como se fosse pão real.

 

Mal alimentada e ignorante, a população da Europa foi vitimada por pragas que quase a dizimaram completamente.

 

Saindo da sombra, a humanidade começa a se recompor e já despontam os primeiros sinais de um novo processo de civilização aculturada; desfazem-se os feudos, os pães começam a ser fabricados sob um juramento de qualidade feito em praça pública. Tudo dentro do prometido, a opulência multiplicam as padarias, pães mais elaborados são encomendados pelos Reis e suas Cortes e já começam a surgir as massas de sabor adocicado com mel de abelhas nas padarias.

 

A confeitaria dos bolos e doces tem seu grande impulso na França, onde comunas, vilas e povoados começam a dar preferência aos seus próprios pães típicos. O pão é usado para tudo.

 

Apesar de tudo, o povo está ficando muito pobre para comprar, e a fome mostra, outra vez, sua cara feia para a brilhante Europa.

 

Agravam-se os problemas de alimentos na França e uma frase infeliz, de Maria Antonieta, detona a histórica revolução que alterou os destinos de quase toda Realeza.

 

Simplesmente porque disseram a Maria Antonieta que o povo tinha fome, que não podia comprar pão, e era iminente uma explosão popular contra o luxo da Corte. Sua resposta, a gota d’água que detonou a Grande Revolução Francesa e custou-lhe a própria vida: “Se o povo não pode comer pão, que coma brioches”.

 

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Trazidos pelos primeiros colonizadores portugueses, o trigo moído se transforma em farinha que, por sua vez misturada com água e fermento, vira massa. Arredondado ou alongado, doce ou salgado e assado no forno, o pão é a base da alimentação para muitos povos, principalmente o nosso. Com os portugueses também vieram as superstições e tradições sobre o novo alimento.

 

A fabricação do pão, com suas cerimônias, cruzes na massa, ensalmos para crescer, afofar, dourar a crosta, foram correntes no Brasil, na proporção em que se cozia nas residências. Passando para as padarias, a superstição foi desaparecendo. Resta ainda, em alguns lugares a proibição de atirar o pão fora, deixá-lo cair propositadamente, não o reerguer, benzendo-se com ele – símbolo da vida e guarda do espírito do Senhor na hóstia.

 

Quando ele cai da mão sem querer, alguém da família está passando necessidade. Dizem ainda: “O pão não se arremessa, pousa-se; não se corta: parte-se; se cair no chão apanha-se e beija-se. Ao pão há sempre associada uma idéia de religiosidade, pagã ou cristã.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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