Foi fundada em 1971 na Vila Brasilândia por um grupo de quatro amigos
que gostavam de animar as partidas do Glorioso da Brasilândia (time de
várzea da capital paulista), entusiasmados com a aceitação do público
que crescia a cada dia, resolveram fundar um Escola de Samba na Vila
Brasilândia. Para realizar esse projeto e participar do primeiro
desfile, os mesmo arrecadaram fundos junto aos comerciantes da região.
Esse grupo era formado por José Luciano Thomaz da Silva, João Roque
Cajé, José Benedito da Silva (Zelão) e o seu eterno presidente
Eduardo Basílio, que permanece à frente da escola até hoje e dá nome
à sua quadra, a mais bem estruturada de São Paulo.
Em 1970 a escola desfilou apenas para apresentação. Com a fundação
da Sociedade Rosas de Ouro em 18 de Outubro de 1971, a escola passou a
desfilar oficialmente classificando-se em 9º lugar do Grupo III no
carnaval paulista, tendo como enredo a "História da Vila Brasilândia"
Desde que nasceu, a Rosas de Ouro adotou um só esquema de trabalho: a
organização. Seus fundadores, desde os campos da várzea, tinham em
mente uma escola-empresa, que gerasse seus próprios recursos para os
desfiles de carnaval. E um dos primeiros passos dados nesse sentido foi
a luta por uma quadra, atualmente sediada na Freguesia do Ó. A escola
deu força total ao lado empresarial, por volta de 1977, quando o
processo de amadurecimento aconteceu, com a vinda de sambistas de outras
agremiações.
Seu nome, "Rosas de Ouro" foi tirado de um símbolo instituído
pelo Papa Leão XXIII, formado por 3 rosas de ouro maciço. Dignidade
concedida pelo Vaticano, somente a personalidades do sexo feminino e a
templos ou santuários particulares importantes. No Brasil, a Princesa
Isabel, foi a primeira pessoa a ser agraciada com essa honraria, por
ocasião da assinatura da "Lei Áurea", em 1888 e, em simpatia
a esses dados históricos, a Escola de Samba foi batizada por Sociedade
Rosas de Ouro.
De início suas cores deveriam ser o rosa e o branco, porém, durante os
preparativos para o carnaval de 1972, a irmã do Sr. Luciano (fundador)
foi comprar tecidos cor de rosa e encontrou uma grande liquidação de
tecidos na cor azul turquesa, e arrematou tudo, ficando o conjunto da
escola com predominância do azul, além do rosa. A partir daí a cor
azul passou a fazer parte da escola.
No início o espaço físico, era pequeno para abrigar o grande número
de componentes e simpatizantes, Eduardo Basílio sabia que para a escola
crescer, necessitava de uma estrutura básica. Lutou com obstinação
durante anos, e no final de 1979 foi inaugurada uma das maiores quadras
e Escola de Samba do país, situada na Freguesia do Ó. Com
uma grande estrutura e um amplo estacionamento, este complexo está
totalmente equipado para abrigar "Mega-Eventos".
Sua acensão foi meteórica. No carnaval de 1972, a escola fez um belo
desfile, e ganharia o carnaval daquele ano, não fosse a perda de 40
pontos de punição, isto porque ao chegar na avenida, a diretoria da
escola não avisou à comissão organizadora do carnaval que a escola
estava pronta e concentrada para desfilar. Nada mal para uma escola recém-fundada.
Em 1974, ganhou o Segundo Grupo e subiu para o grupo principal em 1975,
também foi o primeiro ano em que o samba da escola era de autoria de
Zeca da Casa Verde. Em sua primeira aparição entre as grandes, ficou
com o vice-campeonato. Seus sambas, nos primeiros anos de existência,
foram feitos pelo compositor Zeca da Casa Verde. Em 1983 veio a alegria
maior para os componentes da "Roseira" (apelido carinhoso da
escola): o campeonato, com o enredo "Nostalgia", último samba
que Zeca da Casa Verde fez para a escola, e que era uma volta à São
Paulo do começo do século XX.
A cidade de São Paulo, aliás, é o tema preferido dos enredos da Rosas
de Ouro. Já foram apresentados na avenida a célebre Faculdade de
Direito do Largo São Francisco (enredo do bi-campeonato em 84), a
Avenida São João, os vários povos de toda a parte do Brasil e do
mundo que fizeram da cidade seu novo lar, o final de semana típico de
um paulistano, a evolução da cidade através dos tempos, a gastronomia
de Sampa, personagens como os Demônios da Garoa e Paulo Machado de
Carvalho e até uma visão futurística de como seria a cidade cem anos
depois.
É a escola favorita da classe média paulistana que, em mais de 25 anos
desfilando no Grupo Especial, nunca ficou abaixo da sexta colocação.
Em 1995, a Escola Rosas de Ouro criou grandes projetos: "Samba se
Aprende na Escola" e "Rosas de Ouro do Amanhã", que têm
como objetivo o trabalho social com as crianças carentes da comunidade.
Procurando resolver o problema dos menores carentes, a escola retira as
crianças das ruas, procurando levá-las para a quadra. "O que mais
nos orgulhamos é que no bairro não existem crianças nos semáforos",
diz o presidente e fundador da escola, Eduardo Basílio. "Tiramos
todas as crianças das ruas". As senhoras que fazem parte da ala
das baianas, promovem festas e concursos o ano inteiro, formando um
grupo de convívio para as pessoas da terceira idade.
Além
de escola de samba, a Rosas de Ouro é também uma empresa. Com um site
na Internet (www.sociedaderosasdeouro.com.br),
um departamento equipado com microcomputadores e alguns funcionários,
mantém uma agenda de apresentações durante o ano todo, no Brasil e as
vezes no exterior. Possui também um ateliê de costura que ajuda
substancialmente nas despesas do desfile.
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