A
trajetória de Caio de Alcântara Machado, nascido em São Paulo em 30 de
abril de 1926 é um resumo da história do empreendimento no Brasil.
Enquanto
a cidade crescia, o gênio inovador de Caio já iniciava suas conquistas
firmadas num único ideal: o de sempre fazer o que lhe dava prazer. Para
ele, quem faz o que gosta, faz bem e “acerta na mosca”.
Sua
fórmula pessoal foi e é vencedora. Nunca deixou de promover e vender
suas idéias no mundo dos negócios onde se definiu como um dos primeiros,
senão o primeiro, homem no Brasil a pensar num mercado com dimensões
globais, buscando instrumentos modernos para suas idéias fluírem com
mais intensidade e eficácia.
O
HOMEM DA PROPAGANDA
Caio
sempre teve um carisma fantástico e logo se destacou entre os estudantes
da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde cursou com mais
popularidade do que brilho. Ali ficou inclinado pela carreira política,
mas foi a primeira e única vez. Caio preferiu voltar a trabalhar com o
pai. Não mais no cartório onde começou, mas nas Lojas Assunção, lojas
de aparelhos de rádio de sua família.
Quando
começou no novo trabalho, Caio havia voltado dos Estados Unidos, onde
esteve aprendendo inglês e assistindo aos primeiros programas de uma nova
máquina de vender e de “fazer doido”, a televisão. O Brasil ainda não
consumia essa tecnologia, ainda estava longe deste mercado. A mais
poderosa máquina de vender do país ainda era o rádio, e Caio
transformou as Lojas Assunção em uma “máquina” de vender rádios.
Vendia também as "victrolas" e os discos que as rádios
tocavam. Além disso, Caio criava, produzia e gravava na rádio Excelsior
um programa que fazia, literalmente, jus ao seu nome: "Parada de
Sucessos". Este programa “parava” São Paulo com as apresentações
monumentais dos intérpretes e das músicas mais bem sucedidas, e com os
discos mais vendidos - nas lojas Assunção evidentemente. Caio havia,
assim, inventado o “happening” (acontecimento). Levava às ruas todos
os grandes cantores de tangos e boleros e fechou a Líbero Badaró com uma
multidão incluindo cinco mil empregadas domésticas que assistiam ao Gregório
Barrios. Caio era o homem mais invejado da cidade. Ele tinha o maior
programa no mais popular dos meios de comunicação - o rádio.
Quando
se separou dos negócios do pai, Caio dedicou-se exclusivamente ao Caio da
Propaganda e fundou a primeira agência 100% brasileira, a Alcântara
Machado Publicidade, um velho sonho. Mas ele continuava sonhando com algo
muito maior...
O
MASCATE DO CAFÉ
Com o propósito de modernizar a comercialização do café,
dando maior agilidade e flexibilidade na conquista de mercados para o
produto responsável por metade da receita cambial do país, e
definindo-se como um homem realista, Caio de Alcântara Machado foi
empossado presidente do IBC – Instituto Brasileiro do Café -, em 1968. Nessa época, o café era ainda a principal parcela das exportações do
Brasil. Durante dezenas de anos, nosso país sustentou sozinho os preços
do produto, assumindo ônus enormes. A importância do produto no comércio
mundial vinha logo após o petróleo.
Aplicando
uma política bem mais dinâmica e agressiva de comercialização, Caio de
Alcântara Machado acreditou que o Brasil podia perfeitamente recuperar as
posições perdidas e romper com os padrões do comércio rotineiro.
Instalado em seu escritório “alado”, lançou uma histórica cruzada
para a expansão do consumo do café brasileiro buscando consumidores no
mundo inteiro, até no Polo Norte.
O
HOMEM DAS FEIRAS. “E DEU JACARÉ... NA CABEÇA!”
Seu novo sonho começou a se materializar quando, numa noite de verão, a
bordo de um avião para Nova Iorque, Caio teve uma idéia que todo mundo
acharia maluca: montar uma feira industrial no Brasil. A sugestão era de
um amigo que viajava com ele, um empresário americano. Seu primeiro
pensamento foi: “se brasileiro não paga para mostrar o que faz, como eu
iria cobrar ingresso para eles verem o que os outros fazem. Vão rir da
minha cara”. Mas antes que chegasse ao seu destino, Caio já havia
inventado aquela que seria a primeira feira industrial jamais realizada no
Brasil. E até mesmo, esboçado seu logotipo em um guardanapo de papel.
Foi
criada então, a primeira Feira Nacional da Indústria Têxtil, a Fenit,
realizada no Pavilhão Internacional do Parque Ibirapuera. Caio, com fé e
perseverança inabaláveis, transformou o maior fiasco da primeira edição
de 1958, no mercado de maior sucesso hoje, com mais de 600 feiras que
vendem e promovem o Brasil na América Latina e no mundo. As Feiras de Negócios
se tornariam o ponto de transição da história da riqueza do Brasil.
Em
1960, a Fenit “estourou” como o grande palco dos mitológicos shows da
Rhodia que reinventava a modo. O Parque do Ibirapuera já não comportava
seu público.
E
deu jacaré... na cabeça!
A
popular expressão da época -“um dia vai dar jacaré” - era sempre
citada pelo confiante Caio quando desacreditado em seu audacioso sonho.
Com
o retumbante sucesso, somente na terceira edição, da primeira Feira
(Fenit), Caio foi, então, presenteado por um amigo com um belo espécime
de jacaré embalsamado que apresentava os dizeres: “...e deu jacaré!”.
A partir de então, Caio se tornou o maior colecionador de jacarés do país.
Sua rica e curiosa coleção, precisamente distribuída em seus escritórios
e formada em sua maioria por presentes de amigos e conhecidos, tem várias
versões, tipos, tamanhos e modelos.
Com
a Fenit foi implantado, explicado, popularizado e multiplicado o conceito
de feira industrial no Brasil. No mesmo ano de 1960 Caio montou a Feira da
Mecânica, a Feira de Utilidades Domésticas - UD, o Salão do Automóvel
e o Salão da Criança.
O
homem que foi várias vezes premiado como o “Maior Vendedor do
Brasil”, implantava, no país, o mais novo e revolucionário segmento do
mercado: as Feiras de Negócios. Com as Feiras, o Brasil começava a
gerar, definitivamente, divisas para o importante Turismo de Negócios.
O
Brasil tornava-se uma VITRINE comercial para o mundo.
Um
novo e grande ESPETÁCULO intercambial estava IMPLANTADO no país.
O
ANHEMBI
O início da história do pavilhão de eventos do Anhembi é um épico da
grande iniciativa comercial de Caio. Ao perceber que o Pavilhão
Internacional do Ibirapuera iria ficar pequeno para abrigar o inchaço
gradual das feiras industriais, ele subiu em um avião e sobrevoou a
cidade de São Paulo à procura de um local para “PLANTAR” mais uma de
suas novas e ousadas idéias – um Centro Interamericano de Feiras e Salões.
E encontrou.
Nascia,
então, uma nova “sede nacional” para abrigar as maiores Feiras
Internacionais de Negócios do país e onde, com futuras construções
anexas, viriam a ser realizados também outros eventos de grande porte,
como o Carnaval.
Nascia
um gigante: o Anhembi.
Um
novo e monumental PALCO estava “PLANTADO”!
Obs: ANHEMBI – nome indígena que significa “o Pai do Rio” (Tiete). NO
PALCO DA FOLIA, CAIO É O ESPETÁCULO
A
fé, a força, a intuição e o pioneirismo deste visionário e premiadíssimo
mago do mundo dos negócios e da propaganda são tão grandes quanto os
diversos eventos realizados no Anhembi.
Caio
de Alcântara Machado – o Homem das Feiras e dos Jacarés (como é
conhecido em seu meio) hoje é o ESPETÁCULO principal no desfile da
Sociedade Rosas de Ouro.
Vamos
viver mais um sonho!
Vamos
cantar com a magia do som da bateria e deslumbrar com o brilho das
fantasias toda a beleza e a alegria do carnaval 2001, onde o pensamento é
um só: com Caio de Alcântara Machado vai dar, outra vez, “jacaré...
na cabeça”!!!
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