Vamos
viver juntos mais um carnaval, este com sabor especial, onde a Sociedade
Rosas de Ouro mostrará um período da história do nosso país, entre
1945 e 1964, que é um dos mais decisivos para que possamos entender um
pouco do que é hoje o Brasil.
O Brasil de antes não tinha imagem
definida no exterior, mas tinha uma estrela que brilhava: “Carmem
Miranda”. Era preciso mostrar o Brasil apaixonante da batida suave de um
violão como a Bossa Nova, fixada como um gênero musical reconhecido
internacionalmente, a arte pura do nosso futebol, a alegria do Carnaval e
o calor do sol: o Brasil acordou com as novas indústrias, a
internacionalização de sua economia, a mudança da Capital Federal para
Brasília e a consagração dos nossos esportistas: Ademar Ferreira da
Silva, a tenista Maria Ester Bueno, a Seleção Brasileira Campeã do
Mundo em 1958 / 1962 e os punhos de Eder Jofre.
Decididamente o Brasil
fazia sucesso no exterior, pois lutou para mostrar cara nova lá fora e
conseguiu. O Brasil já tinha muito mais que a “Pequena Notável” para
mostrar.
"Yes,
já temos mais que bananas"
SEGUNDA REPÚBLICA 1945/1964
"Atenção,
Atenção, Brasil!
Acabou a
guerra! Acabou a guerra!"
Quando o
locutor Heron Domingues, do Repórter Esso, anunciou em edição
extraordinária na manhã de 8 de maio de 1945, os brasileiros ouviam as
primeiras notícias do dia em um rádio importado, a Segunda Guerra trouxe
dinheiro e muitos créditos comerciais para o país.
O brasileiro comia, bebia, vestia, andava com marcas importadas.
Isso não era
sinal de riqueza, mas de pobreza. O Brasil, depois de seis décadas e
meia de industrialização, ainda dependia essencialmente de importações.
As fábricas que funcionavam nessa época, com criatividade e senso de
oportunidade, aproveitavam que as indústrias dos países envolvidos na
guerra só produziam material bélico. Existia aqui, uma indústria do
quebra-galho, cujos produtos substituíam as importações.
Essa indústria do quebra-galho não morreu quando a guerra acabou,
continuou até o fim do governo Dutra. E o Brasil, com a inflação
crescente, e um parque industrial sem a estrutura que já se fazia necessária,
deixou escapar a chance de uma grande expansão econômica.
Apesar desse
início espalhafatoso, o período foi a base do segundo surto de
industrialização do Brasil e principalmente de São Paulo, na década de
50. As fábricas puderam importar equipamento novo, a frota de veículos
foi renovada, foi criado o setor estatal da siderurgia, foi incentivada
a indústria de transformação, firmou-se o setor de peças para veículos,
foram construídas as primeiras refinarias, o cinema voou alto, nasceu a
televisão, desenvolveu-se o setor de eletrodomésticos, a publicidade
procurava convencer as donas de casa sobre a utilidade dos
liquidificadores, enceradeiras, aspiradores de pó. A marca "Indústria
Brasileira" passou a ser gravada em centenas de novos produtos.
O pós-guerra fez de São Paulo uma cidade luminosa, não só porque se
empreendeu a iluminação mais moderna das ruas e vitrinas, mas no sentido
mesmo dos pensamentos e das artes. Foi um renascimento.
Imigrantes da Europa inteira procuraram em São Paulo a paz e o trabalho
que não tinham mais por lá, durante a guerra e depois dela. Agora não
vinham só camponeses, mas intelectuais, professores, cientistas,
artistas, industriais, comerciantes, técnicos, classe média.
Entre os iluminados desse período destaca-se o industrial mecenas
Francisco Matarazzo Sobrinho, que juntamente com o engenheiro Franco Zampari fundou o Museu de Arte Moderna (MAM), o Teatro Brasileiro de Comédia
(TBC), a Companhia Cinematográfica Vera Cruz e a Bienal de São Paulo.
O grande
balé de Serge Lifar dançava no Municipa, o Poeta Pablo Neruda declamava
no Estádio do Pacaembu, pintores europeus tomavam chá na Rua Barão de
Itapetininga a mais elegante da cidade; Monteiro Lobato, Sérgio Millet,
Cacilda Becker, Sérgio Cardoso, Clóvis Graciano, Flávio de Carvalho,
Oswaldo de Andrade cruzavam-se nos vernissages. O impulso cultural da
cidade estimulou até os desligados cientistas que criaram a Sociedade
Brasileiro para o Progresso da Ciência (SBPC), fundamental para o
desenvolvimento científico do país.
Claro, nada disso se fazia sem dinheiro, que a indústria e o comércio
multiplicavam e giravam. Ruas novas, bairros novos, prédios verticalizavam a cidade, surgiu a Via Anchieta, a Anhanguera, o Aeroporto
de Congonhas era transformado em aeroporto internacional, a Via Dutra foi
concluída em 51 levando os paulistanos à "corte" que ainda era no
Rio de Janeiro. Não deu mais para segurar o paulista, que queria espaço.
No último ano do governo Dutra começou em São Paulo uma revolução que
fez o Brasil transitar da cultura oral (rádio e teatro de revista) para a
cultura audiovisual: nasceu o cinema e a televisão. O mesmo pessoal que
fez o TBC em 1948 criou a Vera Cruz. E fez tudo em grande escala, uma
Hollywood tropical.
Do telão, em alguns pontos estratégicos de São Paulo e em apenas cinco
residências, um pequeno público pôde ver as primeiras imagens da
televisão brasileira. Às 10 horas da noite de 18 de setembro de 1950,
começava a grande aventura da TV. O autor do milagre: Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Melo, proprietário dos Diários Associados,
cadeia de jornais e emissoras de rádio.
Na metade
exata do século, a vanguarda política e empresarial brasileira já sabia
que a dependência devoraria qualquer riqueza gerada no país. Era preciso
nacionalizar o que fosse possível, e rápido. Infelizmente faltava o
básico: energia, combustíveis, transportes, planejamento. O Plano Salte
(sigla para saúde, alimentação, transporte e energia) arrastava-se no
Congresso e precisaria de grandes investimentos externos para ser
aplicado. Mas aí o Governo Dutra já estava no fim.
E então uma marchinha carnavalesca começou a mexer com o povo: Era Getúlio
ameaçando voltar para animar as pessoas. Animação era o que o país
mais precisava, traumatizado pela derrota na Copa do Mundo jogando em
casa.
Getúlio
ganhou a eleição. Tomou posse em 1951 e começou a pôr em prática o
seu "Programa de Reaparelhamento Econômico". No primeiro ano, criou a
Comissão de Desenvolvimento Industrial e passou a incentivar e acelerar
todas as iniciativas industriais.
Em 52 criou
a Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis e passou a
acompanhar de perto a evolução e a trocar figurinhas com os fabricantes
de autopeças. Em 53, inaugurou a primeira mostra da indústria nacional de
autopeças, para conhecer a dimensão do que estava incentivando e dar
prestígio ao setor diante das fábricas estrangeiras. Criou a Petrobrás
depois de verdadeira batalha nacional e internacional de interesses,
apoiado nas ruas pelas esquerdas e nacionalistas aos gritos de “o petróleo
é nosso”. Em 54, instalou a Petrobrás. Enviou ao congresso o projeto de
criação da Eletrobrás. Aumentou o salário mínimo em 100%. Entrou em
conflito de poder com os militares ligados a Lacerda. Suicidou-se.
Heron
Domingues, de plantão na Rádio Nacional, foi o primeiro a noticiar
emocionadíssimo a morte de Getúlio em edição extraordinária do Repórter
Esso, pouco depois das 8h30 da manhã, e primeiro a ler a
carta-testamento no rádio: "... saio da vida para entrar na história".
1955. O início da modernização industrial idealizada por Juscelino
Kubitschek. A eleição de Juscelino transforma o Brasil no canteiro de
obras de seu plano de metas; "destituído de qualquer aparência carismática,
antes com simplicidade e naturalidade, JK foi pregoeiro do desenvolvimento
econômico. Os anos de seu governo são marcados sobretudo pelo otimismo,
que procurou incutir no povo brasileiro. Sempre sorrindo, o homem de
Diamantina utilizava a televisão para prestar contas do que estava
fazendo e convencer de que dias melhores virão. São os tempos de fazer
Brasília, modernizar o parque industrial, construir um novo país.
Prático,
moderno, eram as características que faziam do sofá-cama um móvel
imprescindível nos lares brasileiros. As linhas retas, nas cores da moda
encantavam as donas de casa, ansiosas em trocar as quinquilharias
herdadas por novidades domésticas que, finalmente, se tornavam
acessíveis no Brasil.
Eram esses os argumentos com os quais a garota-propaganda da TV Tupi
deveria seduzir os espectadores, mesmo causando alguns acidentes de
percurso registrados pelos camera-man, eles não tinham outra saída. Tudo,
na TV, era ao vivo, mostrando que estávamos pouco familiarizados com as
novidades que começavam a desembarcar no Brasil.
É nessa época, por exemplo, entre 1955 e 1961, que aparecem máquinas de
escrever nas redações dos grandes jornais brasileiros. Pois até então
a maioria dos repórteres e redatores dispunha apenas da caneta-tinteiro
para encher laudas incontáveis. Os novos equipamentos correspondiam ao
surgimento de um novo conceito de notícia, além de um novo design para
os jornais. O modelo dos velhos diários, pesado e feio, de linguagem
rebuscada, já está arquivado. Busca-se, agora, um noticiário mais
dinâmico. Afinal, esta no ar a ameaça da televisão: o Repórter Esso e o
Mappin Movietone disputavam público com os jornais.
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A agilidade e leveza das informações contrastava com o advento da indústria
pesada, mas, por outro lado, exprimia com exatidão o espírito da época.
Tem algo a ver com a batida suave, por isso mesmo revolucionária, que um
desconhecido João Gilberto extrai de seu violão: a bossa nova, marcada
pelo despojamento. O dó-de-peito, até então imprescindível, dá lugar
a um canto falado, a uma voz confidencial. Mas o contraste entre a leveza
musical e a temática da bossa-nova e a industrialização em curso no País
é apenas aparente. Ao contrário, uma e outra estão unidas num pacto de
absoluta fidelidade com a modernização brasileira.
A história brasileira ficou dividida em antes e depois de 1955. Basta ver
o que se passou no setor de utilidades domésticas, até o início dos
anos 60. O número de aparelhos como: rádio, televisão, máquinas de
costura e de refrigerantes se multiplicavam em grande número, muito acima
dos 100%. São cifras pequenas se comparadas com a da indústria pesada,
nessa época em que o desenvolvimento ficou sendo a palavra de ordem.
São transformações de desencadeiam num momento de grande tensão no
Brasil. O período entre 1955 e 1961, a virada fundamental para o destino
do país, começa e termina com intensas crises políticas. A ronda de
rumores golpistas que se sucedem ao suicídio de Getúlio Vargas, em
agosto de 1954, confere ao governo Café Filho um clima de instabilidade,
agravada pela crise na exportação do café e do algodão e, ainda, pelos
inúmeros problemas sociais e econômicos resultantes do processo
inflacionário que se iniciara no pós-guerra. Não é de espantar que o
Brasil tenha tido nada menos de três presidentes da República em 1955
– Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos -, ano tumultuado por uma
tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira, eleito
um mês antes.
Na contramão da crise, JK, recém-saído do governo de Minas, vendia uma
imagem de otimismo e de confiança no futuro. Com um sorriso permanente,
ele prometia condensar 50 anos em 5.
Assim, quando em 31 de janeiro de 1956, JK assume o governo da República,
nova era se inicia no país. Buscando a conciliação dos interesses dos
empresários, dos políticos, dos militares e dos assalariados urbanos, o
presidente manteve permanentemente no ar o apelo do desenvolvimentismo,
emanado de seu Programa de Metas, cuja finalidade, insistia, era
modernizar o Brasil, dotando-o de indústrias de base e de bens de consumo
duráveis.
O programa de JK se desdobrava em 30 metas, além da construção de Brasília,
que, embora não incluída no programa original, acabou por se tornar a
meta-síntese da administração federal. Plano ousado para um país de 62
milhões de habitantes cheios de problemas sociais e uma tecnologia
atrasada. O presidente exigia dos brasileiros uma nova mentalidade.
Industrializar um país não é obra de mágica, que possa ser feita sem
preparo ou com sopros de inspiração. É necessário que exista uma
mentalidade industrial, um estado de espírito propício ao
desenvolvimento.
Chega de saudade, parece resumir o novo presidente. Os tempos, de fato,
estão impregnados de um sentimento de esperança. Além da convicção de
estar vivendo um momento particular da história brasileira, que
descortina oportunidades até então desconhecidas. O adjetivo “novo”,
usado a cada passo, rotula com exatidão o espírito da época, no cinema
novo, na poesia e no teatro. Os intelectuais formulam um programa de
modernização nacional a partir de uma análise do Brasil calçada na
oposição entre a velha e a nova sociedade. Vive-se em todos os terrenos,
a consciência dessa passagem desencadeadora não só de esperanças como
também de generalizada euforia. Houve quem dissesse que naqueles anos
dourados não havia quem, conversando com amigos pelo telefone, não
escutasse, também, o tlintlim do gelo no copo de uísque.
Em 1955, o Programa César de Alencar, núcleo da galáxia de astros e
estrelas do rádio, comemora seu décimo aniversário. A era do rádio tem
nesse evento seu ponto mais alto, que assinala também o começo de seu
declínio. A partir daí a televisão toma a cena, iluminam novas constelações
de artistas a ofuscar os astros do rádio.
Bossa-nova mesmo é ser presidente. A popularidade de JK, carinhosamente
chamado de Nonô, promete aos brasileiros transferir a capital federal
para o coração do país, criando novo centro para as deliberações do
executivo. Com máquinas e materiais viajando de avião, no tempo recorde
de mil dias se concretiza Brasília, a cidade do futuro. Tal título,
contudo, é reivindicado também pelos paulistanos. E não sem razão. A
capital paulista já conta com 12.000 fábricas e dinamiza-se ainda mais a
partir de então, para vir a tornar-se um dos grandes centros industriais
do mundo.
A febre do crescimento do País se consolidou no seu ponto mais alto com
as indústrias automobilísticas sediadas em São Paulo. O Brasil produziu
mais de 90% do previsto na meta original do governo, além do crescimento
da indústria de autopeças servida por uma mão-de-obra empregada que se
multiplica por dez.
Do histórico lançamento da pequena Romi-Isetta em 1955, primeiro veículo
automotor de fabricação nacional, ao sofisticado modelo Presidente da
Sinca-Chambord, e em 1960, muito chão é literalmente percorrido. Marco
decisivo nessa história é a fundição do primeiro motor a diesel para
caminhões Mercedes-Benz produzido em escala industrial pela Sofunge.
"O Brasil acordou", comemora Kubitschek nas solenidades de inauguração
da fábrica Mercedes, O otimismo do presidente é compartilhado pelos
americanos que afirma: "São Paulo, a capital industrial do Brasil, está
se convertendo, rapidamente, na Detroit da América Latina. Grandes
empresas como a Ford, FNM, Vemag, Volkswagen e a Fiat que chegou bem
depois já investiram ali milhões de dólares".
Na verdade, as grandes multinacionais, norte-americanas inclusive, não
tardaram a se convencer de que a política do Presidente JK era
extremamente atraente para os investidores estrangeiros. Além do tilintar
do dinheiro que entrava, a presença de investidores estrangeiros cumpria
papel inestimável na mudança da mentalidade empresarial do país.
A internacionalização da economia desempenha um importante papel na
mudança, também, dos hábitos e costumes do brasileiro. Uma cultura mais
internacional começa a se formar no país. A bossa nova, por exemplo,
nascida em apartamentos da Zona Sul carioca, imprime à musica nacional
uma sofisticação de base jazzística e disputa a audiência da classe média
urbana com rock’n’roll americano, emblema da "juventude
transviada" e da rebeldia beatnik. Entre os admiradores desse ritmo, por
sinal, não figurava o então governador paulista Jânio Quadros, que em
1957 proíbe à execução de rock em bailes, alegando afronta à moral e
à decência.
A proibição Janista contrasta com a receptividade que a música
brasileira virá a ter no exterior nos anos 60. A partir do legendário
show no Canegie Hall, nos Estados Unidos, em 1962, a bossa nova se fixa
como um gênero internacional.
Yes, nós já temos mais que bananas. O Brasil, decididamente, faz sucesso
no Exterior. Mas a década consagra sobretudo os esportistas: Adhemar
Ferreira da Silva, a tenista Maria Esther Bueno, a seleção brasileira de
futebol, os punhos de Eder Jofre.
Na gestão JK a política nuclear alcança nova definição. O presidente
designa uma comissão especial para estabelecer uma nova política para o
setor, defendendo a vocação nuclear do Brasil e rechaçando o status de
parente pobre no campo atômico internacional.
O Brasil tem energia para tudo no início da década de 60: centrais elétricas,
petróleo que é, por excelência, a matéria-prima dos produtos modernos
que o brasileiro começava a consumir.
Os novos materiais da vida inauguraram uma nova sensibilidade, e, com ela,
também a língua se modifica. Um vocabulário americanizado adere à fala
do dia-a-dia. contribuíram para isso, os seriados americanos que fazem
sucesso na televisão. A programação das TVs brasileiras também muda de
cara, com as primeiras transmissões diretas e, sobretudo, com a chegada
do videoteipe, em 1960. A TV Paulista, futura Globo leva ao ar com 2 horas
de duração, pela primeira vez, o programa Sílvio Santos na esteira do
apresentador Abelardo Barbosa, que faz sucesso na TV Rio com a Buzina do
Chacrinha. Começa a era dos programas de auditório. O Show está apenas
começando.
É em clima de showbiz, que em 25 de novembro de 1960 se ianaugura o 1º
Salão do Automóvel, no parque do Ibirapuera. Um dos principais objetivos
da exposição é tentar reverter a imagem negativa que acompanha os veículos
nacionais.
Conquistar espaço não significa apenas abrir estradas. O símbolo de
modernidade chega ao Brasil, o país já fabrica o Bandeirante, primeiro
avião comercial produzido no Brasil. Não fosse pelo Plano Piloto que foi concebido para Brasília, em forma de
avião, seria pela música de Juca Chaves – “voar, voar, voar prá bem
distante”- ilustração sonora da perplexidade nacional diante de um
presidente que acompanhava o ritmo dos modernos estadistas mundiais.
Voando pelo território nacional, ou em turnês pelos Estados Unidos e
Europa, JK conseguiu modernizar o país a ponto de familiarizar os
brasileiros tanto com os singelos sofás-cama como com a complexidade dos
aviões.
Quando, em 31 de janeiro de 1961, o ex-governador de São Paulo Jânio
Quadros é empossado na Presidência da República, o país é outro.
Outras serão também, daí para a frente, as perplexidades que tomarão
de assalto a população brasileira. Depois do presidente “voador”, o
“homem da vassoura” já dava sinal de que as bruxas estavam soltas.
O efêmero governo Jânio termina como começara o Juscelino Kubtschek –
afundado numa expressa crise em cujo horizonte já se formavam as nuvens
do tumultuado período Jõao Goulart e da reação militar de 1964. A
estabilidade e a alegria dos anos JK, aquele barulhinho do gelo nos copos
de uísque, ficaram em longínquas lembranças.
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