::.. CARNAVAL 2023 - G.R.C.E.S. MANCHA VERDE................................
FICHA TÉCNICA
Data:  18/02/2023
Ordem de entrada:  3
Enredo:  Oxente! Sou XAXADO, sou Nordeste, sou Brasil!
Carnavalesco:  André Machado
Grupo:  Especial
Classificação:  2º
Pontuação Total:  269,9 - [Vejas as justificativas]
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Paulo Serdan de Aquino
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre Guma Sena
Intérprete:  Fredy Vianna
Coreógrafo da Comissão de Frente:  Marcos Kazan e Wender Luciano
Rainha de Bateria:  Duda Serdan
Mestre-Sala:  Marcelo Silva
Porta-bandeira:  Adriana Gomes
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO
VERSÃO DA ESCOLA
AO VIVO DA AVENIDA

Nova pagina 2
COMPOSITORES: Edson Gomes/ Gilson Bernini


Eu vim de lá...
Também sou cabra da peste
Sou das bandas do nordeste
Vila Bella, sim sinhô
Serra talhada, chão rachado, poeirento
E um sentimento que reflete o meu valor
Óh meu "Padim Ciço" fé e devoção
Minha história tá na memória
Eu sou do tempo do valente Lampião
"Se avexe não", na tristeza dou um nó
No arrasta pé do xote, baião e forró

Puxa o fole sanfoneiro a poeira vai subir
Sertanejo chorou tanto, tá na hora de sorrir
Há esperança reluzindo em cada olhar
Faz um verso de amor, amanhã vai melhorar


O cangaceiro na batalha triunfou
Até Maria Bonita no bando comemorou
"Olê muié rendeira"
Na embolada dançando a noite inteira
Vem violeiro, num repente ajeitado
Tô "arretado", a zabumba tá chamando
"Não há oh gente ó não"
Coisa melhor do que cantar o meu sertão
Quanta saudade "é tempo de voltar" 
Salve! Mestre Vitalino
O meu orgulho, minha raiz
Patrimônio cultural desse pais

Mancha verde é emoção, "oxente"
Coração do nordestino bate no peito da gente
Somos uma só família, eta povo abençoado
Hoje meu samba vai no passo do xaxado.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: André Machado

1°SETOR – O CENARIO DE SERRA TALHADA

 

Apresentaremos “Vila Bella”, antes de se tornar Serra Telhada, cidade onde surgiu o Xaxado. A idéia é descrever o cenário (a caatinga), suas características, fauna e flora, e como esse ambiente se tornou propício para abrigar Lampião e seu bando, exímios conhecedores da vegetação, dos animais e do local, o que facilitou muito a sobrevivência naquele ambiente inóspito.

 

“Eu nasci em Vila Bella
Entre carcarás, calangos e tatus
Originalmente, valente
À Serra Talhada, eu faço jus “
“Brenha marcada por um sol escaldante
Um cenário inebriante, terra seca de toda sorte
De macambiras, xique-xiques e mandacarus.”
“Eu vim de um solo sagrado,
Rachado e castigado pela estiagem,
Onde não tem água, mas sobra coragem
No âmago de um povo que sempre lutou.
Levantei poeira e tingi canela,
Até me tornar a dança mais bela
Que alguém já dançou.”

2° SETOR – O CANGAÇO E O XAXADO

Falaremos do Cangaço, movimento que surgiu no final do século 19, mas que ficou muito conhecido no início do século seguinte, principalmente, pela figura de Lampião.

Considerado o “Rei do cangaço”, ele liderou um grupo de "justiceiros” que provocou terror e admiração em todo Nordeste. Foi entre os cangaceiros que surgiu o Xaxado, uma espécie de “dança de guerra”, praticada por eles ao término das batalhas que travavam contra seus oponentes, caso houvesse vitória.

Mostraremos as características da dança, antes e depois da entrada de Maria Bonita (mulher de Lampião), além de descrever a indumentária e o comportamento dos cangaceiros.

“Eu sou do tempo do cangaço
Herança de Lampião,
Onomatopeia de um passo
Tirado das sandálias ao tocar no chão,
Num chiado sutil e ritmado,
Que logo ganhou adesão.
Dançavam-me, comemorando vitórias
Do “bando” contra a oposição
Mulheres até então não entravam,
A dama era o rifle na mão
Aí, chegou Maria bonita,
Mulher arretada do “Capitão”,
Ganhei em formosura e beleza
Em toda caatinga virei atração.”
“Eu fui “cabra da peste”
Dancei com destreza
Do corta jaca ao ataque e defesa,
Ostentando chapéu de couro, bornal e gibão,
Rico bordado florido de poesia
Bacamarte, cartucheira e facão,
Lenço colorido, enfeitando o pescoço
Cantil de cabaça, caneca e cordão,
Alpercatas empoeiras nos pés,
Protagonistas da dança em questão”

3° SETOR – O XAXADO NA ARTE

Frente a natureza “festiva” do Xaxado e, longe de fazermos qualquer apologia ao banditismo instaurado na sua época, pretendemos, e só desta maneira, focarmos na herança cultural deixada por Lampião e seu bando, mirando exclusivamente, na produção artística que nasceu junto ou depois deste ritmo.

“E fui de natureza errante,
Mas como toda arte se sobrepõe à razão,
Logo me tornei relevante,
Deixando de ser coadjuvante,
Para fazer parte da memória,
O melhor trecho da história de Lampião
E já que toquei no assunto, te direi de coração:
A minha resiliência tem a ver com devoção,
Tanto quanto a fé ao meu “Padim Ciço”,
Que nunca me deixou na mão,
Amor peregrino, laços fortes,
Benção e religião.
E por conta dessa paixão que ostento no peito,
Desde então, com todo respeito,
Deixei de ser apenas invenção de “Virgulino”
Para cumprir o meu destino
Moda, costume e tradição.
E assim, eu sou
Do Mestre Vitalino, bonecos de Barro,
Na Literatura, Cordéis, Xilogravuras fiéis,
Genuíno relicário nordestino.”

4° SETOR – O XAXADO NA MÚSICA

Mostraremos a relevância do Xaxado no Cenário Musical Nordestino. Faremos também, uma homenagem aos artistas influenciados pelo Xaxado, tais como, Luiz Gonzaga (o rei do baião), o grupo “Coruja e seus Tangarás, o grupo “Turunas da Mauricéia”, a cantora Marinês (a rainha do Xaxado) e o mestre de forró, Assisão, entre outros. A importância destes artistas para disseminação do Xaxado por todo país e sua afirmação, enquanto ritmo genuinamente brasileiro.

“Oxente!
Sou “Mulher rendeira” dessa gente,
Que fez morada em toda parte,
Resistência, Cultura e arte,
Acompanhada de zabumba, triangulo e acordeão,
Sou “Dança de Cangaceiro”, ritmo contagiante
Que seduziu Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”
Sou a consagração
Do Mestre “Coruja” e seus Tangarás”,
Dos “Turunas da Mauricéia”, emboladas e muito mais,
Sou Música boa e diversão.
E numa época que a mulher não tinha vez,
Eu dei voz a “Majestade” Marinês,
Para o orgulho do meu sertão.

Eu sou baluarte forrozeiro, Assisão
Sou Xote, Forró e Baião,
Nos arraiais e nas minhas andanças,
Numa profusão de cores como nunca se viu,
Sou patrimônio imaterial de Pernambuco,
Sou o samba de raiz potente,
Mancha verde, Oxente!
Sou Xaxado, sou Nordeste, sou Brasil!”

ALGUNS PONTOS IMPORTANTES

A sinopse foi feita na primeira pessoa do singular, seguindo o título do enredo, porém não é obrigatório que o samba também seja.

A idéia sugerida pela sinopse é narrar uma história e só revelar do que se trata no final.

Para melhor compreensão do enredo é importante, que o compositor se atente a cronologia proposta na sinopse.

Cuidado com o conceito de “licença poética”, pois quanto mais fácil o samba for compreendido, melhor. E outra, samba bom não precisa de legenda.

Evite palavras de baixo calão e duplo sentido.

Palavras e expressões, tipicamente nordestinas, são livres e serão aceitas, desde que estejam dentro de um contexto e que sejam de fácil assimilação e entendimento.

Evite desperdiçar versos, palavras e partes importantes que poderiam elucidar o enredo, apenas para criar empatia com a torcida ou com a comunidade.

Aproveite a alegria contagiante do Xaxado e da Cultura Nordestina para fazer um samba para cima.

Lembre-se que em 2023, a Mancha Verde defenderá seu campeonato - motivo de orgulho para todos nós. Entretanto, cuidado ao exaltar tal feito (caso o faça), para que sua obra não pareça arrogante e muito menos, provocativa. Aproveite o samba para emocionar a nossa comunidade e a cultura que estamos defendendo.

Que Nossa Senhora e Padre Cícero abençoem todas as parcerias.
Que os versos venham como poesia para todos os compositores.
Que a safra de 2023 seja memorável.
Que sejamos felizes durante e depois da disputa.
Que o samba vencedor seja o melhor para nossa Escola e toque em nossos corações e nos arrepie, desde a final até o dia do nosso desfile... Sucesso a todos!

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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