
Osvaldo Barros, sambista, ritmista, passista, cantor e compositor. Mais conhecido como Osvaldinho da Cuica, é o autêntico representante de uma arte popular que transita entre a tradição e a contemporaneidade.
Osvaldinho da Cuica chegou ao mundo no carnaval ao som da bateria do emblemático Cordão Campos Elíseos, em 1940, tendo assim o seu primeiro contato com a música popular.
O garoto Osvaldinho já se destacava nos batuques e nos cordões carnavalescos, demonstrando a sua veia artística e cultural, sonhando em um dia poder mostrar ao mundo nossa arte nacional.
Ainda nessa época, Osvaldinho começou a trabalhar como engraxate em portas de gafieiras e entre os intervalos de um cliente e outro. Não perdia a oportunidade de batucar em sua caixa, o que lhe trouxe grande notoriedade. A caixa de engraxate é considerada um grande santuário por Osvaldinho.
Dos cordões carnavalescos nas ruas de nossa cidade e da experiência rítmica adquirida no decorrer dos anos, Osvaldinho agregou-se ao teatro, espetáculos musicais, shows, e gravações de discos. Poeta, autodidata, músico, grande instrumentista e mestre na cuíca, criou diversas composições ao longo de sua extensa carreira.
"Orfeu do Carnaval" foi um dos seus trabalhos mais emblemáticos, ao ter auxiliado na trilha sonora deste célebre filme ganhador de prêmios internacionais.
Foi eleito o Primeiro "Cidadão Samba de São Paulo", em 1974, no concurso promovido pela secretaria de turismo da cidade. No mesmo ano, gravou seu disco de estreia como intérprete.
Participou de conjuntos notórios, partindo do bairro do Bixiga, uma de suas muitas moradas de samba, para uma sólida carreira artística junto aos Demônios da Garoa.
Arquitetou a formação de diversas Escolas de Samba Paulistanas, entre elas a Escola de Samba Grêmio Gaviões da Fiel Torcida (1974) e Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi (1976). Além disso, ainda formou sambistas e criou grandes sambas-enredos, como: "Na Arca de Noel Quem Entrou Não Saiu Mais", e o "Orum-Ayê o Eterno Amanhecer", dando os títulos de campeão (1978) e bicampeão (1982) do Carnaval ao Grêmio Recreativo, Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai.
Gênio da música, foi um grande incentivador na utilização da cuica e da frigideira nas baterias das Escolas de Samba.
Em 1989, como um autêntico "Gato Maloqueiro", como ele diz: "um comum no meio dos estudados", Osvaldinho participou de duas experiências sinfônicas: a montagem de "Matogrosso", de Gerald Thomas, no Teatro Municipal de São Paulo, e um concerto com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, no Memorial da América Latina.
Osvaldinho da cuica é mestre, é gênio, é brasileiro, historiador e adepto da boa música popular brasileira.
Sem dúvida, a maior estrela do samba genuinamente nacional!
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