::.. CARNAVAL 2010 - G.R.C.B.E.S. EM CIMA DA HORA PAULISTANA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  13/02/2010
Ordem de entrada:  4
Enredo:  Cotas Universitárias... O Início da Indenização
Carnavalesco:  Dirceu Junior
Grupo:  4
Classificação:  4º
Pontuação Total:  65,25
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  não consta
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

Samba Enredo
COMPOSITORES: TCHESCO SN/ RICHARD MAIS

 

REPARE EM MINHA COR

REPAREM MINHA DOR

EM CIMA DA HORA, SEM DEMORA

VOU MOSTRAR O MEU VALOR

 

SOU NEGRO SIM E TRABALHEI PARA O BRASIL CRESCER

SEM POSSIBILIDADES, SEM CONCEITO, SÓ DEVER

MAS, CHEGA O MOMENTO DE MUDANÇA

A COMPENSAÇÃO PELA HERANÇA

PERVERSA QUE NOS FOI LEGADA E ENTÃO

BATALHO, PRA SOCIEDADE ENGRANDECER O MEU PAPEL

JÁ SOU DE LUTA E DE TRABALHO

QUERO SER BACHAREL

 

NÃO É ESMOLA, NEM FAVOR

É SÓ OPORTUNIDADE

DE CONQUISTAR O MEU DIPLOMA E SER DOUTOR

MINHA NOVA LIBERDADE

 

ENFRENTO, LUTO, GRITO, SIM SENHOR!

BOTO A BOCA NO TROMBONE, SE PRECISO FOR

ME JUNTO ÀQUELES QUE APÓIAM ESSA PRETENSÃO

O INÍCIO DA INDENIZAÇÃO

PARA O NEGRO TÃO CANSADO DE SOFRER

 

POR ISSO, A CORUJA DO SAMBA

SE UNE A ESSA GENTE BAMBA

PARA UM NOVO ALVORECER.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Jair Santos

 

INTRODUÇÃO

Ao pesquisarmos um tema enredo que pudéssemos desenvolver de forma plástica para o Carnaval 2010, dentre tantas propostas apresentadas, surgiu a proposta de um tema enredo que demonstrasse nossa preocupação com a qualidade de vida da comunidade afro descendente brasileira e a defesa da posição de nossa Agremiação no debate sobre as cotas para negros e afro descendentes nas Universidades e Faculdades. E aí percebemos que o Brasil fica, com a discussão sobre a lei de cotas, face a face com um dos mais obscuros, torpes e dissimulado absurdo da nossa sociedade: O Preconceito Racial.

E desta vez, se junta ao preconceito racial o estigma social da condição de pobreza, pois  estatisticamente, uma coisa está fortemente vinculada à outra. Sendo assim, nosso tema enredo vem pôr em debate e apoiar as cotas aos afro-descendentes nas faculdades e universidades.

A RESISTÊNCIA DE QUEM NUNCA SOFREU DIRETAMENTE O PRECONCEITO ATÉ HOJE EM DIA E A EXCLUSÃO SOCIAL DESDE A ÉPOCA DA ESCRAVIDÃO

A discussão das cotas parece ferir os interesses de alguns incomodados que, ao indignarem-se com as alegadas benesses aos membros das comunidades Afro-descendentes (os quais representam a maior parte da camada mais carente da população, exatamente por conta de toda a construção histórica de uma sociedade estabelecida para perpetuar a dominação e a desigualdade), expõem a face mais cruel do afã dominante: a da manutenção da miséria social, cultural e educacional em que vive substancial parcela da camada social vilipendiada desde os tempos imperiais e pós-escravagista. Seres humanos que a história com seus registros nos provém que eram comprados e vendidos a preços de ouro, contra suas próprias vontades.

Existe uma resistência ideológica às cotas raciais que vem dos setores intelectuais (ou pseudo-intelectuais) que construíram suas carreiras e convicções baseadas no mito da democracia racial, e que tentam formar uma barreira às mudanças resistindo a qualquer alteração no seu status, não estando dispostos a ceder a qualquer forma de persuasão, argumento lógico ou mesmo a negociação política.

Eles querem que acreditemos em estado democrático de direito, e usam como argumento igualdade de direitos para todos, e a melhora do ensino como um todo, pois de acordo com eles estabelecer cotas para qualquer grupo, vilipendia o direito democrático.

Esquecessem estas pessoas que durante séculos os direitos da raça negra, que ajudou a construir nossa nação e foi obrigada a ser feita de escravos por mais de um século, enfrenta todo tipo de exclusão, sem livre arbítrio do próprio negro e ficam a mercê de leis que os colocam, na maioria em situação de igualdade para escolher seus caminhos, porém na prática não é bem assim que a coisa funciona.

Botar a boca no Trombone... TAMBÉM  É  UM  DIREITO  DEMOCRÁTICO

Uma política social ao ser formulada envolve múltiplos atores sociais para a definição de suas metas, suas implicações e avaliação de seus impactos sociais, já que acarretam sempre transferência de recursos de um segmento para outro. Em principio a política de cotas universitárias para estudantes afro-descendentes não acarreta qualquer grande volume de distribuição ou de realocação de recursos, já que está operando com recursos (vagas) existentes.

Mas ainda assim, temos que “espernear”, brigar por um direito que nos parece tão obvio de ser o mínimo que o Brasil pode devolver a raça negra pelo tanto que dela arrancou na época da escravidão.

E Botar a boca no Trombone, sim, porque muitos ainda vêem como protecionismo, como esmola, e há ainda aqueles que dizem que este  beneficio de cotas em universidades e faculdades, deveria ser dado a outros grupos étnicos e sociais também vitimas do preconceito, de perseguições,  mas estes pseudo não racistas que dizem que a lei de cotas é uma forma de preconceito do negro para com as demais raças étnicas e sociais, de uma maneira até absurda não mencionam que os asiáticos nordestinos, judeus, etc, etc, não tiveram por mais de um século um imposição escravagista a seus pares, simplesmente porque não pactuavam da mesma religião, da mesma fé e nem tinham a mesma cor de pele daqueles que os escravizaram.

O QUE VAMOS APRESENTAR NA AVENIDA DE DESFILE PARA ILUSTRAR  NOSSO TEMA ENREDO QUE ENFATIZA  A DEFESA DAS COTAS PARA NEGROS E AFRO-DESCENDENTES NAS UNIVERSIDADES E FACULDADES?

Para melhor entendimento de nosso tema enredo, dividimos o desfile em 3 atos, que chamaremos de setores:

SETOR 1 (Ou  1º Ato) -->  E Foi Assim que Tudo Começou...

Este setor irá retratar um pouco da história da chegada dos negros ao Brasil e sua utilização como mão de obra escrava. A comissão de frente fará um desempenho teatralizado, encenando o trabalho dos negros escravos no Brasil culminando com sua súplica pelo direito à educação em terceiro grau.

O Abre-Alas irá retratar um ambiente como se fosse um navio negreiro, embarcação que trazia os negros da África, onde muitos eram reis, rainhas, príncipes e princesas de seus povos, para serem feitos escravos no Brasil, lembranças as senzalas também estarão representadas no abre-alas. Demais integrantes desse setor sempre estarão fazendo referência à condição do negro escravo e do que lhe tiraram com a escravidão.

SETOR 2 (Ou  2º Ato) --> é  A Origem da Lei de Cotas e a Resistência que Ela Enfrenta...

Este setor virá retratar de onde se originou esta lei de cotas e a resistência que ela enfrenta em algumas camadas elitistas da sociedade e de membros de outras raças que não a negra. As alas  deste setor estarão, parte alusiva à origem da lei e parte representando as elites que são contra a execução da lei na prática.

SETOR 3 (Ou  3º Ato) --> é  Pondo a Boca no Trombone vou Conquistar o Meu Espaço...

Este setor virá no princípio fazendo a reivindicação do direito à lei de cotas para os afro-descendentes enfatizando como a raça negra e afro-descendente podem evoluir na sua vida profissional, social e econômica com a real implantação da lei de cotas universitárias, negros, brancos, asiáticos, etc... que apóiam a lei de cotas para afro-descendentes estarão compondo a última ala da escola.

Encerraremos assim este setor e o desfile da Escola convidando todos a lembrarem e pensarem na contribuição efetiva em todas as áreas e nas benfeitorias ao Brasil com a implantação da lei de cotas.

A intenção de nossa agremiação é simples e direta... Mostrar aos assistentes de nosso desfile a importância do debate sobre a Lei de Cotas, sob a visão de quem sofre com a falta de oportunidades profissionais e sociais, simplesmente por ser negro, carente e desprovidos de equipamentos sócio/culturais, nas periferias transformadas em senzalas pós escravidão.

Mais uma vez a Escola de Samba Em Cima da Hora (nossa Coruja do Samba) quer fazer seu papel social, através de seu tema enredo e assim juntos, toda a comunidade da minha, da sua, da nossa Em Cima da Hora iremos dizer...

Cotas Universitárias... O Início da Indenização...

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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