Sinopse
Tenho na pele a cor da minha raça.
Para mostrar o meu valor, driblei adversários e adversidades, enfrentei o racismo, superei obstáculos e mudei leis, fiquei conhecido mundialmente, tornei-me líder, o maior do mundo.
Hoje faço parte dos dois maiores espetáculos da terra, e no continente dos meus antepassados, no país do Apartheid, vejo a copa tornar-se realmente do mundo.
As minhas lembranças e recordações nos farão viajar pela história das copas, que se confunde muitas vezes com a história do mundo.
Desde os anos trinta, muitas etapas foram superadas, as dificuldades eram colossais, a locomoção das delegações, o pouco aprimoramento técnico e tático do futebol, a segregação do negro, passando pelos períodos pré e pós guerra, culminando com a sua paralisação durante a segunda guerra mundial.
A copa ressurgiu em 1950, e pude ver o meu povo se desesperar com a derrota no jogo que ficou conhecido como “Maracanaço”, porém, o mundo passou a conhecer o jeito brasileiro de jogar futebol (superamos o complexo de vira-lata).
Não demorou para alcançarmos a consagração do futebol brasileiro, surgiu o futebol arte, com sua ginga, técnica e malabarismo e o aparecimento do maior jogador de todos os tempos, “O Rei Pelé”, passamos a ser reconhecidos como “o país do futebol”. Terminamos esse período com a conquista definitiva da taça Jules Rimet, que posteriormente foi roubada e derretida.
Tenho que citar o período do futebol retranca que coincidiu com a época de muitos regimes autoritários e de repressão espalhados pelo mundo, com ditadores usando o futebol como ópio para os seus povos, época em que grandes seleções, recheadas de grandes craques, como a “Laranja Mecânica – Holanda 74/78” e a “Seleção Brasileira de 82” que não conquistaram nada.
Esse fenômeno tornou o futebol robotizado, sem o mesmo brilho de outrora.
Finalmente citarei os anos 90, a era das aberturas políticas e da democratização da maioria dos regimes autoritários a globalização do futebol que fez da FIFA a entidade com o maior numero de filiados (mais que a ONU); neste período observei também a crescente presença da mídia com a conseqüente exposição e super valorização dos artistas.
A copa do mundo representa a exacerbação dos sentimentos nacionalistas (A pátria de chuteira), é o povo nutrindo sua admiração aos gênios da bola, assim como no carnaval nós reverenciamos os grandes gênios da nossa cultura.
Para coroar esta história, a escola de samba mais vitoriosa do carnaval Paulistano e o país que conquistou o maior número de copas do mundo e que será sede da Copa de 2.014 (quem sabe talvez para se redimir do fracasso de 1950) se unem para celebrar esse duplo Jubileu de Carvalho.