Em 1914 surgiu o primeiro cordão carnavalesco de São Paulo - o Grupo
Carnavalesco Barra Funda - onde havia choro e batuque para animar o cortejo que
começava a se estruturar. O cordão teve grande aceitação popular e logo se
formaram novos grupos, um deles era o Vai-Vai. Em 1930 o cordão lançou o bloco
dos esfarrapados, liderado por Benedito Sardinha, que se tornou o Grupo
Carnavalesco Vai-Vai, usando o preto e o branco com cores oficiais. O Vai-Vai, mais popular escola de samba de São Paulo, é oriunda de um time de
futebol dos anos 20 que animava os campos e as festas do Bairro, o "Cai-Cai",
que deu origem, posteriormente, a um cordão
carnavalesco de nome Vae-Vae, formado por pessoas que não eram convidadas a
fazer parte das rodas de choro do Cai-Cai, e apareciam por lá de penetra, mas
eram prontamente convidadas a se retirar do lugar com a expressão "vai,
vai". Fica em um bairro boêmio da cidade, a Bela Vista, popularmente conhecida
como Bixiga, onde até hoje podemos encontrar lugares que têm rodas de samba
e de choro. O nome "Saracura", sempre associado à escola, era de um
riacho que existia no Bixiga. As cores do Vai-Vai são as mesmas cores do time
Cai-Cai. Os símbolos, são uma coroa e um ramo de café. A coroa vem da expressão
"meu rei", maneira como os negros se tratavam, e o café simbolizava
o crescimento econômico de São Paulo.
Em 1972, o cordão Vai-Vai se transformou
em escola de samba, introduzindo um novo estilo de bateria. Na bateria foram
introduzidos instrumentos leves como tamborim, pandeiro e cuíca, além do
andamento e batida de samba, que se tornaram mais leves e com mais balanço. O
estandarte cedeu lugar à bandeira e então nasceram a comissão de frente, a
ala das baianas e as alegorias de mão. Uma vez que os desfiles das escolas de São Paulo foram oficializados
em 1968 e a escola resolveu se adaptar à época. As principais personalidades
da alvi-negra são o ex-diretor de bateria Pato N'Água, Pé Rachado
(Primeiro Presidente), Dona Rosa, Lírio, os
compositores Geraldo Filme e Osvaldinho da Cuíca e o ex-presidente Chiclé.
As fantasias perderam seu peso tradicional e a evolução ficou mais dinâmica.
Surgiu então a figura do Criolé como o novo símbolo, que passou a acompanhar
a escola tanto nas glórias como nas dificuldades. Desde que se transformou em
escola, o Vai-Vai se tornou o maior campeão do carnaval paulistano,
conquistando doze títulos (78, 81, 82, 86, 87, 88, 93, 96,98, 99, 2000, 2001) e
nove vice-campeonatos, motivo de orgulho para uma agremiação, cuja história
se confunde com o próprio Carnaval paulistano.
Os
ensaios do Vai-Vai são os que costumam reunir o maior número de público entre
as escolas. Vem gente de todas as partes da cidade o prestigiar, e não apenas
das cercanias. A rua São Vicente é fechada e lá acontecem os ensaios, pois o
Vai-Vai não possui uma quadra, e sim uma pequena sede nesta rua, onde são
expostas as fantasias e fica a secretaria e sala da presidência. É,
atualmente, a escola de samba com o maior número de títulos em São Paulo,
tendo desbancado desta posição o Camisa Verde e Branco com o título de 1999.
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