A
Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, sempre preocupados em enaltecer e
apresentar o que há de melhor no carnaval de São Paulo, aproveita as
comemorações dos 450 anos da cidade para sacudir o passado e olhar para
o futuro mostrando no seu enredo um novo padrão cultural que, inseriu
nossa selva de concreto no cenário internacional. Consolidando a
descoberta do moderno e do contemporâneo. De buscar o intercâmbio,
abrir-se aos ares do mundo, quebrar o provincianismo e o isolamento, olhar
para o futuro e projetar culturalmente o país.
São
Paulo não nega a mania pelo trabalho e a vocação para negócios. Com
muito esforço, os paulistas conseguiram fazer de São Paulo o Estado mais
importante economicamente da América Latina. Mas São Paulo não é só
isso. As opções culturais, em especial na capital, são inúmeras e
atendem a todos os gostos e bolsos. A agitação cultural de hoje deve-se,
e muito, à miscigenação e ao espírito cosmopolita que sempre
caracterizaram São Paulo.
A
criação da Bienal, por Ciccillo Matarazzo, o grande mecenas brasileiro,
foi sobretudo um criador e inovador cultural. Ele enriqueceu a experiência
e a visão de artistas, historiadores de arte, críticos, colecionadores,
de todos. Provocou o maior interesse da mídia, induzindo a diversificação
e o alargamento do mercado. Suas iniciativas culturais nasceram do amor às
artes, da grandeza de espírito, do desprendimento. Contribuiu para levar
a arte para o povo, marcou sua presença na história, suas obras tem um
significado para a sociedade maior do que ele próprio. Ciccillo esteve
envolvido nos principais projetos que transformaram.
São
Paulo da cidade provinciana do início da década de 1930 em um dos
centros econômicos e culturais mais importantes do mundo.
A
Bienal, criada em São Paulo, registra um importante momento da história
cultural do país, não apenas de forma retrospectiva,, mas principalmente
fiel a sua própria vocação, criando um momento de ebulição de novas
idéias e de antecipação do futuro.
A
cidade de São Paulo deu um passo de gigante no sentido de agregar à
condição de pólo industrial e de serviços a de polo civilizador entre
a elite e o povo.
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