::.. CARNAVAL 2003 - S.E.S IMPERADOR DO IPIRANGA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  02/03/2003
Ordem de entrada:  6
Enredo:  Sorria! O Imperador da Alegria Chegou!
Carnavalesco:  André Machado
Grupo:  Acesso
Classificação:  2º
Pontuação Total:  199,5
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Adelmo Pereira da Silva
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre Dentinho
Intérprete:  Moisés Santiago
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  Jocimar Martins
Porta-bandeira:  Daniela Motta
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

IMPERADOR DO IPIRANGA
Compositores: Ricardo Reis/ Estevão Junior

 

Sorria, meu bem

Que o nosso circo chegou

Seus olhos quero ver brilhar (ô)

Despertar o amor e a euforia

Viver no reino da folia

 

Sou bobo, sou rei, sou louco de paixão

Minha escola é alegria e tradição

Divirta-se no meu país

Sou Imperador por isso sou feliz

 

Adeus tristeza

A felicidade dominou meu coração

Seu sorriso contagia

Traz harmonia pra embalar a multidão

Quero ser um rei-palhaço, um malandro apaixonado

UM curinga Na avenida

Um colchão ambulante, coisa de camponês

Porque a arte assim me fez

Um bobo sonhador, arlequim, pierrô

Eu levo o riso pois eu sou

Chic-chic, Chincharrão, nessa fábrica sem fim

Assistindo Arrelias, encantando Piolins

Viver da arte por amor

Somos iguais no seio da esperança

Quero brincar virar uma criança

 

Bate palma, bate palma, Quero ver sambar

Roda-roda Colombina, Pro meu mundo encantar

Bate palma, bate palma, Vamos gargalhar

Sou artista popular.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: André Machado

 

Hoje tem marmelada?

Tem, sim senhor.

Hoje tem goiabada?

Tem, sim senhor.

E o palhaço o que é?

É ladrão de muié?

Obs: Refrão típico do Brasil e tem a sua origem no palhaço de rua, desempenhando pelo "casaca-de-ferro" (o funcionário mais simples do circo) para fazer pelas ruas, a propaganda do espetáculo.

SINOPSE

Respeitável público, orgulhosamente apresentamos o maior espetáculo da terra - O desfile das Escolas de Samba! E para saudar a todos, convocamos aquele que é o símbolo da alegria, aquele que tem a generosidade de entreter, arrancar de nós, o sorriso - e só isso lhe basta, pois as palmas estão para ele, assim como as flores para os colibris, e a muleta que o ampara de pé e o som que lhe rejuvenesce a alma tirada do atrito das mãos que o abraça sem aproximar-se. Aliás, tudo isso nasce da reciprocidade que aqui acontece, a sua veia cômica é presenteada com o nosso sorriso e vice-versa - isto é o que o faz viver.

Senhoras e senhores! Trago-vos o grande Imperador da alegria da comédia, da farsa, do burlesco, da esperteza e da ingenuidade - o palhaço!

Vestido com seus trajes coloridos, perucas engraçadas, sapatos desproporcionais e desenvoltura ímpar, ele desafia o público com situações hilariantes, tirando cores até dos sorrisos das almas acinzentadas.

A profissão de palhaço é nobre e honrosa. O povo quer e precisa do sorriso, do aprimoramento da vida através da risada inteligente e espontânea, a mesma que desperta os mais elevados sentimentos, ajudando mudar a realidade - e que dura realidade!

Historicamente, o termo "palhaço" tem sua origem no italiano "pagliaccio" e representa o artista do circo de cavalinhos que se traja com roupas grotescas, cara pintada, para divertir a assistência. Contudo, se prende, literalmente, ao radical "palha", e tem a mesma expressão que o revestimento do "colchão de palha".

Com efeito, a roupa era talhada do mesmo pano dos colchões, um tecido grosso e listado, e ainda, cheia e afofada nas partes mais salientes do corpo, fazendo de quem a vestia, um verdadeiro "colchão ambulante".

Para sabermos sobre a criação do palhaço devemos nos remeter ao aparecimento do próprio circo.

Foi um inglês, chamado Philip Astley que organizou em 1770, um espetáculo de cavalaria, para qual teve a idéia de apresentar, entre os números hípicos, algumas exibições de saltimbancos, inaugurando com este espetáculo, o nascimento do circo na concepção contemporânea.

Astley, ainda, apoiando-se no princípio de que é mais fácil manter-se em pé num cavalo a galope, se este executa um círculo perfeito, por causa da força centrífuga, escolheu uma pista redonda, criando assim o picadeiro.

O circo por usa vez, assumiu a mesma forma, para facilitar a visão do público. E para dar mais animação ao espetáculo. Astley imaginou um lado humorístico; e soltou recrutas em apuros sobre os cavalos criando, em 1782, em Paris, o "palhaço".

Pode-se considerar o palhaço como uma mistura de diversos personagens do popular teatro italiano (Commedia dell' Art) do século XVII que era encenado pelas aldeias com bastante improviso. O Pierrô é um personagem trajado de golas fartas e mangas extravagantes, tem a cara branca de farinha caracterizada de tristeza. Já o Arlequim e o bailarino, o conquistador, o paquerador de sedutoras falas e roupas elegantes adornadas com losangos. Tais personagens insinuam a idéia de fusão de algumas características que culminaram na figura de dois tipos de palhaço - o Clown e o Tony.

O Clown herdou as características do Arlequim: experto, gozador do outro, malandro e sedutor - atualmente pode ser visto se apresentando simplesmente de smoking e gravatinha borboleta. A palavra Clown se liga, etimologicamente, em inglês, ao termo "camponês" (clod) - foram os camponeses, simplórios e astutos, que montaram os cavalos de Astley (1782) e provocaram, com suas extravagâncias, a hilaridade das platéias.

No Tony podemos acentuar as características do Pierrô: bôbo, sonhador, o que apanha sempre, o que perde sempre, e ingênuo e de boa fé: todavia acaba superando o Clown, na vitória da pureza sobre a malícia, do bem sobre o mal, da justiça sobre a opressão. Este tipo de palhaço foi criado por um cômico chamado Antony: e esse tipo foi tão marcante, que o nome próprio Antony, chamado no final, passou, como substituto comum, a designar o tipo de palhaço criado - Tony.

O Clown é o chic e o Tony é o caduco, mas no conceito popular, o segundo é sempre o mais querido e favorito do público.

Habitualmente, apresentam-se formando uma dupla cômica nos números circenses e a estes números damos o nome de "entrada". Existe também, o "Tony de Soirre", que preenche os vazios do espetáculo - é o improvisador, imitando os números anteriores, é também, um artista completo, porque além das paródias, conhece e executa todas as artes do circo. Existe ainda o palhaço "Casaca de Ferro", que é o funcionário mais simples do circo. Antigamente, para fazer propaganda do espetáculo pelas ruas das cidades, este funcionário pintava a cara e, vestido de palhaço, percorria as ruas montando num burro, com a cabeça virada para o lado contrário a montaria.

Além das roupas coloridas, podemos observar outra tendência na vestimenta dos palhaços: estamos falando do chapéu de vários bicos, muito comum aos bobos da Antiga Europa. Outros detalhes são os guizos usados nas roupas, que podem muito bem, ser uma alusão aos sinos que os loucos eram obrigados a usar na Idade Média, para sobreavisar que estavam chegando. Curiosamente as cores típicas das vestimentas dos loucos antigamente eram o verde e o amarelo, a que, sarcasticamente, podemos associar ao caráter ingovernável e alegre do brasileiro. E a esse caráter podemos atribuir ainda, a forma como são feitas as reivindicações do nosso povo aos governantes, que muito nos faz lembrar um festival conhecido como: A Festa dos Foliões, ou A Festa dos Loucos que ocorria na Idade Média. Nessa manifestação colorida, usualmente promovida a 1º de janeiro, até padres geralmente piedosos e cidadãos ordeiros colocavam máscaras grotescas, cantavam insinuantes modinhas, nomeava-se um príncipe da bagunça, um rei palhaço e, mantinham todo mundo em suspenso, por suas sátiras e folias, principalmente as classes privilegiadas.

Toda a caracterização grotesca do corpo tinha como o alvo, o riso e representava na cultura popular da Idade Média o mundo carnavalizado, em suas diversas manifestações, um mundo "as avessas", transgressor da plena ordem oficial, ainda que num período curto de festa.

Em 1916, pela primeira vez se armou um circo em São Paulo, exatamente no Largo do Paissandu. O circo dos Irmãos Queirola, junto com o do Alcebíades, era um dos circos fixos mais populares da época: uma "verdadeira escola de cômicos", a exemplo de palhaços como Piolon, Chincharrão, Harris e Cic-Chi; a história registra o primeiro palhaço negro no Brasil - Benjamim de Oliveira (1870 - 1954).

Uma característica dos circos brasileiros, que por serem pobres não tinham recursos para despender com animais e tratadores, era criar pequenas comédias para suprir a deficiência.

Estes espetáculos, se bem que pouco freqüentados pela gente chic de São Paulo, tinham como assistência " a fina flor da intelectualidade paulistana". Os barracões, assim chamados, eram visitados por Mário de Andrade, Sérgio Milhet, Alcântara Machado, Yan de Almeida, Couto de Barros, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e outros. Entretanto, o fato é que a verdade, o entusiasmo dos modernistas não era o circo, e sim a genialidade do palhaço, principalmente a do maior deles - Piolin.

Outro grande palhaço que São Paulo registra é Waldemar Seyssel - O Arrelia - palhaço, que participou da primeira exibição de TV realizada no Brasil e que também conseguiu programas de rádio, chegando até a fazer filmes.

O cinema foi o veículo que consagrou um outro palhaço que é considerado um mestre da arte cinematográfica mundial - Charles Chaplin.

O tempo foi passando e foram aparecendo novos talentos para o deleite das animadas platéias, seja no circo, no cinema ou na televisão, não podemos ficar indiferentes a feras como o palhaço Carequinha, a dupla Atchim e Espirro, o Bozo, a Vovó Mafalda e tantos outros.

Então, agora que chegou o carnaval, devemos fugir do mundo real e vestir a fantasia, para homenagear esses magos do sorriso, trazendo a tona o palhaço que há dentro de cada um de nós, esquecendo os problemas rotineiros para cair na folia, por que ser palhaço, é despertar o amor, a simpatia pelo ser humano, assim como é, com suas qualidades e defeitos. E esse discernimento é próprio do brasileiro, pelo menos nos quatro dias de folia.

Venha se esbaldar e dar altas risadas, pois na descontraída graça do palhaço todos somos iguais, e cada explosão de gargalhada rompe-se barreiras invisíveis entre nós e nos unem em um sentimento comum - a felicidade.

"O mundo é um circo, onde todos nós somos palhaços"

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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