Localizada
na região da maior favela paulistana, a Heliópolis, a Imperador do Ipiranga
tem este nome por causa de Dom Pedro I, que declarou a Independência do Brasil
em relação a Portugal no que é hoje o Bairro do Ipiranga.
Fundada
em 1968 por moradores da Vila Carioca e da Vila Independência, a Imperador permaneceu por muito tempo como um departamento da
Sociedade Amigos das Vilas, mas tempo depois se separou, com estatuto próprio.
Seu fundador, o advogado Laerte Torpocov, embora com posição contrária
dos dirigentes mais idosos, tinha como objetivo dar lazer às crianças
pobres da favela que existia na Rua Campante e chamar a atenção das autoridades para as terríveis
enchentes no bairro. Na primeira apresentação da escola, tiveram a idéia de
fazer um desfile carnavalesco de protesto com carros alegóricos imitando
barcos. A idéia deu certo e o desfile foi um
sucesso, com muitos carros alegóricos e a participação de várias crianças
pelas ruas da região.
A primeira reunião para passar a idéia para alguns sambistas da Vila foi
realizada na sede do E.C. Cruzeiro do Sul, que estava localizado à Rua Auri
Verde quase esquina da Rua Aida. Para a segunda reunião Laerte convidou algumas
pessoas que já concordavam com a idéia da escola de samba para um encontro na
casa do Sr. Chaves (pai do cantor Erlon Chaves) porém só umas 5 pessoas
participaram e com elas é que se definiu uma diretória provisória.
Não foi fácil convencer as pessoas sobre a escola de samba pois o conceito de
sambista era muito ruim na década de 60. Os primeiros batuqueiros eram
"trazidos" pelo Osmar, cunhado do Laerte, lá da Vila Formosa para
ensinar a moçada do "pedaço".
A Imperador do Ipiranga desfilou pela primeira vez em 1969. Em 1970, a bateria
era composta pela criançada da Favela do Macuco. Naquele ano Toporcov ganha um
aliado: o clínico geral Raul Absanra, que cuidava da saúde dos moradores do
bairro.
O maior Carnaval apresentado pela Imperador foi em 1972 com o enredo
"Brincando na Passarela do Samba", um tema que mostrava os brinquedos
de criança e que resultou em 98 pontos em um total de 100, fazendo a Imperador
passar para o Grupo I, das maiores e melhores escolas de samba de São Paulo.
Em 1998, a Imperador ingressa novamente ao Grupo Especial do Carnaval
Paulistano, conquistando o título de Vice-Campeã do Grupo I.
Uma curiosidade em sua história, ocorreu no carnaval de 1976, quando o jurado
de Comissão de Frente esqueceu-se de dar a nota à escola, que acabou perdendo
o título do Grupo 3.
Habitualmente
sem contar com grandes patrocínios, a Imperador vive oscilando entre o Grupo
Especial e o Grupo 1. A garra
da sua comunidade é marca sempre presente nos desfiles da escola.
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