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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B.S. FOLHA VERDE - CARNAVAL 2002
Enredo: Ilu Ayê - Terra da Vida

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

Oh, Bahia de todos os credos, de todas as raças, de negras nações! Negros Banto, Jeje, Kêto e Nagô, cujos filhos roubados da mãe ao aqui chegaram com sua cultura, à medida que iam conhecendo a nossa, geravam uma mistura de forte influência afro ao costumes locais e com isso, passo a passo se abria para eles uma perspectiva de realização de sua tão sonhada terra da vida, o seu "Ilu-Aye", onde pudessem preservar livremente suas tradições.

Eh, Bahia e todos os santos, misticismo negro, de centenas de templos, de uma "Roma Negra" de negras nações! Nova mãe, baiana mãe, vigorosa patroa de punhos fortes e chibata em punho; também, por ironia, acolhedora mãe onde os filhos da "Ilu-Aye" vão pouco a pouco encontrando o seu espaço para difundir e perpetuar suas mais legítimas raízes em forma de música, dança e comida.

A princípio, muito embora os desejos dos poderes dominantes preferissem ver o negro afastado de suas naturais crenças religiosas, tanto que os obrigava ao batismo e à catequese católico-romanas, à revelia de tais desejos, aproveitava o negro esperto do contato com nossas igrejas, santos e sacramentos para em silêncio, reverenciarem seus santos negros, os seus "Orixás".

Apesar das agruras do cativeiro, a sensibilidade e o grande poder de assimilação fez com que o negro se modificasse, adaptando sua raiz e personalidade ao modo baiano de ser e assim, inseparável das influências brasileiras foi que o negro doou ao Brasil o conhecimento quase total de suas raízes culturais.

Seja na Bahia ou me qualquer outra parte do Brasil, a verdade é que o negro marcou presença e fez história: criou e espalhou diversificada cultura, incorporando ao nosso folclore suas "Congadas" e "Maracatus".

Do lado místico, criou o sincretismo religioso, relação dos nossos santos católicos com seus Orixás e destes, nos revelou a cultura culinária exigida pelos "Ebós" (oferendas) constituídas no "Ageum" (comida) predileto dos seus santos africanos.

Axé Bahia, "terra da vida", tão sonhada nos negros sonhos de "Ilu-Aye" desabrochou na negra façanha de fazer surgir à sombra da "Igreja Barroquinha" o seu primeiro "Candomblé", no bairro do Engenho Velho, desde então e até hoje, muito respeitado pela força do seu bom Axé.

 


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