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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.C. FLOR DE LIZ - CARNAVAL 1996
Enredo: Amor, Fonte da Vida

O Grêmio Recreativo
Autor: Ivo Ferreira

 

É o amor uma arte? Se o é, exige conhecimento e esforço. Ou será o amor uma sensação agradável, que experimenta por acaso, que se "cai" quando tem sorte?

Qualquer teoria do amor deve começar com uma teoria do homem, da existência humana. O homem é dota de razão; é a vida consciente de si mesmo; tem consciência de si, de seus semelhantes, do passado e das possibilidades do futuro; tem consciência de sua solidão e separação e de suas vergonhas. Essas experiências estão expressas na história bíblica de Adão e Eva, depois que eles comeram da "árvore do conhecimento do bem e do mal".

Já a mitologia mostra que a origem do amor vem de Zeus, Vênus (Afrodite), Cupido, Minerva, Eros e todos os outros. Vênus é a deusa da formosura, é a deusa do amor; é a deusa dos prazeres. Cupido é a designação latina de Eros, o deus alado do amor, que é representado frequentemente de olhos vendados e munidos de arco, flecha e carçás ou aljava. Carças ou aljava é um coldre ou estojo no qual se guardavam as flechas e se carregava pendente ao ombro. Minerva é a deusa da sabedoria. Eros entre os gregos era filho de Vênus, o deus do amor, portanto, nota-se a correlação entre Eros e Cupido.

Na Índia, o deus do amor é um jovem forte, vigoroso, com um arco e uma aljava de setas. Os nomes das setas são "agonia-portadora-da-morte", "revele-se" e assim por diante. Ele lança uma seta e produz uma explosão totalmente fisiológica, psicológica.

No ocidente, os trovadores foram os primeiros a pensar o amor do modo como ainda o fazemos hoje - como uma relação entre duas pessoas. Com o amor o que temos é um ideal puramente pessoal. Aquela espécie de arrebatamento que deriva do encontro de olhares.

Mas mesmo entre os ocidentais, o amor romântico, sexual e sensual não é o único que existe; há o amor-amigo que pode existir entre duas pessoas não necessariamente do sexo oposto: quem não tem um(a) amigo(a) que tenha prazer em vê-lo feliz e luta por sua felicidade? Há o amor pela natureza, o amor pelos animais. E quem não tem amor pela própria vida? Sem falar no amor que podemos ter por um time de futebol, por uma escola de samba (o amor pela Flor de Liz, por exemplo).

Temos vários exemplos de amor universal: O amor de São Francisco de Assis pelos animais; o amor de Ghandy, que fez a revolução sem armas; o amor de Romeu e Julieta; o amor em A Dama das Camélias e outros.

No plano nacional, há que se lembrar o amor de Maria Bonita por Lampião, Corisco e Dadá; Dona Flor e seus dois maridos, Dom Pedro e a Marquesa de Santos; Ceci e Peri; o amor de Vinícius de Morais pela poesia, e é claro o amor do Pierrô pela Colombina.

Há o amor-bandido, o amor que mata, como Doca Street e Ângela Diniz.

Na representação do amor, entra o brilhante, o resplandecente, o ouro, a prata, o claro, o escuro, as cores, os contrastes luz e sombra, do grande e do pequeno, do rico e do pobre, do feliz e do infeliz, cintilações, reflexos, brilhos, luminescências. É com tudo isso que o amor veste o ser amado.

Como o amor total, fraterno e musical nos permite citar quem tanto amamos em termo de samba, símbolo que respeitamos e defendemos com amor e carinho, como se fosse nosso filho, Flor de Liz= Amor= Vida. Portanto, és razão de ser o que todo mundo diz com um sorriso nos lábios que é mais um Flor de Liz.

 


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