"Crescei-vos,
multiplicai-vos e perdoai-vos, vai ser o meu novo
tema para o Carnaval de 1997, onde vamos falar sobre
o sexo e sua história durante toda a evolução da
humanidade, até os tempos mais atuais.
Aproveitaremos também esse tema tão rico em pesquisa
e polêmico diante do nosso dia a dia, para lançar
uma campanha de prevenção a AIDS, a favor do sexo
seguro e também de apoio a pessoas carentes nesse
tipo de situação".
Quando Deus criou o
mundo e todas as maravilhas naturais, sentiu também
a necessidade de criar um ser que o assemelhasse.
Então surgiu de sua divina criação, "o homem".
A maior função do
homem era então, nomear seres e tudo aquilo que
existisse na Terra ou melhor dizendo, no Jardim do
Éden.
Mas com o tempo, o
homem ao analisar que todos os animais tinham uma
companhia ou um ser que o assemelhasse, ele também
sentiu falta de alguém, pra dizer melhor, uma
parceira.
Então um dia, enquanto
o homem Adão dormia, Deus tirou-lhe uma costela e
fez a mulher, Eva, que seriam felizes juntos por
toda a eternidade.
Até que uma serpente
aparecesse e influenciasse os dois num pecado
mortal. Eles comeram um fruto proibido, a maçã, que
Deus reservou para que não comessem. E desde então
eles foram expulsos do paraíso e lançados às
dificuldades do mundo, condenados à morte.
...Crescei-vos,
multiplicai-vos e se for possível, perdoai-vos... o
que foi dito por Deus já passa até dos limites.
Pecado ou não o sexo está na cabeça da humanidade
desde os tempos mais remotos da história, seja como
meio de reprodução ou como sacanagem mesmo.
Na pré-história, o
homem das cavernas custou a entender o seu papel na
reprodução sexual. Quando ele começou a reunir
animais ou rebanhos é que ele percebeu a sua
importância na participação sexual, até então o
homem não era reconhecido pelas mulheres, ou seja,
elas se relacionavam com todo e qualquer homem que
quisesse. O homem percebendo nos rebanhos de
ovelhas, que existia um comando dos machos sobre as
fêmeas foi se identificando e passou a se valorizar.
Com isso surge o machismo.
O homem primitivo
tinha uma maneira muito erótica de transar com sua
fêmea. Quando não a pegava, sempre por trás, num
momento em que estava desprevenida, ele lascava uma
paulada em sua cabeça e arrastava até a caverna
pelos cabelos. Uma passagem interessante disso é que
o homem só valorizou os seios quando, desculpe a
indecência, ele descobriu que o buraco era outro
(veja você que sacanagem mais primitiva).
Durante toda a
evolução da história esses relatos sexuais estiveram
presentes em pinturas e obras de arte primitivas que
muito foram e ainda não encontradas nas cavernas por
historiadores e antropólogos. Essas pinturas em
pedra mostram a vida sexual daqueles tempos.
Com o passar dos
tempos todas as civilizações, é claro, também
tiveram outras descobertas que se relatam em fatos
da vida sexual do homem. Por exemplo, com os
egípcios surgiram os incestos que eram pessoas que
transavam com a mãe, com a irmã, etc; com os gregos
surgiu o homossexualismo assumido e reconhecido.
Aliás, dizem que era uma das civilizações que mais
gostavam de sexo; os chineses escreveram os
primeiros manuais de sexo e os árabes trouxeram o
sentimento (amor) de uma forma mais assumida.
Com o surgimento do
Catolicismo, o sexo virou orgia, pecado mortal, obra
do capeta, segredo trancado a sete chaves...
No Brasil algo de
muito sexy logo atraiu aos olhos dos nativos
desbravadores, algo de muito mais além da natureza,
das riquezas ecológicas e do pau-brasil. Foram as
índias da terra do pecado ou do novo Eldorado, todas
peladinhas expondo suas vaidades e seus costumes.
Como os viajantes vinham para o Brasil sem a família
ou na maioria nem família tinham, aquela linda
paisagem muitas vezes era "explorada" sexualmente e
aí nem precisa explicar o que foi acontecendo.
Desta forma vamos
mostrar o começo da formação do povo brasileiro. A
mistura de raças que fez com que nosso povo fosse
exatamente como ele é, veio da sedução das índias
brasileiras "e segue hoje com a sedução de nossas
passistas".
Passando agora para um
Brasil já feito e miscigenado por volta dos anos 60
e 70 (período de paz e amor) a liberação sexual
dominou a cabeça da juventude, cheia de loucuras e
idéias revolucionárias. Os efeitos sexuais dessa
época, trouxeram o surgimento do anticoncepcionais
(a pílula) e uma expressão maior contra os
preconceitos não só sociais como sexuais. Isso foi
muito divulgado inclusive em nosso cinema que
naquele tempo produzia mais filmes, muitos deles
mostrando a realidade seuxal do povo brasileiro como
o homossexualismo, as diferenças de classe na vida
sexual, a traição a prostituição, as drogas e a
juventude da época.
E de forma bem
resumida passando agora para a nossa geração dos
anos 90, tudo se modificou muito. A começar da
geração shopping center que curte muita paquera,
olho no olho, assumem o namoro sem preconceitos e
conta com o telefone para ajudar a disfarçar seus
medos e sua timidez. O telefone também hoje é um
meio de contato para o prazer (através do famosos
disk 900). Já existe até acesso a figuras eróticas
pelo computador. E é claro que não se pode esquecer
dos filmes eróticos, dos shows que tomam conta das
grandes casas do prazer distribuídas na noite e
também dos acessórios do prazer, uma moda criada há
um bom tempo e que vem trazendo muito lucro para os
donos de sex shop.
Em tempos de geração
saúde, onde o corpo e a boa forma são pontos muito
importantes, nem tudo é prazer.
Hoje infelizmente
existe uma doença, uma não, várias doenças, que
abalam muito a humanidade. Mas principalmente, a
AIDS, vem preocupando muito e muita gente querida já
se foi. O importante hoje é saber se prevenir e não
se deixar levar por qualquer relacionamento. A
maneira de se levar uma vida sexual hoje em dia
precisa ser muito mais reservada do que há algumas
décadas atrás.
Portanto, falar sobre
sexo no nosso trabalho não significa mostrar
pornografia e nem um carnaval sem sentido, mas sim
um desfile de carnaval, alegre, educativo e original
diante de uma visão que nos aproxima da realidade de
hoje. Pretendemos com esse tema, conscientizar nossa
comunidade da realidade dos doentes, da necessidade
de prevenção, e principalmente de quebrar o
preconceito e as dúvidas.
Acreditamos que o
samba é cultura e precisa cada vez mais se aproximar
e familiarizar seu público e seus componentes.
E na sensualidade de
nossas passistas, vamos seduzir você também.