A República de Palmares, um Estado Negro
que resistiu até o fim do século XVII, as incessantes e encamiçadas
tentativas de destruição empreendidas pelos senhores de escravo, o
quilombo perdurou por 65 anos e localizava-se na Serra da Barriga -
Capitania de Pernambuco.
Sua população alcançou algo em torno de
25.000 habitantes, população considerável para época. E estava
distribuida entre onze povoações. Macaco, que era a capital por ser a
maior e mais importante. Amaro, Subupira, Osenga, Zumbi, Acotirene,
Tabocas, Danbraganga, Andalaquituche, Alto Magano e Curiva.
Em cada povoação havia um chefe escolhido
pelos méritos de força, inteligência e destreza. Contudo, as iniciativas
desse chefe pareciam estar rigidamente controladas por um conselho, e
esse conselho não era composto pelos mais idosos, como acontecia com os
indígenas. As decisões sobre os problemas cruciais, eram tomadas por uma
assembléia de que participavam todos habitantes adultos. Havia entre os
palmarinos igualdade civil e política.
"Nem só de negros ou ex-escravos viviam em
Palmares. Ainda que em pequeno número, havia entre eles índios,
mamelucos e brancos. Esse fato sublinha o conteúdo essencialmente social
do movimento palmarino".
A preparação das terras, a semeadura e a
colheita se faziam coletivamente. Celebravam o término da colheita com
uma semana inteira de festejos em que todos folgavam, dançavam, comiam e
bebiam.
Nas comunidades negras reinava uma fartura
que oferecia um vivo contraste com a perene miséria alimentar das
populações do litoral. A abundância de mão-de-obra, o trabalho
cooperativo e a solidariedade social haviam aumentado a produção
extraordinariamente. O superproduto social se tornara abundante. Depois
de alimentar a população, atendidos os gastos coletivos e guardadas em
celeiros as quantidades destinadas às épocas de más colheitas, guerra e
festividades, ainda sobrava algo para trocar por produtos essenciais das
povoações luso-brasileiras.
Sua economia, perfeitamente organizada e
capaz de suprir suas necessidades, assim pouco a pouco Palmares foi se
transformando em um grande Quilombo.
Praticavam o sincretismo em sua religião,
na qual se combinavam elementos das crenças africanas e do cristianismo.
O primeiro chefe dos Palmarinos foi
Ganga-Zumba. Porém seu grande líder máximo, foi seu sobrinho - Zumbi dos
Palmares, que assumiu o comando após uma dissidência com o velho chefe.
Guerreiro e soberano o Rei Zumbi dos Palmares, resistiu e morreu lutando
no dia 20 de novembro de 1.695, pela igualdade do povo negro, data em
que é comemorada o Dia da Consciência Negra no Brasil.
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