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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S. CACHOEIRA IMPÉRIO DO SAMBA - CARNAVAL 1998
Enredo: O Mar e Contos de Areia

O Grêmio Recreativo
Autor: João Dionísio

 

Os oceanos, que cobrem mais de dois terços da superfície da Terra, constituem hoje a última verdadeira fronteira. Durante milênios, o homem desejou descer às profundezas do mar para descobrir as suas maravilhas e recuperar tesouros submersos.

No entanto, abaixo dos trinta metros, a pressão da água e a falta de oxigênio tornavam-se fatais. Porém, que havia nas grandes profundidades oceânicas, habitat de monstros marinhos e local de mistérios.

No entanto na superfície do oceano, local onde habita vários tipos de faunas e peixes marinhos destacando-se por sua beleza e a fácil convivência com os habitantes do planeta Terra, os golfinhos e também cavalos marinhos.

A água, o elemento líquido da natureza representa a origem da vida, a energia feminina, a fertilidade, as emoções, as forças do inconsciente. Tais características são comum a maior parte da grande Mitologia criada pelo homem.

EIS UMA ANTIGA LENDA ÁRABE DO SÉCULO X

O anjo do mar, mergulhando a mão na água, dava origem a alta maré, ao passo que a baixa mar, se verifica quando o anjo retirava a mão, é esta uma das mais poéticas interpretações dadas ao fenômeno dos mares.

A GRUTA QUE CHORA

Anchieta em 1560 referia-se ao Igputiara, morador das águas, comedor de seres humanos. E esta lenda, é uma estória que se liga à história.

A Gruta Que Chora fica na Praia da Sununga, ali pouco adiante de Iperoigue, nas terras dos Tamoios, onde Anchieta foi refém.

Contam que todos os anos emergia do mar uma enorme serpente e só aplacava a sua ira após ter engolido uma virgem. Repasto Opiparo, que a fazia voltar para as águas. O povo de beira-mar assustava-se sempre com a horripilante aparição.

Um dia, quando a serpente apareceu e a população espavorida temia dar sua contribuição, um catequista que ali estava, de crucifixo em punho enfrenta o monstro marinho, que saindo d'água, refugiou-se para sempre naquela furna.

Hoje, quando alguém visita a furna da Praia da Sununga, faltando com o respeito ao ambiente lendário, falando pouco mais alto, gotas d'água caem do teto - é a gruta que chora.

O fenômeno da permeabilidade da pedra, onde há estalactites é interpretado pelo caiçara como a gruta que chora, sim chora; são as lágrimas da serpente que o padre catequista aprisionou ali para sempre...

SUMÉ

Ora, um dia em que a multidão estava, a beira mar, viram todos que, sobre o largo oceano, vinha do lado em que o sol aponta, uma grande figura, que mais parecia de Deu que de homem. Era um grande velho, branco como a luz do dia, trazendo espalhado no peito como uma toalha de mesa, até os pés, uma longa barba venerável cuja ponta roçava a água do mar. E houve um grande espanto entre o povo, vendo assim um homem como eles, caminhar sem receio sobre as ondas como sobre a terra firme. Era Sumé, enviado de Tupã, senhor do céu e da Terra.

E Sumé operava prodígios nunca vistos. Diante dele, os matos mais cerrados se abriam por si mesmos para lhe dar passagem; a um aceno seu, calmavam-se os ventos mais desencadeados; Quando o mar furioso rugia um simples gesto de sua mão lhe impunha obediência. A sua presença fazia abaterem as tempestades, cessarem as chuvas, abrandarem as secas e até as feras quando o viam, vinham submissamente lamber-lhe os pés, arrastando-se, de rojo, na areia.

Dê um sorriso, vista a fantasia, deixe todas a tristeza de lado. É o mar abrindo-se em leque trazendo em ondas multicoloridas para mostrar enigmas, belezas e contos de areia.

 


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