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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S. ROSAS DE OURO - CARNAVAL 2005
Enredo: Mar de Rosas

Carnavalesco
Carnavalesco: Fábio Borges

 

Disse Zeus a Aquiles Tácio: 

“Se as flores quisessem eleger uma rainha, esta só poderia ser a rosa“

 

Por sua extraordinária beleza e seu suave perfume, a rosa é conhecida como a “rainha das flores”.

 

Apreciadas desde a pré-história, as rosas  existem em estado silvestre em todo o hemisfério norte, mas é na China onde se encontra o maior número de variedades.

 

Os mitos e as lendas tendo a flor como tema, e eternizados através da arte, testemunham a presença da rosa entre os povos antigos.

 

Segundo os gregos, a primeira rosa nasceu da espuma do mar quando Afrodite,  ao ver ferido seu amado Adonis, correu a salvá-lo. Quando suas lágrimas tocaram as águas, um branco rosal brotou das ondas e um espinho feriu a deusa que, com seu sangue, tingiu todas as rosas de vermelho. Afrodite deixou cair sobre o rosal o frasco de aromas que trazia preso ‘a cintura, dando ‘as rosas seu suave perfume de deusa.

 

Na Grécia antiga, as rosas eram consagradas a Afrodite, deusa da Beleza, e a Atena, deusa da Razão e da Sabedoria. As graças, servas de Afrodite, se cobriam de rosas ‘as vésperas da primavera. Em  Rodes, a ilha das rosas, eram celebrados os mistérios da iniciação.

 

Homero fala na Odisséia que os marinheiros de Ulisses haviam dado o nome de Rodes ‘a famosa ilha,  por vê-la sempre coberta de rosas, e em razão do perfume inebriante que ali sentiam. O mesmo escritor conta, na Ilíada, que Achilles tinha o escudo ornado de rosas, ao lutar contra Heitor, filho do rei de Tróia.

 

Dizia Platão que se deviam coroar de rosas todas as crianças cuidadosas e aplicadas.

 

Na Índia, a rosa cósmica Triparasundari serve de referência à beleza da mãe divina, a perfeição irretocável.

 

A mitologia iraniana conta que Ormuzde, o princípio do bem, criou um mundo pleno de vida, com um jardim maravilhoso, semeado de rosas e aves fantásticas com penas de rubis.

 

Segundo Heródoto, nos jardins suspensos da Babilônia o rei Nabucodonosor fez cultivar rosas de prata, como atributos divinos e como oferenda de amor aos deuses.

 

Quando Belkiss, a Rainha de Sabá, coberta de púrpura e deslumbrante de jóias, foi visitar o Rei Salomão, levou com ela mil jovens de ambos os sexos, cuja beleza se confundia com suas grinaldas de rosas.

 

Segundo Plínio, vinham rosas da Espanha, Milão e Alexandria para adornar as casas da cidade eterna, onde os romanos já se perfumavam com o “oleum rosarum”.  No tempo de Nero, o culto ‘as rosas atingia excessos. O extravagante imperador exigia que os salões de banquetes fossem estendidos de rosas para acolher os convidados, vestidos de rosas. Os escravos que serviam o banquete usavam uma coroa de rosas sobre a cabeça e outra em volta do  pescoço, pois as rosas teriam o poder de acalmar a língua-solta, preservando os segredos. Para perfumar o ambiente, das fontes jorrava essência de rosas, enquanto os convidados se refrescavam com vinho de rosas.

 

Em “A Divina Comédia”, Dante teve a visão de uma imensa mandala cósmica em forma de rosa: “... a imensa rosa luminosa que Beatriz mostra a seu amado, colocada no mais alto ponto do céu, o último círculo do paraíso...”

 

A Rosa representa na iconografia cristã, o cálice que colhe o sangue de Cristo, a transformação das gotas de sangue, ou o símbolo das Suas feridas. Ela é também o atributo da Virgem Maria, rosa de Jessé, entronando sobre os vitrais das catedrais góticas, na forma das rosáceas. E quando a Mãe de Jesus aparece aos homens, rosas nascem a Seus pés. E várias outras santas católicas tem seus milagres associados a essa flor.

 

Para condecorar virtuosas princesas católicas, o papa Gregório II criou em 730 o bouquet de  ROSAS DE OURO, contidas em um vaso de forma elegante, ricamente decorado , abençoado pelo papa antes da missa do quarto domingo de quaresma. Após a assinatura da Lei Áurea, em 1889,  Sua Alteza Imperial Sra. Isabel seria  condecorada por iniciativa de Leão XIII.

 

Entre 1450 e 1485 a Inglaterra foi palco de uma sangrenta disputa: Os York,  não querendo ver a rosa branca de seu brasão ser suplantada pela rosa vermelha dos Lancaster, iniciaram uma guerra horrível, apesar do belo nome de  “Guerra das Rosas”.

 

Napoleão enviou de Viena, a Josephine, mudas de rosas que a imperatriz faria plantar perto de Paris. Josephine de Beauhainais teria grande importância no desenvolvimento da cultura de rosas na França. Mais de 250 espécies foram plantadas por seus jardineiros, na Malmaison.

 

Dom Pedro I criou a ORDEM DA ROSA a fim de perpetuar a memória de seu “faustíssimo consórcio” com D. Amélia de Leuchtenberg e Eichstaedt. As veneras da ordem teriam sido inspiradas nas rosas que ornavam o vestido que a princesa usava ao desembarcar no Rio de Janeiro.

 

A bomba atômica no poema de Vinícius de Moraes, é “a rosa radioativa, estúpida e inválida, a rosa com cirrose, sem cor sem perfume, sem rosa sem nada”, é a ROSA DE HIROSHIMA.

 

A Rosa linda e cheirosa é sinônimo de mulher bonita, a ROSA MUSA, inspiradora de poetas, de Caymmi, Pixinguinha, Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu.

 

As Rosas de Cartola, que não falam, simplesmente exalam o perfume que roubam de outra rosa, a mulher.

 

A Rosa cheirosa, da água-de-rosas, do colírio, do mel e do xarope. A rosa gostosa, do vinho, do vinagre, da geléia e do licor.

 

A Rosas coloridas, brancas, vermelhas, amarelas, cor-de-rosa e rosa chá, que, vivas, enfeitam e perfumam os jardins. As rosas no vasos sobre a mesa, é arte nas naturezas-mortas. A Rosa presente em todas as festas, em todas as cerimônias, no nascimento e na morte, nos momentos de alegria e de tristeza.

 

As Rosas Sagradas, que saíram do mar de Afrodite, voltam ao mar em oferendas a Iemanjá. Para fazer da vida de todos um imenso  MAR DE ROSAS, que é um estado absoluto de serenidade, paz e felicidade.

 


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