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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S. ROSAS DE OURO - CARNAVAL 2004
Enredo: Dos Campos de Piratininga à Grande Metrópole. A História de São Paulo em Monumentos

Carnavalescos
Carnavalesco: Fabio Borges

 

Desde a antiguidade os homens procuram eternizar a história através de obras de arte. Colocadas em espaços públicos, estátuas transmitem à posteridade a memória de pessoas ilustres, e alegorias monumentais reproduzem importantes fatos históricos.

 

São Paulo, a grande metrópole da América do Sul, em celebrações especiais fez construir monumentos para perpetuar a sua própria memória. E na comemoração dos 450 anos da cidade, a Rosas de Ouro, a Escola de Samba que mais cantou a história paulistana, visita esses monumentos, guiada pelo Instituto de Patrimônio Histórico, para rever os principais fatos de Importância Histórica que São Paulo quis eternizar.

 

O Índio com o Tamanduá – Instalada na Praça Marechal Deodoro, essa obra de Ricardo Cipicchia retrata o índio, habitante dos Campos de Piratininga, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, com o Tamanduá, animal muito comum na região.

 

Índio Pescador – Obra de Francisco Leopoldo e Silva, instalada na Praça Osvaldo Cruz.

 

Índio Caçador – Obra de João Batista Ferri implantada na Avenida Vieira de Carvalho, tem o caçador olhando à frente, como a espreitar sua presa.

 

Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo – Criado por Amadeu Zani e instalado no Pátio do Colégio, homenageia os fundadores de São Paulo, retratando aspectos dos primeiros tempos da vila: a 1a missa, a catequese, a defesa da vila pelo cacique Tibiriçá e a Guerra dos Tamoios.

 

Monumento aos Fundadores de São Paulo – Obra de Luis Morrone, situada na Rua Manuel da Nóbrega, homenageia os fundadores de São Paulo através das figuras do cacique Tibiriçá, de sua filha Bartira, do português João Ramalho e do Padre Manuel da Nóbrega, com cenas da 1a missa.

 

Monumento ao Padre José de Anchieta – Criado por Heitor Usai e instalado na Praça da Sé, é uma homenagem a um dos fundadores de São Paulo, o jesuíta escritor que seria conhecido como o “Apóstolo do Brasil”.

 

Monumento às Bandeiras – Obra monumental do escultor Victor Brecheret, esse monumento consumiu quase trinta anos de trabalho. Representa o importante fato histórico das bandeiras, ocorrido em São Paulo nos séculos XVII e XVIII, valorizando a força dos bandeirantes paulistas, que desbravaram o sertão em busca de riquezas minerais e índios. Instalada no Ibirapuera, seguindo o sentido de entrada dos bandeirantes pelo interior.

 

Monumento a Raposo Tavares – O maior dos bandeirantes, a quem o Brasil deve os tratos de terras dos estados do sul, é homenageado nessa escultura de Luigi Brizzolara, que fazia parte do Monumento a Olavo Bilac, e está no saguão do Museu do Ipiranga.

 

Monumento a Fernão Dias – Também fragmento do Monumento a Olavo Bilac, de Luigi Brizzolara, esta obra homenageia o bandeirante que ficou conhecido como o “caçador de esmeraldas”. Está instalada na área interna do Colégio Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros.

 

Monumento a Borba Gato – Esta estátua monumental em mosaico de pedras de basalto e mármore colorido, foi criada pelo escultor Júlio Guerra e instalada em Santo Amaro. Genro de Fernão Dias, Borba Gato notabilizou-se nas expedições que atingiram os sertões de Sabará-buçu, em Minas Gerais, região rica em ouro.

 

Monumento ao Anhanguera – Esculpido em mármore na cidade italiana de Gênova, pelo escultor italiano Luigi Brizzolara. Instalado na Avenida Paulista, em frente ao Parque Trianon, é uma homenagem a Bartolomeu Bueno da Silva, o descobridor das minas dos Goyaz. Diz à lenda que o bandeirante, vendo que esses índios usavam pepitas de ouro como adorno, para obrigá-los a revelar a localização das minas, ateou fogo à aguardente de um prato, ameaçando fazer o mesmo com as águas dos rios.Os Goyaz, aterrorizados, indicaram o caminho das minas, chamando o bandeirante de Anhanguera, o que significa “espírito do mal”.

 

Monumento a José Bonifácio – Obra do escultor Alfredo Ceschiatti instalada na Praça do Patriarca, retrata o paulista José Bonifácio de Andrada e Silva, que, como conselheiro do Imperador Dom Pedro I, ficou conhecido como o “Patriarca da Independência”.

 

Monumento à Independência – Obra de Ettore Ximenez, representa o grito da independência, ocorrido às margens do riacho Ipiranga. Erguido no próprio local onde D. Pedro I libertou o Brasil de Portugal, o monumento é composto de alegorias e da Capela Imperial, com a cripta e despojos de D. Pedro I e da Imperatriz Leopoldina.

 

Obelisco da Ladeira da Memória – Realizado por Daniel Pedro Muller em 1814, foi o primeiro instalado em São Paulo, e marcava o ponto de chegada dos tropeiros que vinham do sul.

 

A Mãe Preta – Obra de Júlio Guerra, é uma homenagem a todas as escravas que desempenharam o papel de amas-de-leite, de crianças brancas e pretas. Foi colocada no Largo do Paissandu, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, e tornou-se um dos mais importantes monumentos da cidade.

 

O Colhedor de Café – Obra de Lecy Beltran, instalada na Praça Luis Carlos Paraná, em Pinheiros, em homenagem aos trabalhadores das antigas plantações de café, na região.

 

Monumento ao Imigrante Italiano – Homenagem aos milhares de italianos que chegaram a São Paulo a partir de 1888. Em 1914 eles seriam 845.816 só na capital, e teriam importância fundamental na economia e na cultura local. Obra de Galileo Emendabili, instalada na Praça do Imigrante Italiano – Jardim Paulista.

 

Monumento ao Conde Francesco Matarazzo – Obra de autor desconhecido, instalada na Praça Souza Aranha, na Lapa. É uma homenagem ao imigrante italiano que fez fortuna em São Paulo, e teve grande importância no cenário da industrialização da cidade, no início do século XX. As Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo eram, na década de 30, o grupo industrial mais importante do Brasil.

 

Monumento a Carlos Gomes – Obra do escultor italiano Luigi Brizzolara, está instalado nas escadarias da Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Teatro Municipal. É uma homenagem da colônia italiana radicada em São Paulo à cidade e ao Brasil, no Centenário da Independência. Representa o compositor paulista Carlos Gomes, e suas mais importantes óperas, compostas na Itália, dentre elas, “O Guarany”. Da comissão formada para erigir o monumento, faziam parte o Conde Francisco Matarazzo, o Conde Alexandre Siciliano, e representantes de vários bancos italianos.

 

Monumento aos 80 Anos da Imigração Japonesa – Obra de Tomie Ohtake instalada na Avenida 23 de Maio, representa as quatro ondas geracionais do imigrante e seus descendentes: os issei, os nissei, os sansei e os yonsei.

 

Monumento e Mausoléu ao Herói Constitucionalista de 1932 – Criado pelo escultor italiano Galileo Emendabili e executado com o auxílio do engenheiro Mário Pucci, no Ibirapuera. É uma homenagem aos heróis da Revolução de 1932, quando paulistas civis e militares que se opunham ao Governo Vargas, exigiam autonomia política e uma nova constituição. O estopim da revolução acontece no dia 23 de Maio, quando quatro estudantes morrem: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais de seus nomes formam a sigla MMDC, que se transforma no grande símbolo da revolução.Em julho explode uma revolta e tropas federais são enviadas para conter a rebelião. As forças paulistas lutam até outubro, quando se rendem.

 

Monumento a Ramos de Azevedo – Obra de Galileo Emendabili, foi inicialmente instalado em frente ao Liceu de Artes e Ofícios, e transferido mais tarde para a USP. É uma homenagem ao engenheiro-arquiteto paulista Francisco de Paula Ramos de Azevedo, que, após estudar na Bélgica e criar importantes obras em Campinas, transferiu-se para São Paulo, onde realizou, entre outras, as seguintes obras: Secretarias de Fazenda e Agricultura, Teatro Municipal, Liceu de Artes e Ofícios (hoje Pinacoteca do Estado), Mercado Municipal, Palácio das Indústrias, edifício dos Correios e Telégrafos e Casa das Rosas. Ramos de Azevedo foi à figura de proa das transformações urbanísticas que sofreu São Paulo, que, da cidade colonial de arquitetura de taipa, transformou-se em uma metrópole de tijolos, com o estilo monumental e requintado da Belle Époque francesa.

 

Visitando esses monumentos, a Rosas de Ouro, com olhar atento, percebe a grandeza da história que eles perpetuam, e relembra a saga paulistana. Os Campos de Piratininga, onde viviam os índios tupiniquins, a fundação da cidade, as cenas históricas de que foi palco, os imigrantes que acolheu e a fizeram crescer, e sua transformação em metrópole requintada. Mais uma vez a Rosas de Ouro canta sua cidade: Dos Campos de Piratininga à Grande Metrópole, a História de São Paulo em Monumentos.

 


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