Desde
a antiguidade os homens procuram eternizar a história através de obras
de arte. Colocadas em espaços públicos, estátuas transmitem à
posteridade a memória de pessoas ilustres, e alegorias monumentais
reproduzem importantes fatos históricos.
São
Paulo, a grande metrópole da América do Sul, em celebrações especiais
fez construir monumentos para perpetuar a sua própria memória. E na
comemoração dos 450 anos da cidade, a Rosas de Ouro, a Escola de Samba
que mais cantou a história paulistana, visita esses monumentos, guiada
pelo Instituto de Patrimônio Histórico, para rever os principais fatos
de Importância Histórica que São Paulo quis eternizar.
O
Índio com o Tamanduá – Instalada na Praça Marechal Deodoro, essa obra
de Ricardo Cipicchia retrata o índio, habitante dos Campos de
Piratininga, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, com o Tamanduá,
animal muito comum na região.
Índio
Pescador – Obra de Francisco Leopoldo e Silva, instalada na Praça
Osvaldo Cruz.
Índio
Caçador – Obra de João Batista Ferri implantada na Avenida Vieira de
Carvalho, tem o caçador olhando à frente, como a espreitar sua presa.
Glória
Imortal aos Fundadores de São Paulo – Criado por Amadeu Zani e
instalado no Pátio do Colégio, homenageia os fundadores de São Paulo,
retratando aspectos dos primeiros tempos da vila: a 1a missa, a catequese,
a defesa da vila pelo cacique Tibiriçá e a Guerra dos Tamoios.
Monumento
aos Fundadores de São Paulo – Obra de Luis Morrone, situada na Rua
Manuel da Nóbrega, homenageia os fundadores de São Paulo através das
figuras do cacique Tibiriçá, de sua filha Bartira, do português João
Ramalho e do Padre Manuel da Nóbrega, com cenas da 1a missa.
Monumento
ao Padre José de Anchieta – Criado por Heitor Usai e instalado na Praça
da Sé, é uma homenagem a um dos fundadores de São Paulo, o jesuíta
escritor que seria conhecido como o “Apóstolo do Brasil”.
Monumento
às Bandeiras – Obra monumental do escultor Victor Brecheret, esse
monumento consumiu quase trinta anos de trabalho. Representa o importante
fato histórico das bandeiras, ocorrido em São Paulo nos séculos XVII e
XVIII, valorizando a força dos bandeirantes paulistas, que desbravaram o
sertão em busca de riquezas minerais e índios. Instalada no Ibirapuera,
seguindo o sentido de entrada dos bandeirantes pelo interior.
Monumento
a Raposo Tavares – O maior dos bandeirantes, a quem o Brasil deve os
tratos de terras dos estados do sul, é homenageado nessa escultura de
Luigi Brizzolara, que fazia parte do Monumento a Olavo Bilac, e está no
saguão do Museu do Ipiranga.
Monumento
a Fernão Dias – Também fragmento do Monumento a Olavo Bilac, de Luigi
Brizzolara, esta obra homenageia o bandeirante que ficou conhecido como o
“caçador de esmeraldas”. Está instalada na área interna do Colégio
Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros.
Monumento
a Borba Gato – Esta estátua monumental em mosaico de pedras de basalto
e mármore colorido, foi criada pelo escultor Júlio Guerra e instalada em
Santo Amaro. Genro de Fernão Dias, Borba Gato notabilizou-se nas expedições
que atingiram os sertões de Sabará-buçu, em Minas Gerais, região rica
em ouro.
Monumento
ao Anhanguera – Esculpido em mármore na cidade italiana de Gênova,
pelo escultor italiano Luigi Brizzolara. Instalado na Avenida Paulista, em
frente ao Parque Trianon, é uma homenagem a Bartolomeu Bueno da Silva, o
descobridor das minas dos Goyaz. Diz à lenda que o bandeirante, vendo que
esses índios usavam pepitas de ouro como adorno, para obrigá-los a
revelar a localização das minas, ateou fogo à aguardente de um prato,
ameaçando fazer o mesmo com as águas dos rios.Os Goyaz, aterrorizados,
indicaram o caminho das minas, chamando o bandeirante de Anhanguera, o que
significa “espírito do mal”.
Monumento
a José Bonifácio – Obra do escultor Alfredo Ceschiatti instalada na
Praça do Patriarca, retrata o paulista José Bonifácio de Andrada e
Silva, que, como conselheiro do Imperador Dom Pedro I, ficou conhecido
como o “Patriarca da Independência”.
Monumento
à Independência – Obra de Ettore Ximenez, representa o grito da
independência, ocorrido às margens do riacho Ipiranga. Erguido no próprio
local onde D. Pedro I libertou o Brasil de Portugal, o monumento é
composto de alegorias e da Capela Imperial, com a cripta e despojos de D.
Pedro I e da Imperatriz Leopoldina.
Obelisco
da Ladeira da Memória – Realizado por Daniel Pedro Muller em 1814, foi
o primeiro instalado em São Paulo, e marcava o ponto de chegada dos
tropeiros que vinham do sul.
A
Mãe Preta – Obra de Júlio Guerra, é uma homenagem a todas as escravas
que desempenharam o papel de amas-de-leite, de crianças brancas e pretas.
Foi colocada no Largo do Paissandu, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do
Rosário dos Pretos, e tornou-se um dos mais importantes monumentos da
cidade.
O
Colhedor de Café – Obra de Lecy Beltran, instalada na Praça Luis
Carlos Paraná, em Pinheiros, em homenagem aos trabalhadores das antigas
plantações de café, na região.
Monumento
ao Imigrante Italiano – Homenagem aos milhares de italianos que chegaram
a São Paulo a partir de 1888. Em 1914 eles seriam 845.816 só na capital,
e teriam importância fundamental na economia e na cultura local. Obra de
Galileo Emendabili, instalada na Praça do Imigrante Italiano – Jardim
Paulista.
Monumento
ao Conde Francesco Matarazzo – Obra de autor desconhecido, instalada na
Praça Souza Aranha, na Lapa. É uma homenagem ao imigrante italiano que
fez fortuna em São Paulo, e teve grande importância no cenário da
industrialização da cidade, no início do século XX. As Indústrias
Reunidas Francisco Matarazzo eram, na década de 30, o grupo industrial
mais importante do Brasil.
Monumento
a Carlos Gomes – Obra do escultor italiano Luigi Brizzolara, está
instalado nas escadarias da Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Teatro
Municipal. É uma homenagem da colônia italiana radicada em São Paulo à
cidade e ao Brasil, no Centenário da Independência. Representa o
compositor paulista Carlos Gomes, e suas mais importantes óperas,
compostas na Itália, dentre elas, “O Guarany”. Da comissão formada
para erigir o monumento, faziam parte o Conde Francisco Matarazzo, o Conde
Alexandre Siciliano, e representantes de vários bancos italianos.
Monumento
aos 80 Anos da Imigração Japonesa – Obra de Tomie Ohtake instalada na
Avenida 23 de Maio, representa as quatro ondas geracionais do imigrante e
seus descendentes: os issei, os nissei, os sansei e os yonsei.
Monumento
e Mausoléu ao Herói Constitucionalista de 1932 – Criado pelo escultor
italiano Galileo Emendabili e executado com o auxílio do engenheiro Mário
Pucci, no Ibirapuera. É uma homenagem aos heróis da Revolução de 1932,
quando paulistas civis e militares que se opunham ao Governo Vargas,
exigiam autonomia política e uma nova constituição. O estopim da revolução
acontece no dia 23 de Maio, quando quatro estudantes morrem: Martins,
Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais de seus nomes formam a sigla
MMDC, que se transforma no grande símbolo da revolução.Em julho explode
uma revolta e tropas federais são enviadas para conter a rebelião. As
forças paulistas lutam até outubro, quando se rendem.
Monumento
a Ramos de Azevedo – Obra de Galileo Emendabili, foi inicialmente
instalado em frente ao Liceu de Artes e Ofícios, e transferido mais tarde
para a USP. É uma homenagem ao engenheiro-arquiteto paulista Francisco de
Paula Ramos de Azevedo, que, após estudar na Bélgica e criar importantes
obras em Campinas, transferiu-se para São Paulo, onde realizou, entre
outras, as seguintes obras: Secretarias de Fazenda e Agricultura, Teatro
Municipal, Liceu de Artes e Ofícios (hoje Pinacoteca do Estado), Mercado
Municipal, Palácio das Indústrias, edifício dos Correios e Telégrafos
e Casa das Rosas. Ramos de Azevedo foi à figura de proa das transformações
urbanísticas que sofreu São Paulo, que, da cidade colonial de
arquitetura de taipa, transformou-se em uma metrópole de tijolos, com o
estilo monumental e requintado da Belle Époque francesa.
Visitando
esses monumentos, a Rosas de Ouro, com olhar atento, percebe a grandeza da
história que eles perpetuam, e relembra a saga paulistana. Os Campos de
Piratininga, onde viviam os índios tupiniquins, a fundação da cidade,
as cenas históricas de que foi palco, os imigrantes que acolheu e a
fizeram crescer, e sua transformação em metrópole requintada. Mais uma
vez a Rosas de Ouro canta sua cidade: Dos Campos de Piratininga à Grande
Metrópole, a História de São Paulo em Monumentos.
|