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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. ACADÊMICOS DO IPIRANGA - CARNAVAL 1995
Enredo: O Rei Sou Eu

O Grêmio Recreativo
Autor: Nelson Crecibeni Filho

 

A Escola de Samba Acadêmicos do Ipiranga, neste carnaval, presta um singela homenagem àqueles que personificaram “Momo”, o Deus Galhofeiro:

Evoé!...

Waldemar Seyssel (O Palhaço Arrrelia);

Danilo de Oliveira;

Salvador Militello;

Irineu Pugliese;

Henrique Felipe da Costa (Henricão);

Emir Grigoleto;

Luiz Tadeu Ribeiro;

Idalo Manetti;

Octávio Antonio Silvério (Diamante Negro);

Draúzio da Cruz;

Osvaldo Ferreira (Mirandinha);

Paulo Vitor e

Benedito Paulo Telles da Silva;

A todos, muito obrigado.

CARNAVAL

O Carnaval sempre esteve presente em todos os acontecimentos desde as mais remotas épocas, e deve seu brilho e animação ao povo, que com arte e imaginação, o desenvolveu: encontramos nos mais antigos manuscritos a narrativa de grandes festins, em tempos de paz ou como agradecimento à natureza. Sua origem, porém, é incógnita e incoerente; alguns dizem que se aparecimento remonta 1.200 a.C.; era então uma festa pagã em louvor a Isis, deusa da Terra, e simbolizava o reinício de todas as coisas.

Em razão da orgia e licenciosidade, afirma-se que eram festas promovidas por Baco, o deus do vinho (Dionísio, para os romanos), chamadas bacanais. Eram celebradas no mês de março e possuíam caráter artístico; nelas, além do canto e dança, havia representação de cenas mitológicas sobre a vida de Dionísio.

Já o início da primavera era marcado pela “saturnália” ou “saturnais”, que eram dedicadas a Saturno; durante a celebração, invertiam-se as posições sociais: o rei da “saturnália” era um tipo satírico e governava durante o festival, em lugar do Imperador.

Na Idade Média, o Carnaval chegou à Europa levado pelos romanos, destacando-se então as batalhas de confete, os carros alegóricos e outras manifestações populares que se sobressaíam pela iluminação a velas; aos poucos, o deboche foi parcialmente substituído pelo gosto tétrico e macabro.

No Renascimento, surgem na Itália e na França, os famosos bailes de mascarados, realizados nos salões nobres pela aristocracia.

No Brasil, o Carnaval chegou com os colonizadores, por volta de 1.700. Com o aparecimento do “Zé Pereira”, criou-se uma nova onda no Carnaval, era a formação dos “Blocos de Sujo”, que traziam como principal atração, um branco português tocando sua zabumba, de tal forma contagiante, que em pouco tempo outras sociedades carnavalescas foram sendo criadas. Deste novo costume, nasceram as Escolas de Samba, que atualmente formam verdadeiras companhias de espetáculo ambulante, reunindo e neutralizando as classes sociais, ficando todos sob a regência do monarca da folia, Sua Majestade o “Rei Momo”.

REI MOMO

A mitologia, mesmo nas resenhas ou digestos de amplo conhecimento, informam ser “Momo”, o deus da burla, das críticas maliciosas e das coisas espirituosas. Era representado por uma figura levantando sua máscara e levando à mão um tirso florido numa das extremidades. Símbolo da loucura, era glorificado pelos foliões com a saudação bacante: Evoé! Evoé!

Divindade secundária, “Momo”, filho do sono e da noite, era considerado deus do riso e do sarcasmo, com a missão de corrigir os homens e os deuses pela galhofa.

No Brasil, a primeira notícia de personificação do “Rei Momo” é referente ao palhaço negro Benjamim de Oliveira, que o representou na farsa levada a cena no Circo Spinelli, no Rio de Janeiro.

No Carnaval de 1936, os organizadores do “Baile dos Artistas” na Cidade de São Paulo, escolheram o Palhaço Arrelia para representar o deus da galhofa. A partir de então, o “Rei Momo” deixou de ser uma figura inanimada, para fazer parte integrante do Carnaval Paulistano.

Hoje, encarnando o espírito carnavalesco, o sambista pode afirmar sem ceceio: “O Rei Sou Eu!”.

 


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