A Escola de Samba Acadêmicos do Ipiranga,
neste carnaval, presta um singela homenagem àqueles que personificaram
“Momo”, o Deus Galhofeiro:
Evoé!...
Waldemar Seyssel (O Palhaço Arrrelia);
Danilo de Oliveira;
Salvador Militello;
Irineu Pugliese;
Henrique Felipe da Costa (Henricão);
Emir Grigoleto;
Luiz Tadeu Ribeiro;
Idalo Manetti;
Octávio Antonio Silvério (Diamante Negro);
Draúzio da Cruz;
Osvaldo Ferreira (Mirandinha);
Paulo Vitor e
Benedito Paulo Telles da Silva;
A todos, muito obrigado.
CARNAVAL
O Carnaval sempre esteve presente em todos
os acontecimentos desde as mais remotas épocas, e deve seu brilho e
animação ao povo, que com arte e imaginação, o desenvolveu: encontramos
nos mais antigos manuscritos a narrativa de grandes festins, em tempos
de paz ou como agradecimento à natureza. Sua origem, porém, é incógnita
e incoerente; alguns dizem que se aparecimento remonta 1.200 a.C.; era
então uma festa pagã em louvor a Isis, deusa da Terra, e simbolizava o
reinício de todas as coisas.
Em razão da orgia e licenciosidade,
afirma-se que eram festas promovidas por Baco, o deus do vinho
(Dionísio, para os romanos), chamadas bacanais. Eram celebradas no mês
de março e possuíam caráter artístico; nelas, além do canto e dança,
havia representação de cenas mitológicas sobre a vida de Dionísio.
Já o início da primavera era marcado pela
“saturnália” ou “saturnais”, que eram dedicadas a Saturno; durante a
celebração, invertiam-se as posições sociais: o rei da “saturnália” era
um tipo satírico e governava durante o festival, em lugar do Imperador.
Na Idade Média, o Carnaval chegou à Europa
levado pelos romanos, destacando-se então as batalhas de confete, os
carros alegóricos e outras manifestações populares que se sobressaíam
pela iluminação a velas; aos poucos, o deboche foi parcialmente
substituído pelo gosto tétrico e macabro.
No Renascimento, surgem na Itália e na
França, os famosos bailes de mascarados, realizados nos salões nobres
pela aristocracia.
No Brasil, o Carnaval chegou com os
colonizadores, por volta de 1.700. Com o aparecimento do “Zé Pereira”,
criou-se uma nova onda no Carnaval, era a formação dos “Blocos de Sujo”,
que traziam como principal atração, um branco português tocando sua
zabumba, de tal forma contagiante, que em pouco tempo outras sociedades
carnavalescas foram sendo criadas. Deste novo costume, nasceram as
Escolas de Samba, que atualmente formam verdadeiras companhias de
espetáculo ambulante, reunindo e neutralizando as classes sociais,
ficando todos sob a regência do monarca da folia, Sua Majestade o “Rei
Momo”.
REI MOMO
A mitologia, mesmo nas resenhas ou
digestos de amplo conhecimento, informam ser “Momo”, o deus da burla,
das críticas maliciosas e das coisas espirituosas. Era representado por
uma figura levantando sua máscara e levando à mão um tirso florido numa
das extremidades. Símbolo da loucura, era glorificado pelos foliões com
a saudação bacante: Evoé! Evoé!
Divindade secundária, “Momo”, filho do
sono e da noite, era considerado deus do riso e do sarcasmo, com a
missão de corrigir os homens e os deuses pela galhofa.
No Brasil, a primeira notícia de
personificação do “Rei Momo” é referente ao palhaço negro Benjamim de
Oliveira, que o representou na farsa levada a cena no Circo Spinelli, no
Rio de Janeiro.
No Carnaval de 1936, os organizadores do
“Baile dos Artistas” na Cidade de São Paulo, escolheram o Palhaço
Arrelia para representar o deus da galhofa. A partir de então, o “Rei
Momo” deixou de ser uma figura inanimada, para fazer parte integrante do
Carnaval Paulistano.
Hoje, encarnando o espírito carnavalesco,
o sambista pode afirmar sem ceceio: “O Rei Sou Eu!”.
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