BANNER 468X60
::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. MOCIDADE ALEGRE - CARNAVAL 2004
Enredo: Do Além-Mar à Terra da Garoa... Salve Esta Gente Boa

Carnavalescos
Carnavalescos: Nelson Ferreira

 

Qual é a base da mistura cultural do paulistano? A resposta correta é o mundo!

 

Afinal, no início da imigração homens e mulheres de mais de 60 países se estabeleceram em São Paulo em busca de oportunidades. Aqui, foram acolhidos porque a província de São Paulo necessitava de mão-de-obra para a lavoura cafeeira e hoje se estima que a cidade de São Paulo seja a terceira maior cidade italiana fora da Itália, a maior cidade japonesa fora do Japão, a terceira maior cidade libanesa fora do Líbano, a maior cidade portuguesa fora de Portugal e a maior cidade espanhola fora da Espanha.

 

Esta mistura de raças, etnias e culturas acentuou-se com o correr do tempo e marcou profundamente a vida cultural, social e econômica da cidade. O final do século XIX e início do século XX marcou um período de transformações mundiais. Guerras, revoluções resultavam em desemprego e fome na Europa. Populações inteiras rumavam para longe de suas terras buscando refugio às perseguições políticas e religiosas. As informações da existência de uma terra nova e cheia de oportunidades chegavam de além-mar. Além de portugueses e índios, havia aqui também os negros africanos, já em condições de escravos, obrigados a cruzarem o Atlântico.

 

Numa prudente política migratória os monarcas brasileiros trataram de atrair novos imigrantes, oferecendo lotes de terras para que se estabelecessem como pequenos proprietários agrícolas. Depois com a abolição da escravatura em 1888, a opção foi à imigração em massa para substituir o trabalho escravo. Viajando em trens, carroças ou até mesmo a pé, a partir do ultimo quarto do século XIX milhares de famílias abandonaram suas casas e percorreram enormes distâncias até os portos de embarque para os Estados Unidos, Argentina e Brasil. Os principais deles: Nápoles e Gênova, na Itália; Lisboa e Leilões em Portugal; Marselha, Havre e Bordeaux na França; Amsterdã na Holanda; Hamburgo e Bremer, na Alemanha; Kobe no Japão; Hong Kong e Gibraltar, possessões inglesas na China e na Espanha, respectivamente.

 

Muitas vezes, pessoas que jamais haviam visto o mar, percebiam-se por longo tempo abordo de um navio o caminho de uma terra estranha alojados em porões mal ventilados e com pouquíssima iluminação, a sensação de mal- estar só podia ser superada pela esperança de iniciar uma nova vida após tantos dias no mar, a chegada ao porto de Santos era sempre um alivio.

 

Com poucas informações sobre o Brasil, os imigrantes precaviam-se trazendo uma série de coisas em suas bagagens. Além de roupas, com eles chegavam utensílios de cozinha, louças, talheres, máquinas de costura, instrumentos musicais e de trabalho, objetos de toucador, fotografia, relíquias de família e peças que lembrassem a terra natal. Boa parte dos que aqui chegaram sequer possuíam malas, seus poucos pertences eram transportados em sacos, em sacolas. Sem recursos para custear a própria passagem, a grande maioria dos imigrantes tinha sua viagem subsidiada pelo Governo do Estado de São Paulo. No inicio do processo imigratório a rota Europa-Brasil era realizada por navios à vela sujeito as variações climáticas e calmarias, chegavam a levar até 60 dias para completar o percurso. Com o desenvolvimento dos navios a vapor, no final do século XIX as viagens tornaram-se mais rápidas, passaram a levar de 15 a 30 dias quando vinham da Europa e cerca de 60 dias quando vinham do Japão. Ao chegar e desembarcar em Santos, os imigrantes eram alojados na precária hospedaria da Cidade ou quando possível eram imediatamente colocados em trem que partindo do próprio porto, os conduzia até a hospedaria de imigrantes da Cidade.

 

Uma das maiores contribuições dos imigrantes foi a introdução de novas técnicas de produção. Se no campo aqueles homens iniciaram o plantio de culturas desconhecidas aos brasileiros, nas Cidades, impulsionaram o desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços, dando início até mesmo a algumas profissões ainda então inexistente no país.

 

Na ultima década do século XIX os portugueses, ao lado dos brasileiros, dedicavam-se à importação e comercialização de gêneros alimentícios.

 

A importação de tecido era dominada por alemães, franceses e italianos. Os italianos concentravam também a maior parte do comércio de ferragens, funilaria e calçados. Os padeiros, confeiteiros e curtidores de couro que eram geralmente franceses ou alemães, depois foram dominados pelos portugueses. Os sírios e libaneses eram proprietários da maior parte das lojas de armarinhos e tecidos.

 

Um verdadeiro exército de mascates cortava as diversas regiões do país, oferecendo suas mercadorias na periferia das Cidades e mesmo nas fazendas espalhadas pelo interior. Vendiam tecidos, chapéus, roupas, sapatos, cintos, guarda-chuvas, relógios, jóias, bijuterias e uma infinidade de produtos. A grande parte dos mascates era composta de imigrantes de origem árabe, outras atividades geralmente desenvolvida pelos imigrantes tornou-se bem familiar aos brasileiros, era o caso dos alfaiates, das costureiras, das parteiras, dos sapateiros e dos "buxeiros" que em carro carroças improvisadas vendiam carnes pelas ruas das cidades.

 

Os artesãos iriam marcar a sua presença na confecção de produtos artisticamente mais elaborados e até mesmo na construção civil, ao lado dos pedreiros, na maior parte italianos.

 

Além da expansão do comércio e dos serviços a iniciativa de estrangeiros contribuiu para o surgimento de pequenas indústrias em diversas áreas da região sul do país e especialmente São Paulo, eram imigrantes que ampliavam e modernizavam suas oficinas artesanais, outros que investiam nas cidades as economias resultantes de anos de trabalho na lavoura e outras ainda que chegavam ao país com dinheiro suficiente para iniciar um negócio.

 

A São Paulo antiga, criada com a ajuda dos imigrantes do inicio do século XX, trata-se de uma cidade que lembra muito pouco ou quase nada a metrópole dos dias atuais. Veículos de tração animal predominavam no transporte. Homens e mulheres bem vestidos na "estica”, como se dizia, circulavam pelas calçadas sendo vez ou outra, sobressaltados pelas buzinas de raros automóveis que circulavam pelas ruas. Os bondes cruzavam a cidade, imprimindo uma velocidade vertiginosa ao transporte urbano. Os gazeteiros, geralmente crianças, gritavam pelas ruas e praças as ultimas notícias, obtendo alguns tostões com a venda de jornais. Vendedores e prestadores de serviço anunciavam a sua presença através de diversas formas de sons e ruídos. Ex: os amoladores de facas e tesouras tocavam um apito que lembravam uma gaita, os realejos com a sua música característica, anunciavam a boa sorte, vendedores de biju, aguçavam a gula das crianças utilizando-se da matraca com o som do ferro batendo na madeira, os consertadores de panelas produziam um enorme barulho batendo em suas frigideiras.

 

Os mais abastados paravam nos cafés para bebericar a mais paulista das bebidas, ler jornais e apreciar as moças que através das vitrines das lojas observavam e comentavam a moda mais atual ditada pela Europa. Mas com a ajuda dos imigrantes as cidades cresciam, novas industrias iam sendo instaladas e antigas chácaras cediam lugar a habitação, formando novos bairros. O lampião de gás era rapidamente substituído pela energia elétrica, ruas iam sendo ampliadas surgindo assim as avenidas, os arranha-céus, a modernidade, a tecnologia, transformando a terra da garoa numa mega metrópole chamada São Paulo.

 


HISTÓRIA ::..::DADOS ::..:: CARNAVAIS ::..:: HINO ::..:: CURIOSIDADES
 
 
 


:: SASP - SOCIEDADE DOS AMANTES DO SAMBA PAULISTA ::
WWW.CARNAVALPAULISTANO.COM.BR
SASP - UMA ENTIDADE COM DIFERENCIAL !!

Copyright ©2000-2024 | Todos os Direitos Reservados