A Mocidade Alegre foi fundada pelos irmãos Carlos, Salvador e Juarez da
Cruz (este último é o presidente de honra da escola), com o intuito de
se divertirem durante o carnaval, como já faziam em sua cidade natal:
Campos-RJ.
No ano de 1958, em homenagem ao prefeito da Capital, que iniciava
campanha de recuperação dos bondes e ônibus da cidade, o bloco saiu
com o nome de "Bloco das Primeiras Mariposas Recuperadas do Bom
Retiro", já que Juarez e seus amigos moravam na rua José Paulino,
centro comercial de roupas feitas, armarinhos e enxovais.
Havia um código entre os componentes do Bloco, embora a maior parte
deles fossem casados e suas mulheres pretendessem participar, isso era
vetado a elas. Por imposição de um dos componentes do grupo, que se
recusava a sair fantasiado de mulher, no ano de 1963, eles saíram de
palhaços e percorreram a avenida São João, onde a Rádio América
promovia o Carnaval de rua com exclusividade. Nesta época cada bairro
fazia seu próprio Carnaval, promovido geralmente por firmas comerciais
quando o bloco passava em frente ao palanque armado próximo ao Cine
Paissandu, o apresentador disse em alto tom: "É um bloco muito
alegre, um bloco de sujos, como existem muitos no Rio de Janeiro".
Ao sentarem na esquina da São João com Conselheiro Crispiniano, aquela
frase não saía de suas cabeças. Estavam no meio-fio, descansando,
quando resolveram dar um nome ao bloco. Entre muitas sugestões o
escolhido foi "Mocidade Alegre", já que ao se apresentarem
eles evocaram na lembrança do locutor os melhores tempos do Bloco
Carnavalesco Mocidade Louca, de Campos e "alegre" foi o
adjetivo usado para apresentá-los ao povo.
Foi em meados de 1967 que se criou a Federação das Escolas de Samba de
São Paulo.
O Radialista Moraes Sarmento convocava todas as escolas, cordões e
blocos carnavalescos para organizarem o Carnaval paulistano de 1968.
As reuniões eram realizadas no Paulistano, na Rua da Glória. A partir
dos estatutos dos “Acadêmicos do Peruche” foi elaborado o da
Mocidade Alegre, em 24 de setembro de 1967 se transformou no Grêmio
Recreativo Mocidade Alegre, sendo seu primeiro presidente Juarez da
Cruz.
A Mocidade Alegre conseguiu a proeza de ser tricampeã do carnaval
paulistano logo após subir para o grupo principal. Em 1970, venceu o
Segundo Grupo e, nos anos seguintes, já promovida, foi campeã logo de
cara, em 71/72/73.
A Mocidade foi a primeira escola paulistana a introduzir destaques sobre
os carros alegóricos, adereços de mão e alas coreografadas. A escola
também teve a honra de ser a 1º Escola de Samba a ser convidada pelo
Ministério da Cultura a representar a Cultura da Raiz Paulistana na
Europa. A escola é conhecida também como "A Morada do
Samba".
Até o início dos anos 80, a Mocidade Alegre trazia muitos temas
relacionados à raça negra e a sua saga no Brasil. Atualmente, enfrenta
um período de mais de vinte anos sem ganhar um campeonato, mas vem
chegando perto de quebrar o tabu. Na década de 80, foi vice-campeã em
81 e 88. Nos anos 90, chegou em terceiro lugar em 93, 96, 98 e em 2000,
mantendo-se sempre entre as principais agremiações paulistanas.
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