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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S. IMPERATRIZ DA PAULICÉIA - CARNAVAL 1999
Enredo: Arlequim, Pierrôs e Colombinas

O Grêmio Recreativo
Autor: Mestre Lagrila

 

A Imperatriz da Paulicéia, traz para o carnaval de 1999, o enredo "Arlequim, Pierrôs e Colombina", tradição carnavalesca que herdamos de alguns séculos.

Alegria, alegria, está chegando a hora, novamente é carnaval. Surgiu na Grécia Antiga, chegando ao Brasil no século XVII, mais precisamente no ano de 1647, trazido de Portugal. Foi por muito tempo uma festa de elite e da burguesia. Ao cidadão comum, não era reservado o direito de participar.

Surge no ano de 1853, um cidadão de nacionalidade portuguesa, um sapateiro de ofício, cujo apelido de "Zé Pereira", e que começou a desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro, tocando um bumbo, ficando muito conhecido e famoso.

Quem não conhece Zé Pereira? Sim o patrono do carnaval brasileiro, festa maior da nossa gente.

E assim com o pontapé inicial dado pelo "Zé Pereira" nos anos subseqüentes foram surgindo os cordões carnavalescos, trocas, ao som de música erudita, e outras modas regionais, como o "Maxixe", o "Maracatu", etc... Na seqüência foi criada a "Marta-Rancho", tornando-se assim uma festa popularíssima, ganhando uma miscigenação de raças e ritmos consequentemente surgiu o Samba.

Nas ruas organizavam-se os princípios de uma estrutura que até hoje são seguidas em quase toda a sua totalidade. Construia-se assim: o Rei Momo e sua Corte, os adereços simbolizavam a riqueza do império, a comissão de frente simbolizava as forças armadas, os carros alegóricos representavam o poderio bélico da corte. A bateria representava a banda musical das grandes campanhas, os componentes representavam os soldados e servidores da corte, os compositores simbolizavam o corpo de conselheiros e sua elite. Os destaques, os convidados do rei, e a ala das baianas, as cozinheiras do palácio da corte.

Surge o entrudo, tradição herdada dos portugueses, na qual os foliões faziam guerra com água e farinha. A imprensa fazia campanha contra e defendia o carnaval no estilo dos fogueiros europeus. Passou-se então para as "batalhas de confete", com a introdução do bumbo do "Zé Pereira". Surgiram também os tamborins, pandeiros e frigideiras. E assim evoluía para o que é hoje o nosso carnaval de rua, avenida transbordante. Ouve-se forte a batida dos surdos de marcação, o tilintar dos tamborins, do repique, as caixas. Foliões que chegam de todos os lados, piratas, odaliscas, chapéu palheta, arlequim e colombina.

Apareceram assim também os primeiros sucessos musicais carnavalescos no Rio de Janeiro, como a marchinha "Abre Alas", "Vem Cá Mulata" e outros seguiram pelo "Telefone", primeiro samba gravado que abriu caminho para um novo e envolvente ritmo, como "O Teu Cabelo Não Nega", "O Orvalho Vem Caindo", "Linda Laurinha", etc.

Hoje a música de carnaval não une mais o povo numa única voz. Os enredos, as letras escolhidas, seguem cada qual uma linha de pensamentos herdadas ou não, ligadas às culturas regionais.

Enfim, o carnaval vale pelo clima que se cria em sua volta, fazendo com que se renove as energias para a luta do cotidiano.

As Escolas de Samba estão aí, luxuosas, coloridas, com encantos, irreverência, protesto, ou seja, tudo como o povo gosta.

Saudades do tempo que não volta mais...

Mas o samba sobrevive. As Escolas de Samba engrandecem os nossos carnavais. Todas com muito luxo, riquezas, fantasias, costumes regionais, mistérios e magia. E nós somos o éter nos foliões com Arlequim, Pierrôs e Colombinas.

Pedimos licença aos Srs. Jurados, a mídia, neste carnaval de 1999.

 


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