INTRODUÇÃO
O caipira foi pintado na cidade como supersticioso, crédulo, apalermado, quase andrajoso, desengonçado, bobalhão. Teria roupas velhas e remendadas, chapéu de palha na cabeça, paletó surrado pelo tempo, cabelo desgrenhado, encardido, barba por fazer, descuidado em geral, calçado de alpercatas ou botinas, por vezes, sapatos velhos; cheirador de rapé, fumador de cigarros de palha, bebedor de cachaça. Pendendo no currião, um canivete de picar fumo, metido dentro de uma bainha de couro. No bolso de trás da calça um chumaço de palha seca de milho para confecção de cigarros. A mulher caipira não dista muito dessa figuração: vestido estampado, de cores berrantes e desenhos grosseiros, babados, pouca elegância no agir e andar; desprovida de qualquer senso de estética (sob a ótica urbana) ou de vaidade (idem); maquiagem borrada, exagerada, ridícula. Cabelo longo, amarrado com uma tira de trapo, ensebado, lamentável. Sandália simples no pé. Uma bolsa sofrível a tiracolo.
Uns e outros infalivelmente arrastando uma variação linguística geográfica, histórica e social. Sotaque típico caipira! Usam palavras específicas que na cidade pouco se sabe o que seja, recheados de riqueza histórica. O traje simplório, contudo, é uma necessidade prática da pesada lida cotidiana. Para os eventos, as festas, as celebrações, o homem do campo se veste bem e com gosto, limpo e cuidadoso. Vimos algumas vezes uma cena inusitada: gente da cidade ir a uma vila assistir uma festa de padroeiro ou outra, ingenuamente vestido de forma simples, e passar vergonha de ver os naturais do lugar, "os caipiras", mais limpos e bem vestidos que o cidadão da zona urbana. É uma oportunidade interessante para quebra desse paradigma!
Imperiano é sambista, é da roça, é caipira sertanejo sim senhor!!!
Como todos sabem o dia para os homens e também para as mulheres do campo tem início logo cedo, assim que o galo canta, bem antes de o sol nascer no horizonte, lá pelas 4 ou 5
horas da manhã.
Tudo começa com o café da manhã, que é sempre mais gostoso. Cafezinho delicioso que foi torrado na hora e que é adoçado com rapadura ou com açúcar mascavo.
Para acompanhar de modo formidável este cafezinho incrível, uma deliciosa broa de fubá, um pão de queijo, um biscoito de polvilho e um fubá suado, entre outras guloseimas do
campo.
E o melhor de tudo é que todas essas coisinhas tão gostosas são preparadas e assadas num fogão à lenha, exatamente como deve se esperar de uma verdadeira casa no campo.
Sem dúvida nenhuma, a vida no campo é muito mais saudável!
A começar pelo ar puro, frutas, verduras, o leite fresquinho, carne, ovos, tudo é mais vida.
A natureza generosa nos dá o feijão nosso de cada dia, o trigo do pão também, e o milho de fubá, o arroz, e a cebola para temperar, o alho, e a mandioca para fazer farinha.…
Hoje em dia, bem poucos tem o privilégio de conhecer o campo, pisar na terra, comer frutas colhidas na hora, tomar, banho no rio.
Sem contar a beleza da fauna e flora, o incomparável cantar dos pássaros.
Enfim, com toda essa maravilha, todos iam preferir a vida saudável do campo.
O som da viola canta a música do campo e conta a história daqueles que vivem da terra, que lutam, que prosperam e fazem o país crescer.
Assim como a agricultura, a música do campo é a origem do Brasil. A moda de viola traz a saudade dos tempos de outrora, mostra a vida cantada em versos simples e retrata a obra
magnífica do homem do campo, do agricultor que com afinco, dedicação e conhecimento transforma a terra em riqueza.
Toda festa na roça, tem balão, tem quadrilha, tem arraial...Tem forró e tem baião...
Festa na roça
É a festa do arraial
O povo canta, dança e pula
Vamos todos chacoalhar Festa na roça é alegria
O ano inteiro, é todo dia
(Tonico e Tinoco)
Folia de Reis, Reisado, é uma manifestação cultural religiosa festiva e classificada, no Brasil , como folclore ; praticada pelos adeptos e simpatizantes do catolicismo , no intuito de rememorar a atitude dos Três Reis Magos que partiram em uma jornada à procura do esconderijo do Prometido Messias
Festa do Divino Espírito Santo é um culto ao Espírito Santo , em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular.
“Eu fiz promessa
Para que Deus mandasse chuva
Para crescer a plantação”.
(Raul Torres e João Pacífico)
Até os santos ficam de castigo, sendo trocados de Igreja, talvez para prestarem mais atenção para os problemas do campo.
Caipira que preza tem fé no seu pensar...
A família reunida ensina a criança a rezar...
Benção Mãe Protetora... Que guia o nosso caminhar...
"Sou caipira, sim sinhô"... "Caipira, Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida"...
"Mulher de fé" guerreira do amor, coroada iluminada pelo Senhor!
O povo da roça é um povo de muita fé, temos São José! Para abençoar e trazer de volta a alegria do sertanejo. Salvando a colheita, o gado e a mesa em oração. Tanto que gratos pelo mais singelo chuvisco.
Os animais se mostram felizes nos pastos, os peões contentes com a lida.
E festas se fazem em tua homenagem.
Para brindar a fartura.
No caminho da procissão, romeiros em devoção....
Na Louvada Romaria, fé na Mãe de luz que nos guia...
Jeito simples, povo humilde... Povo de fé, que não perde a esperança...
Vive como o coração puro feito criança...
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