Sinopse do Enredo

Introdução

Quando há esperança, tudo pode acontecer.

Baseada na emoção, na luta, na vida aguerrida do povo simples do nosso país, a Primeira da Cidade Líder vem mostrar um carnaval sobre a superação da vida em meio o Sertão. Esse carnaval pretende expor o orgulho pela terra, contradizendo as teorias de êxodos rurais, que sempre põe o sertanejo como imigrante em busca de sucesso e riqueza em meio ao caos urbano.

Uma prece ao amor e a diversidade de vida. A Primeira da Cidade Lider hoje migra para o sertão e reconta como um sertanejo um milagre que só existe por lá.

Enredo

"São Pedro, chora que já é passada a hora! Derrama logo outra história! Traz pra mim pingas de esperança para que eu encha a tina e banhe as crianças. Para que continuem a cantar, como cantei na infância e continuem a sonhar como sonhei e persistam na esperança de que um dia, São Pedro, volte a chorar, tanto quanto já chorei."

E eu já chorei...

Quando seguia pelo seco caminho
Cor de nada, sol a pino
Sinto a pele queimar da quentura que vem do chão

Nem a aba do chapéu
Ou esse lenço no pescoço
Todo o pano no meu corpo
Me protegiam no caminho
Oh triste vido Severina
Que castiga o dia a dia

Até o próximo açude
Sempre há muitas sombras de distância
O cenário era de castigo
A paisagem de cacto e cadáver
Amedrontado seguia, cercado de urubus
Que esperavam a morte me abraçar

"Se São Pedro chorasse... E sobre nós desaguasse gotas de água... Que eu pudesse pegar com as mãos e brincar com elas... E me mergulhar e sonhar... E se eu chorasse junto? E o chão não mais rachasse... E meus olhos levantassem... Felicidade!"

Mas não abraçou não
Para todo sertão tem a salvação!
Chegou o vento anunciando a mudança
Esperança molhada e fina
Foi aos poucos tocando o chão

Cada beijo de gota que sentia em meu rosto
Revelava um novo riso, onde já foi desgosto
A terra seca sorriu para mim
Os galhos secos gargalhavam sem fim
Foi uma tal felicidade transformando a paisagem E o milagre fez aqui

Secos espinhos deram lugar às flores
E a horta foi brotando, tomando conta, surgiu um campo
Onde a vida iria continuar
Os passarinhos voltam a bailar pelo céu
E surgem cores nas asas das borboletas

Ah... essa chuva de esperança
Meu Deus, não mereço tanta bonança
Se o sertão fosse castigo
Meu Jesus, Jesus menino, não salvava esse lugar
É por isso que agradeço São João e meu São Pedro
Por interceder...
Oh meu Padim Ciço, meu respeito
Ai do céu, abençoe os filhos do seu chão!

Histórico do Enredo

Baseado na exposição "Lágrimas de São Pedro", de Vinicius S.A., que expressa a relação lúdica do morador da zona rural com a chuva; e no cordel "Chuva de Esperança" de Alex Zuza; O enredo mostra a difícil missão da lida do homem rural do sertão, que enfrenta a seca, o solo rachado e a morte frente a frente, dia após dia. Todos esses fatos estão sobrepostos a um cenário de desilusão e completamente infértil para a esperança.

Porém, justamente a esperança não lhe falta e, diante do que lhe resta, ele tem ano após ano a experiência de ver O MILAGRE durante o período de chuvas, quando tudo se transforma e o que era pálido torna-se vivido e vibrante novamente. O cacto, símbolo da secura e esperança por água vai florescer no decorrer do miraculoso acontecido, as aves vão cantar e borboletas pairar em meio a nova vida.

E o sertanejo, dentro de todo seu universo de humildade e carência, presta suas homenagens e agradecimentos ao divino, ao místico, ao sagrado...

Padre Cicero, padroeiro de todo nordestino sertanejo e também São Pedro e São João, os santos católicos que são festejados nos períodos chuvosos.