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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S.E.S. IMPERATRIZ DA SUL - CARNAVAL 2015
Enredo: Sete

O Grêmio Recreativo
Autor: 

 

“Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia

(William Shakespeare)

O ano é dois mil e quatorze, uma simples coincidência que transforma sua soma no poderoso número 7?

Sonhos, magias, matemática, história, filosofia, astrologia, numerologia e tantos outros assuntos seriam capazes de desvendar o número sete?

Talvez não, mas essa busca parece eterna, e muitos ainda não se convenceram sobre o sagrado, místico... desconhecido número 7.

O homem, na sua essência curiosa, não cansou de tentar buscar resposta. Seria a Biblia a grande reveladora dos mistéiros que rondam o número sagrado?

Conta a história qe no principio, tudo o que existiam eram trevas. Deus, sentindo-se sozinho, criou sete poderosos arcanjos que o auxiliaram na criação de um mundo novo. Seus nomes eram Miguel, Samuel, Rafael, Gabriel, Ezequiel, Uriel e Jofiel, todos igualmente sábios, belos e amados pelo Pai.

Durante sete dias, Deus-Pai criou tudo o que é conhecido hoje pelos mortais, o dia e a noite, a terra e a água, as pedras, as árvores..., mas ainda faltava alguma coisa.

Reunido com seus arcanjos, Deus resolveu modelar, a partir da argila do solo uma nova criatura que, recebendo o sopro da vida, seria o primeiro homem, chamado de Adão.

Catequética, missionária ou divina, essa história permanece até hoje como dogma de fé, o que levaram muitos sábios a questionar sua veracidade.

Em meio ao caos, os mistérios da humanidade ainda sufocados pela falta da ciência provocaram muitas guerras, dúvidas, delírios, sofrimento... Estaríamos perdidos sem respostas?

O divino mistério da condição humana, levaram Tales de Mileto, Pitaco de Mitilene, Sólon de Atenas, Cleóbulo de Lindos, Periandro de Corinto, Bias de Priene e Quilon de Esparta a buscar respostas, e por isso foram aclamados como Os Sete Sábios da Antiguidade. Estes, em sua maioria eram homens de Estado e meditavam principalmente sobre como reger e governar a sociedade humana. Com frases curtas e lapidares, emitiam sentenças que calavam fundo na alma de seus contemporâneos, levando à reflexão e convidando à tomada de decisão.

Evoluímos, grandes homens nos deram grandes respostas, a humanidade já não caminhava tão a cegas, mas o número sete ainda continuaria obscuro se não fosse pelo grande filósofo, matemático e pai da numerologia Pitágoras. Foi o discipulo de sábios e grandes mestres do Egito, da Índia, da Grécia, da Fenícia, Caldéia e fundador da Escola Itálica em Crotona, que afirmou juntamente com todos os ímpares que o sete é considerado mágico.

A ciência matemática estava instaurada, e com ela a geometria, a numerologia e a astrologia. O homem começava a se perceber como o centro do Universo, deixando o teocentrismo de lado e se concentrando no anttropocentrismo.

Muito ainda estava por descobrir, e foi na astrologia que novas descobertas acrescentaram ao número sete valores novos, e a descoberta dos planetas trouxeram respostas importantes para nossa evolução.

Na antiguidade, os astrônomos notaram como certas luzes se moviam no céu em relação às outras estrelas. Os antigos gregos chamaram essas luzes de estrelas errantes. Na Antiga Grécia, China e Babilônia e em quase todas as civilizações pré-modernas, acreditava-se quase universalmente que a Terra era o centro do universo e que todos os planetas a circundavam. A razão para esta percepção era que todos os diasas estrelas e planetas pareciam girar em torno da Terra, bem como a percepção, de aparente senso comum, de que a Terra era sólida, estável e imóvel.

Para os gregos e romanos, eram sete os planetas conhecidos, cada um circundando a Terra de acordo com as complexas leis colocadas por Ptolomeu. Eles eram, em ordem crescente a partir da Terra, a Lua, Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno.

A instauração da ciência trouxe respostas, mas o universo continuava caminhando sem a ajuda de Deus ou de que qualquer sábio que pudesse desvendá-lo. A mística da constante universal fez despertar a certeza de que o universo é algo regular, e os 7 dias da semana é a prova científica dessa consntante, marcando o renascimento da vida em toda nova manhã ou noite, num ciclo de sete dias abençoado pela misteriosa lua e suas fases.

Mares nunca antes navegados, terras, povos, flora e fauna começaram a serem descobertas pelos europeus, e muitas crenças passadas de geração a geração, foram conferidas, confirmadas, ou desmentidas. Eram crenças de que os oceanos eram povoados por animais gigantescos ou que em outros lugares habitavam seres estranhos e perigosos. Ou que a terra poderia acabar a uqalquer momento no meio do oceano, o que faria os navios caírem no vazio. Nada disso impediu que grandes navegadores desbravassem os sete mares em busca de novos horizontes, a busca frenética do homem por ele mesmo, a essência pura do ser humano, o mergulhar nas profundezas do seu eu.

O mundo novo descoberto através dos sete mares trouxe um mar de informações e junto a ela as dúvidas e aflições do mundo novo. Surgia aí a necessidade do homem se reencontrar, a busca pelo divino voltava a perturbar o espiríto humano, e as sete linhas de Orixás se disseminaram entre os povos através dos porões dos navios negreiros e servia de alento a um povo que recém se descobria. O clamor a Oxalá, Iemanjá, Ibeji, Oxossi, Obaluaiê, Xangô e Ogum, buscava nas raízes africanas as vibrações de Deus.

A tão sonhada liberdade, buscada por milênios, nunca pôde ser alcançada em sua essência. O dedo do Divino Criador ou qualquer outra entidade sempre esteve apontado para nossas cabeças. A condenação moral, a culpa interior em nossas vidas nos fizeram entender a necessidade de se evitar os sete pecados capitais. A essência primata do ser humano, a Luxúria, a Ira, a Acareza, a Gula, a Soberba, a Inveja e a Preguiça, prazeres roubados pelos dogmas da fé.

Politizados pela moralidade, o ser humano buscou nas sete virtudes um caminho para o divino. A marca da religiosidade era agora controlada por sete pecados e sete virtudes essenciais para o homem: Simplicidade, Generosidade, Temperança, Diligência, Paciência, Caridade e Humildade.

As dúvidas de um novo mundo, marcado pelas recentes descobertas da humanidade proporcionaram ao homem a certeza de uma nova esperança, a ciência em prol de um mundo melhor, a possibilidade de novos dias, uma nova aliança estebelecida entre Deus e toda carne vivente de toda espécie sobre a terra e por todas as gerações futuras: o arco-iris.

Aos brados da alegria, o povo celebrou São João Batista, e o nome das sete notas musicais ecoaram através das primeiras sílabas de cada verso de um hino ao poderoso Santo. O Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si, a partir desse dia, marcou os fatos mais importantes da história mundial.

Ao som das notas musicais, fomos embalados pela magia do cinema, e força da sétima arte conquistou corações e despertou um fascínio que até hoje marca histórias de vida e encanta crianças pelo mundo todo.

O fascínio despertado pelo cinema trouxe na essência de Charles Chaplin a delicadeza e os mistérios da sétima arte, e o mundo conheceu o mundo através de suas telas gigantes e apaixonantes.

Os mistérios do imaginário popular e as crendices de nossos antepassados nos presentearam com segredos que até hoje provocam medo nas pessoas. Se tiver seis filhas e um filho, o filho virará lobisomem, e se tiver seis filhos e uma filha, essa então virará bruxa.

A riqueza de um país cheio de culturas e influências vindas de toda parte do mundo colaboraram para um Brasil que desperta encanto em todo ser que aqui colocar o pé. O encanto foi tanto, que fez Pero Vaz de Caminha escrever uma carta em sete folhas descrevendo as maravilhas que seus olhos podiam contemplar.

Nascia um país... e no dia sete de setembro de 1822, o Brasil se rompia das garras de Portugal e começava a caminhar na busca pela democracia, que seria árdua, mas retrataria um povo alegre que nunca perde sua esperança.

Exaltado sete vezes em seu Hino Nacional, o Brasil cresceu ao som da batucada das senzalas, da força de seu povo, no sonho de um país melhor.

Hoje, 2015, o sete parece brincar com nossa crendice. Mas quem disse que o G.R.C.E.S.E.S. Imperatriz da Sul não sabe lidar com isso? Nese Carnaval, nós vamos pintar o sete, e o futuro de nossa nação, as crianças desse país varonil, serão os grandes artistas na arte de se construir um país melhor.


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