“Há
mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia
(William
Shakespeare)
O
ano é dois mil e quatorze, uma simples coincidência que transforma sua
soma no poderoso número 7?
Sonhos,
magias, matemática, história, filosofia, astrologia, numerologia e
tantos outros assuntos seriam capazes de desvendar o número sete?
Talvez
não, mas essa busca parece eterna, e muitos ainda não se convenceram
sobre o sagrado, místico... desconhecido número 7.
O
homem, na sua essência curiosa, não cansou de tentar buscar resposta.
Seria a Biblia a grande reveladora dos mistéiros que rondam o número
sagrado?
Conta
a história qe no principio, tudo o que existiam eram trevas. Deus,
sentindo-se sozinho, criou sete poderosos arcanjos que o auxiliaram na
criação de um mundo novo. Seus nomes eram Miguel, Samuel, Rafael,
Gabriel, Ezequiel, Uriel e Jofiel, todos igualmente sábios, belos e
amados pelo Pai.
Durante
sete dias, Deus-Pai criou tudo o que é conhecido hoje pelos mortais, o
dia e a noite, a terra e a água, as pedras, as árvores..., mas ainda
faltava alguma coisa.
Reunido
com seus arcanjos, Deus resolveu modelar, a partir da argila do solo uma
nova criatura que, recebendo o sopro da vida, seria o primeiro homem,
chamado de Adão.
Catequética,
missionária ou divina, essa história permanece até hoje como dogma de
fé, o que levaram muitos sábios a questionar sua veracidade.
Em
meio ao caos, os mistérios da humanidade ainda sufocados pela falta da
ciência provocaram muitas guerras, dúvidas, delírios, sofrimento...
Estaríamos perdidos sem respostas?
O
divino mistério da condição humana, levaram Tales de Mileto, Pitaco
de Mitilene, Sólon de Atenas, Cleóbulo de Lindos, Periandro de
Corinto, Bias de Priene e Quilon de Esparta a buscar respostas, e por
isso foram aclamados como Os Sete Sábios da Antiguidade. Estes, em sua
maioria eram homens de Estado e meditavam principalmente sobre como
reger e governar a sociedade humana. Com frases curtas e lapidares,
emitiam sentenças que calavam fundo na alma de seus contemporâneos,
levando à reflexão e convidando à tomada de decisão.
Evoluímos,
grandes homens nos deram grandes respostas, a humanidade já não
caminhava tão a cegas, mas o número sete ainda continuaria obscuro se
não fosse pelo grande filósofo, matemático e pai da numerologia
Pitágoras. Foi o discipulo de sábios e grandes mestres do Egito, da
Índia, da Grécia, da Fenícia, Caldéia e fundador da Escola Itálica
em Crotona, que afirmou juntamente com todos os ímpares que o sete é
considerado mágico.
A
ciência matemática estava instaurada, e com ela a geometria, a
numerologia e a astrologia. O homem começava a se perceber como o
centro do Universo, deixando o teocentrismo de lado e se concentrando no
anttropocentrismo.
Muito
ainda estava por descobrir, e foi na astrologia que novas descobertas
acrescentaram ao número sete valores novos, e a descoberta dos planetas
trouxeram respostas importantes para nossa evolução.
Na
antiguidade, os astrônomos notaram como certas luzes se moviam no céu
em relação às outras estrelas. Os antigos gregos chamaram essas luzes
de estrelas errantes. Na Antiga Grécia, China e Babilônia e em quase
todas as civilizações pré-modernas, acreditava-se quase
universalmente que a Terra era o centro do universo e que todos os
planetas a circundavam. A razão para esta percepção era que todos os
diasas estrelas e planetas pareciam girar em torno da Terra, bem como a
percepção, de aparente senso comum, de que a Terra era sólida,
estável e imóvel.
Para
os gregos e romanos, eram sete os planetas conhecidos, cada um
circundando a Terra de acordo com as complexas leis colocadas por
Ptolomeu. Eles eram, em ordem crescente a partir da Terra, a Lua,
Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno.
A
instauração da ciência trouxe respostas, mas o universo continuava
caminhando sem a ajuda de Deus ou de que qualquer sábio que pudesse
desvendá-lo. A mística da constante universal fez despertar a certeza
de que o universo é algo regular, e os 7 dias da semana é a prova
científica dessa consntante, marcando o renascimento da vida em toda
nova manhã ou noite, num ciclo de sete dias abençoado pela misteriosa
lua e suas fases.
Mares
nunca antes navegados, terras, povos, flora e fauna começaram a serem
descobertas pelos europeus, e muitas crenças passadas de geração a
geração, foram conferidas, confirmadas, ou desmentidas. Eram crenças
de que os oceanos eram povoados por animais gigantescos ou que em outros
lugares habitavam seres estranhos e perigosos. Ou que a terra poderia
acabar a uqalquer momento no meio do oceano, o que faria os navios
caírem no vazio. Nada disso impediu que grandes navegadores
desbravassem os sete mares em busca de novos horizontes, a busca
frenética do homem por ele mesmo, a essência pura do ser humano, o
mergulhar nas profundezas do seu eu.
O
mundo novo descoberto através dos sete mares trouxe um mar de
informações e junto a ela as dúvidas e aflições do mundo novo.
Surgia aí a necessidade do homem se reencontrar, a busca pelo divino
voltava a perturbar o espiríto humano, e as sete linhas de Orixás se
disseminaram entre os povos através dos porões dos navios negreiros e
servia de alento a um povo que recém se descobria. O clamor a Oxalá,
Iemanjá, Ibeji, Oxossi, Obaluaiê, Xangô e Ogum, buscava nas raízes
africanas as vibrações de Deus.
A
tão sonhada liberdade, buscada por milênios, nunca pôde ser
alcançada em sua essência. O dedo do Divino Criador ou qualquer outra
entidade sempre esteve apontado para nossas cabeças. A condenação
moral, a culpa interior em nossas vidas nos fizeram entender a
necessidade de se evitar os sete pecados capitais. A essência primata
do ser humano, a Luxúria, a Ira, a Acareza, a Gula, a Soberba, a Inveja
e a Preguiça, prazeres roubados pelos dogmas da fé.
Politizados
pela moralidade, o ser humano buscou nas sete virtudes um caminho para o
divino. A marca da religiosidade era agora controlada por sete pecados e
sete virtudes essenciais para o homem: Simplicidade, Generosidade,
Temperança, Diligência, Paciência, Caridade e Humildade.
As
dúvidas de um novo mundo, marcado pelas recentes descobertas da
humanidade proporcionaram ao homem a certeza de uma nova esperança, a
ciência em prol de um mundo melhor, a possibilidade de novos dias, uma
nova aliança estebelecida entre Deus e toda carne vivente de toda
espécie sobre a terra e por todas as gerações futuras: o arco-iris.
Aos
brados da alegria, o povo celebrou São João Batista, e o nome das sete
notas musicais ecoaram através das primeiras sílabas de cada verso de
um hino ao poderoso Santo. O Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si, a partir
desse dia, marcou os fatos mais importantes da história mundial.
Ao
som das notas musicais, fomos embalados pela magia do cinema, e força
da sétima arte conquistou corações e despertou um fascínio que até
hoje marca histórias de vida e encanta crianças pelo mundo todo.
O
fascínio despertado pelo cinema trouxe na essência de Charles Chaplin
a delicadeza e os mistérios da sétima arte, e o mundo conheceu o mundo
através de suas telas gigantes e apaixonantes.
Os
mistérios do imaginário popular e as crendices de nossos antepassados
nos presentearam com segredos que até hoje provocam medo nas pessoas.
Se tiver seis filhas e um filho, o filho virará lobisomem, e se tiver
seis filhos e uma filha, essa então virará bruxa.
A
riqueza de um país cheio de culturas e influências vindas de toda
parte do mundo colaboraram para um Brasil que desperta encanto em todo
ser que aqui colocar o pé. O encanto foi tanto, que fez Pero Vaz de
Caminha escrever uma carta em sete folhas descrevendo as maravilhas que
seus olhos podiam contemplar.
Nascia
um país... e no dia sete de setembro de 1822, o Brasil se rompia das
garras de Portugal e começava a caminhar na busca pela democracia, que
seria árdua, mas retrataria um povo alegre que nunca perde sua
esperança.
Exaltado
sete vezes em seu Hino Nacional, o Brasil cresceu ao som da batucada das
senzalas, da força de seu povo, no sonho de um país melhor.
Hoje,
2015, o sete parece brincar com nossa crendice. Mas quem disse que o
G.R.C.E.S.E.S. Imperatriz da Sul não sabe lidar com isso? Nese
Carnaval, nós vamos pintar o sete, e o futuro de nossa nação, as
crianças desse país varonil, serão os grandes artistas na arte de se
construir um país melhor.
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