INTRODUÇÃO
Para o Carnaval, o Morro Da Casa Verde, a tradicional Escola da zona norte de São Paulo, resgata a pavorosa pesquisa do medo e ressuscita o mistério da Morte, que dos primórdios de nossa existência até os dias atuais assustam todos nós mortais. Mas nem só de medo vive o homem e as cores do nosso pavilhão alimentam o sonho de ser campeão.
Sinopse
O Enredo propõe o Medo como tema central fazendo uma reflexão de ação e reação do Ser Humano.
Setor 1 – O medo da Morte através dos Tempos
O medo da morte é o resultado da natureza pecaminosa do homem. Então, vamos falar do medo da morte quando ainda não existia. Quando Deus criou o homem e a mulher não conhecíamos o medo, muito menos a morte. O Homem era perfeito, imortal, sem medo e sem culpa. Havia completa harmonia entre espírito, alma e corpo. O Homem era integral, interiço, sem qualquer transtorno espiritual, psíquico, emocional e fisiológico. Deus o criou a sua imagem e semelhança e fez a Mulher como sua companheira. Enquanto Adão e Eva mantinham-se em harmonia e comunhão com Deus, nada o atemorizava. O Medo não existia, porém essa soma foi interrompida pelo pecado, pois Deus lhe salientou que não provasse o fruto do pecado, pois aquele lhes trariam o fim.
E ordenou o Senhor Deus ao homem dizendo: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás. Por que no dia que dela comeres, certamente morrerás.”
Adão e Eva, escolheram por seu livre arbítrio desobedecer a Deus. E tendo, o maligno, inveja de Deus de sua perfeita criação, o demônio em forma de serpente, tentou a mulher que comeu do fruto proibido e deu ao seu marido. Abrindo assim as portas para invasão do pecado, o medo e a morte na terra.
E nasce o primeiro medo. O primeiro medo não foi o de pecar, de ouvir a serpente, ou o medo da morte, mas o medo de ouvir uma suave voz: “E chamou o Senhor Deus a Adão e disse: Onde estás? E ele disse: Ouvi tua voz soar no jardim, e tive medo porque eu estava nu e me escondi”.
O pecado afetou tanto a comunhão com Deus que o Homem teve medo da voz de seu criador. Rompida a comunhão com Deus, o medo se torna em desespero e transferência de culpa: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore e comi.” O medo é desagregador, faz com o indivíduo desconfie do outro que lhe é semelhante. Ao contrário do amor, que não suspeita mal e tudo crê. O medo desconfia das pessoas e suspeita mal até das boas ações.
O medo também impede o indivíduo de assumir suas responsabilidades e seu papel como homem e mulher. Adão como cabeça de sua esposa deveria protegê-la não apenas da tentação, mas também da responsabilidade da culpa. Pelo contrário, transferiu à mulher a responsabilidade da queda. Com medo das consequências do pecado, tenta inutilmente transferir a culpa para a Eva.
E Deus responsabilizou-os individualmente e os expulsou do Paraíso. O medo, temor, ou pavor não existia antes da queda do pecado original, mas assumiu o posto da emoção humana quando o homem foi o suficientemente corajoso para desobedecer o mandamento divino. E, por conta da desobediência do homem, Deus amaldiçoou a terra, ai veio: o mal, o pecado, o sofrimento, a destruição, a fome, a enfermidade, o medo e a morte.
A Terra era Viva e, após amaldiçoada passou a ser uma Terra Morta, improdutiva, e Adão e Eva teriam que trabalhar e enfrentar todas as dificuldades que aquela maldição e morte lhes trariam para revivá-la e dela tirar o seu sustento, só que a partir desse momento, com o suor do seu rosto, como um castigo...
A partir daí, o homem luta contra o mais terrível de todos os medos, a Morte. Buscando ter de volta a imortalidade perdida.
A prova disso eram os Egípcios que apesar de temer a morte acreditavam na crença da imortalidade, dando a esperança da continuidade. Para eles, a temida morte era passageira e a vida retornaria para o corpo, porém o retorno a vida aconteceria somente se o corpo fosse conservado. Técnicas de mumificação desenvolvidas no Egito Antigo garantiam a conservação dos corpos, geralmente de uma pessoa muito rica e poderosa (faraó) e com seu corpo mumificado, era guardada toda sua fortuna.
Daí as famosas múmias do Egito que até hoje não voltaram...
Já na Idade Média a Santa Inquisição, condenava a prática dos alquimistas que buscavam em suas experiências criar o Elixir da longa vida, um composto que daria ao homem a imortalidade. Se descobertos pela Igreja, ou Santa Inquisição, eram torturados e queimados vivos, sob a acusação de bruxaria e pacto com o diabo. Reza a lenda que Nickolas Flamel, famoso alquimista da Idade Média, descobriu a fórmula do Elixir da Longa Vida e vive até os dias de hoje.
Verdades ou mentiras, o homem atual ainda busca a imortalidade ou a longevidade para driblar o medo da morte, através de plásticas, tratamentos estéticos, pílulas mágicas... Mas nada adianta, e se não bastasse o medo da morte ainda temos que enfrentar o medo do pós morte. Pois para onde vamos quando morremos? Para ir para o Céu temos que enfrentar os medos da perfeição diante de Deus, se for para o Inferno enfrentaremos o medo das torturas do Diabo. Então faça sua escolha, mas na dúvida a melhor forma de lidar com o medo da morte é saborear a própria vida. Mas não se esqueça o bicho vai pegar, pois a morte é certa e não tem hora e nem lugar.
Setor 2 –Fobias, Medos Sociais e O Medo no universo infantil
Fobia é um medo repetitivo, excessivo e irreal de um objeto, pessoa, animal, atividade ou situação. É um tipo de distúrbio de ansiedade. Uma das fobias muito conhecida que já foi tema de filme é Aracnofobia – o medo de aranhas, entre outras como: o medo de ratos, baratas, palhaço, e etc...
• Os medos sociais vividos no cotidiano.
A incerteza e a insegurança são elementos presente na vida da sociedade brasileira. E nos dias de hoje é fácil observar esse crescente medo social nas notícias dos jornais, revistas e tv’s. Vivemos hoje um momento crítico, onde o funcionamento do sistema político vigente é posto em dúvida, pois a crise cresce e se espalha por diversas esferas da vida pública e privada. Atingindo o setor econômico, financeiro, social e principalmente político. Estamos cercados por todos os lados por grades de segurança, muros altos, câmeras 24 horas nos vigiam a todo tempo em todo lugar. Temos medo das drogas, da violência, das doenças e medo da falta de atendimento hospitalar digno dessa saúde pública onde o caos se instalou e que ao invés de salvar mata.
• O medo no universo infantil
Desde criança o medo faz parte de nossas vidas. Quem nunca ouviu ou teve medo do: “Boi, boi, boi, boi da cara preta...”, ou “Dorme nenê que a cuca vem pegar...” e outras figuras horrendas das lendas e contos na infância, que tínhamos medo e era utilizado para nos deter e nos contralar. Esse medo tem seu lado positivo, pois evita e limita a criança a sair para as ruas de forma destemida, dentre outras situações que levamos para vida adulta. Onde o medo na dose certa, nos faz refletir sobre sérias decisões.
Setor 3 –Assombrações Nordestinas e Lendas Urbanas
O medo das assombrações lá do Nordeste ou Lendas Urbanas das cidades grandes trata-se de uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos. Como diz o ditado popular : Quem conta um conto aumenta um ponto. Quero ver lá nas matas do nordeste qual é o cabra macho que tem coragem de ficar frente a frente, à meia-noite, numa sexta-feira 13, de lua-cheia, com o lobisomem – a fusão do homem com o lobo, entre outras assombrações.
Agora vamos para as cidades grandes, onde eu desafio o corajoso aluno a encarar no banheiro da sua escola aquela loira pálida, cheia de feridas e com algodão no nariz que morreu num grave acidente em banheiro de escola, a famosa Loira do Banheiro, que vaga por todas as escolas levando pânico e terror para os alunos. Ou se preferir, experimente encontrar o homem do saco. Reza a lenda, que se trata de um velho mendigo com um grande saco nas costas que dava sumiço em crianças que ficavam nas ruas.
Setor 4 – O medo através das telas de cinemas
Os filmes de terror atraem milhões de pessoas para o cinema. Pessoas que nutrem uma paixão pelo medo através do gênero: São vampiros, seres sobrenaturais, monstros, mortos-vivos, criaturas fantasmagóricas que fazem qualquer um ter arrepio na espinha só de pensar que isso pode existir. E é essa a função de um filme de terror, fazer com quem um público entre na tela de cinema, causando assim as sensações do medo e angústias.
Então, apertem seus cintos, o filme vai começar: O Conde Drácula quer seu sangue, a Múmia vai te pegar e o Pânico se alastra... No Cemitéiro Maldito os mortos estão saindo da terra e os Fantasmas se Divertem... Fim! |