JUSTIFICATIVA DO ENREDO:
Justificando o injustificável…
Partindo dos parâmetros das justificativas justas, justificamos aqui injustas colocações e destrambelhados momentos da história de nosso insano planeta. Defendemos os loucos e incompreendidos e provaremos que errados ou não, certos estão.
Com o colapso mental aflorado, a X-9 Paulistana mostra que a diferença entre a linha do mundo real e delírios criados pela mente nada mais é do que uma fantasia secreta escondida dentro de cada um, um desejo que toma conta e se torna mais forte do que a vontade do raciocínio lógico transformando pensamentos e criando ilusões.
Analisando de outro ângulo, o que a história nos mostra através de seus fatos e personagens é que o mundo que conhecemos hoje, pouco aproveitou das lições que a vida nos deu.
Tiranos entraram em cena, inocentes foram parar nas fogueiras e praças e estátuas erguidas por ditadores em suas próprias homenagens.
O pensamento às vezes não compreendido pode estar em algumas situações a um passo à frente da ignorância e da falta de entendimento gerando confrontos e desconfortos. É preciso saber analisar, ver e observar cada ponto de nossa história, estudar nossos artistas e adentrar em seu mundo colorido e distorcido. Ser diferente é normal, é humano. Pois cada um de nós traz em seu DNA marcas próprias que nos fazem ser quem somos e nos dá identidade, nos diferencia em todos os aspectos, seja físico ou mental. A chave que guarda o segredo que pode desdobrar e revelar a insanidade coletiva vivida por todos nós chama-se VIDA. Por isto vivemos e retrataremos momentos e personagens ensandecidos retratados em uma festa que faz com que a fantasia secreta de cada um já citado, aflore de vez, justificando o injustificável neste momento de insanidade e alegria que damos o nome de carnaval.
E como no livro de Machado de Assis “O Alienista”, ficamos na dúvida se os loucos estavam
dentro ou fora do nosocômio…
SINOPSE DO ENREDO:
“ A diferença entre um poema e um louco, é que o poeta sabe que é louco… Porque a poesia é uma loucura lúcida.”
Mário Quintana
“Enquanto houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança.”
William Shakespeare
Na mais pura alegria, sob a luz do carnaval, a força infinita e mística do pensamento, da mente humana, deste que carrega a lembrança, a memória, a herança de uma vida, e o verdadeiro dom de viver, dom de fazer a máquina humana funcionar corretamente, apresentamos o nosso personagem principal do nosso carnaval: o cérebro insano e seus devaneios.
Neste cenário louco e contundente abre-se o grande portal da insanidade que nos leva a uma viajem aos confins da imaginação levando a mente humana de encontro aos delírios do grande visionário Doutor Franco da Rocha, que através de sua linha de pensamento nos apresentara insanas e loucas situações que serão reveladas ao abrir as portas do templo da insanidade que de um delírio imaginário se tornou real e hoje se consagra como Hospital Psiquiátrico de Juqueri. Quem pensa sob o curto circuito emocional, é capaz de criar, é capaz de ousar e de aventurar-se em mundos surpreendentes revelando estranhas histórias, divertidos e exóticos personagens e situações inusitadas nas quais viajaremos rumo ao inexplicável. Apresentamos a grande Epopeia da Insanidade, através de estórias encontradas na história e pedimos passagem para que o Doutor Franco da Rocha receba personagens que um dia fizeram da insanidade o seu cartão de visitas… Ilustres Insanos são recebidos no Paraíso da Loucura apresentados pelo grande médico visionário…
PRIMEIRO DELÍRIO: A MENTE EM ETERNO CONFLITO…
Que o corpo humano seja uma grande máquina, disso não temos dúvida… Essa grande máquina humana, tem como o cérebro, o principal órgão e centro do sistema nervoso, contendo cem bilhões de neurônios, ligados por mais de dez mil conexões que geram força e energia. O verdadeiro HD humano, nosso Hard Disk, se entra em conflito, gera total distúrbio e insanidade, e é justamente aqui que começa a nossa viagem insólita pelo seio da loucura, mostrando o duelo entre os neurônios, num conflito arlequinal.
O curto circuito mental toma conta da mente humana, é ali o grande momento onde o ser se depara com a fronteira da racionalidade e a insanidade. Neurônios ensandecidos promovem uma descarga de informações reais ou não, que fazem deste carnaval a fronteira entre o imaginário e o inconsequente.
O cérebro torna-se uma perfeita máquina de ilusões, capaz de criar delírios, ideias, abstrações e sonhos. A viagem ao desconhecido nos revela imagens, cores e formatos, palavras jogadas ao vento, onde o sentido não releva sua importância e sim genialidade, nem sempre compreendida.
Compreender ou não este imenso turbilhão mental, a qual todos estamos sujeitos, traz à tona o questionamento de que, se somos nós os loucos varridos ou se somos os chamados “surtados”, os verdadeiros guardiões da realidade, presos em um mundo onde a loucura reina em absoluto, em um dia de 24 horas onde os ponteiros se entortam com o passar dos segundos, ilustrando uma imagem caótica e distorcida da suposta realidade em que vivemos.
SEGUNDO DELÍRIO: ENTRE O CÉU E O INFERNO, A FÉ E A CIÊNCIA!
Chamas que não iluminam, que fecham as cortinas para a luz e abrem os caminhos para a escuridão.
Temida por todos, a Santa Inquisição foi um poderoso instrumento que a Igreja Católica desenvolveu para punir os ditos hereges que ousavam pensar, ver e ouvir, espalhados em diferentes partes do mundo. A Inquisição reconhecia a loucura como uma doença que afetava diretamente os “miolos”, os inquisidores não afirmavam que se tratava exclusivamente de heresia. Este parecer não diferia muito do conceito popular com respeito aos doidos, nem tão pouco dos médicos que nesta época praticamente desconheciam doenças mentais.
Seriam insanas pessoas ligadas às artes, às ciências, à literatura onde tudo era motivo para que as chamas da inquisição punissem àqueles que iam contra a Palavra da Igreja.
A salvação pagã, vinha da palavra de Deus, bruxas, bruxos e hereges, deparavam-se constantemente com seu destino final: a Santa Fogueira, que absorvia almas, curava doenças e cobrava seus impostos.
Um tribunal temido, onde a Palavra condenava e a razão de seus chefes era medida pelo seu estado de espírito.
Cabeças pensantes, pessoas a frente de seu tempo, grandes visionários, artistas, estudiosos, grandes gênios, inseridos em padrões condenados como mentes insanas, que atribuíam a elas o título de pessoas fora da razão, hereges contagiosos, cuja única salvação era a própria morte ou o arrependimento de seus pecados.
A ignorância, de uma época em torno das trevas, trazia ao profundo e controverso cérebro humano, a agonia do saber, e mostrava que a vontade de pensar reprimida era substituída, pela salvação por Paraísos Celestiais onde as portas estariam abertas à todos que cumprissem seus deveres religiosos e estivessem em dia com a poderosa e Santa Igreja, que via a ciência e o ato do livre pensar como profanos e fora das Leis de Deus.
O cenário perfeito para que Deus e o Diabo convivessem lado a lado, pois não se sabia ao certo se o bem se vestia com os trajes do mal ou se o mal se vestia com mantos do bem.
Grandes personagens surgem nessa fase obscura, emergidos desse cenário totalmente insano e desconfigurado de suas razões.
A Divina Comédia de Dante Alighieri, não seria tão engraçada aos olhos dos que apontavam os impuros, e Joana D’Arc, seria considerada herege por falar a língua dos Anjos, e queimada por chamas que não perdoaram sua coragem.
Imagens perturbadoras para uma época provocariam uma sociedade descontente, Jeroen Van Aeken, mais conhecido por seu pseudônimo Hieronymus Bosh, ainda nos dias de hoje intriga a todos com suas obras que impressionam.
Os mares azuis da verdade, trariam a tona, Cristóvão Colombo, que alegara que a Terra era redonda, considerado um louco e ridicularizado por muitos estaria a frente de seu tempo colocando a prova seu nome perante a história.
Os místicos olhos do futuro revelariam Nostradamus e sua Profecias que fizeram com que todos o condenassem como um Bruxo. Galileu Galilei, e sua afirmação, de que a Terra girava em torno do Sol provocaria a ira dos representantes de Deus, que condenavam o fato de não serem e estarem no centro do universo.
A branca tela da imaginação daria lugar à “Nau dos Insensatos”, tingindo sua mente com tenebrosas cores inspiradas na verdade.
Nas páginas do destino, Gil Vicente e seu fantástico “Auto da Barca do Inferno” levaria a humanidade a uma viagem ainda questionada pelos críticos religiosos, bem como Erasmo de Roterdã e seu tão moderno “O Elogio da Loucura” exaltando os desprovidos da razão.
Em outras páginas o saber dava lugar ao medo, era o “Malleus Maleficarum” (O Martelo das Bruxas), que ditavam as regras da Inquisição, se tornando a Lei Maior de uma Idade de Trevas e medo onde a incoerência era o sobrenome da estupidez.
Superando uma verdade obscura e passando por cima de uma época, pensantes e condenados pelas Leis Divinas, acendem a Luz da Razão, focando suas ideias, e seus pensamentos, para um paraíso pessoal, para um mundo novo e cheio de vida, onde a insana sanidade passa a ser tratada e não julgada a severas leis com atos de loucura. O mundo renasce das cinzas…
TERCEIRO DELÍRIO: NO REINADO DA LOUCURA, CADA REI COM SUA MANIA!
O pensamento absolutista, vigente no contexto da Europa Moderna, defendia o chamado “direito divino dos reis”. Na verdade, esses casos de “loucura real” são registrados há bastante tempo e figuram em algumas estranhas páginas da história de certas civilizações e reinados.
A que ponto a realidade passa a se tornar fantasia, e a que ponto a fantasia imita a realidade?
A mente humana viaja, e cria mitos, a história revela o poder nas mãos de desprovidos e audaciosos governantes que inspiram fantasias através de seu lastimável estado mental.
Não basta reinar, o importante é acreditar na verdade oculta… A mesma Roma que mais tarde seria devastada pela insanidade e incoerência de um, abrigou Hércules, como seu grande e legítimo Imperador: loucura máxima de Marco Aurélio Cômodo.
As chamas insanas consumiram os neurônios do grande Imperador obcecado pelo poder, que de seus caprichos condenou a história a um de seus capítulos mais cruéis… “Ave Nero Imperador das Ilusões.”
Ao cair da noite, mitos e lendas se erguem dos túmulos… Poderia um corpo inanimado ganhar vida e gozar de prazeres eternos ao consumir o sangue humano? Entra em cena Vlad III, Rei Obscuro da atual Romênia, ou conde Drácula para os que acreditam na imortal loucura de um sanguinário… O grande embalador de seres humanos que ganhou sua imortalidade nos livros e cinemas, e ainda hoje, arrebanha seguidores dispostos a manter suas ideias e seus conceitos em uma prova viva que a insanidade atravessou os tempos, os séculos…
Na Inglaterra, George III, provou que a roupa não passava de uma simples necessidade, ao passar a se despir em público e conversar com árvores, como se as mesmas fossem outros reis e rainhas. Teve o fim de seu reinado no bosque real, acompanhado de árvores e arbustos da mais alta realeza europeia.
Na França Louis XVI e Maria Antonieta, por suas insanas extravagâncias, revoltam o povo francês que cansado de passar necessidades exige as cabeças dos Reis numa bandeja. É a insanidade da realeza que os levam à guilhotina…
O ícone máximo da loucura, o mestre do abismo da intolerância, que montado em seu cavalo branco, foi o símbolo de uma revolução… Conquistou fronteiras e acreditou ter o mundo na palma de suas mãos… Napoleão Bonaparte, que perdeu a guerra, mas ganhou a fama, sendo incorporado, ainda nos tempos modernos, por malucos desconhecidos, internados eternamente na companhia do fantasma do grande imperador.
E para quem achava que o poder é exclusivamente dos homens, e que a insanidade não afetaria a realeza feminina, surge em terras brasileiras, certa Família Real Portuguesa, fugidos da Europa, graças ao Imperador Napoleão… Na bagagem real, a grande monarca Dona Maria I, ou para os íntimos, Dona Maria “A Louca”, surtada ao ter seu império ameaçado por um louco ainda maior. Via fantasmas, tomava banhos em praças publicas, tinha surtos psicóticos e foi mãe de D. João VI, que não era louco, mas trouxe ao Brasil os mais variados e loucos costumes portugueses, que geraram progressos mas também criticas ao cometer a “loucura” de levar nossas riquezas…
Num passado não muito distante, não podemos esquecer do “Grande Ditador”, que nunca foi um rei, mas sonhava ser o “Dono do Mundo” brincando de “Deus”…
Reis e Rainhas, Grandes Ditadores, que com suas insanidades entraram para a História da Humanidade e são coroados no Real Império da Loucura…
QUARTO DELÍRIO: ILUSTRES MALUCOS BELEZAS NUM CENÁRIO SEMIGUAL!
Poderiam moinhos de vento, inspirar um escritor à criar um louco viajante, acompanhado de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, destinados à combater gigantes e a salvar donzelas em apuros?
A grande dúvida surge, seria Dom Quixote De La Mancha a personificação oculta da brilhante mente de Miguel de Cervantes?
Abrem-se as portas do questionamento, do imenso portal da imaginação, surge a arte como espelho da vida, guiada por olhares desconfiados, se ergue em uma plataforma incoerente , mas correta ao ponto de vista do artista, do estudioso ou do curioso…
O livro se abre, e a infância desperta… A fantasia toma conta, e em torno a dragões e viagens além do imaginário, a criança cria seu mundo bordado de ilusões e com o doce sabor da vida. Um Chapeleiro Maluco, fruto da imaginação do escritor Lewis Carroll, nos leva numa viagem insana a Um País das Maravilhas, que o gênio da insanidade Tim Burton deu vida no cinema…
No Brasil, Ziraldo nos apresenta “O Menino Maluquinho”, e a panela na cabeça vira o símbolo de um soldado infantil disposto a batalhar em defesa da imaginação.
“Quem luta com monstros deve velar, porque ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.” Sábias palavras de um filósofo considerado um louco… Era o incrível e fascinante Friedrich Nietzsche.
Cores, gritos, e rostos desconhecidos, até mesmo deformados, que Van Gogh presenteia a arte, com suas pinturas, enquanto Picasso destorcia a realidade através de suas telas, o pincel virava a referência para que o talento se transformasse em emoção ao fazer de uma simples tela branca, poesia em forma de imaginação. Seraphine de Senlis, cumprindo ordens de seu Anjo da Guarda e da Virgem Maria, começa a pintar. Fabricava suas tintas e muitas vezes suas próprias telas… o castanho de sua obra muitas vezes são a própria terra; o vermelho, o sangue de animais e às vezes o seu próprio. Tudo misturado com cera que conseguia das velas da igreja. Quem a conhecia dizia: “quando saía do isolamento do seu quarto, ia falar e abraçar as arvores e as flores.”, sua verdadeira fonte de inspiração.
A ciência e seus cientistas loucos, ou loucos cientistas obcecados pelo saber? A relatividade ganhou a resposta da equação quando Albert Einstein, deu a resposta correta do que até hoje não sabemos ao certo o que é, com cabelos para cima e a língua para fora, a imagem marcante do imortal aprendiz da sabedoria, símbolo da genialidade humana.
Notas musicais emocionam a humanidade, e a imortalidade ganha os sons de um maluco que não poderia ouvir sua própria obra, Beethoven faz do piano, seu instrumento de contato com o lado não questionável da vida.
Um “maluco beleza” brasileiro, um roqueiro verde e amarelo, que foi a mosca na sopa de uma época, e se fez símbolo de uma geração… Eternamente Raul Seixas, que preferia ser uma metamorfose ambulante a ter aquela velha opinião formada sobre tudo e que dizia ter nascido há dez mil anos atrás.
Nas mãos do sonhador Bispo do Rosário, a arte ganhou formas, numa cidade no mínimo chamada de maravilhosa, a beleza de um louco que encantou e alucinou a pensantes e entendidos, que enaltecem sua obra como insubstituível, e mesmo que o juízo final não fosse fato, seu juízo afinal, estava além da nossa realidade.
Mas engana-se, quem pensa, que a loucura está restrita a pensamentos e à imortais obras de artes, hoje com cifras inimagináveis, ela também pode ser encontrada nos pilares da vida, por onde um dia um doce e solitário profeta nos revelou através de uma flor: Gentileza gera Gentileza.
Obras de arte imortais, retratos das almas perturbadas, questionadas e ridicularizadas, que fazem destas insones mentes insanas, hoje representantes, do grande palco do “Theatrum Rerum Insanus”…
QUINTO DELÍRIO: JUQUERY – ANHEMBÍ – SAPUCAÍ… BEM VINDOS AO PLANETA INSANO!
Mentes insanas, os insanos da folia, que hoje adentram Juqueri para fazer a festa maior de um povo, de uma nação.
Com o orgulho de serem recebidos com as bênçãos do grande Doutor Franco da Rocha o
“Palácio da Loucura” ergue-se perante os mestres da folia que influenciam as novas mentes carnavalescas.
Carnavalescos, uma raça festeira, colorida e incoerente, que viaja nas cores de um pavilhão, para justificar um insano Planeta Carnaval, levando aos quatro cantos do mundo seus delírios e devaneios, numa viagem alucinante…
De um simples ponto, a linha é traçada, formas e formatos são criados, mais tarde cores deslumbram o branco cenário da mente tomada pelo encantamento carnavalesco.
Uma arte popular que evoluiu em conceitos. Tornou o carnaval “academicamente” popular, trazendo “Chica da Silva” e “Chico Rei” para os braços do povo. Foi “Barroca”, se tornou “High Tech“. Contaram estórias que a história não nos contou, mostrou que do “Lixo” se erguem reis e rainhas do “Luxo”, e com traços infantis colorem o “Amanhã” de muita gente… Já foi oferecida com toques “Tropicalistas” e “Siderais”, se rendeu ao “Mago das Cores”, que fez lágrimas apagarem as chamas que acabaram com uma brilhante “Festa Cigana”. E fez das “Alegorias Vivas”, verdadeiras obras de arte para o deleite do olhar de cada um, confundindo insanos espectadores tomados pela paixão mostrando que o “Segredo” da loucura estava no “DNA”.
Definindo tudo isto como uma louca viagem capaz de fazer o mundo maior do que a lua, maior do que o sol, numa louca viagem aos confins das mentes de insanos criadores,
borrados de tinta e sujos pelo pincel da imaginação. Criadores capazes de esfarrapar um “Cristo Redentor”, que em meio a mendigos, mesmo proibido olharia por todos nós. Criadores que nos levam a conhecer a história, montados em “Jegues e Camelos”, levando “Índios Tupinambás e Tabajaras” a desembarcarem exoticamente na França de “D. Catarina Di Médici” e do “Rei Sol”, saudados por nobres leques verde e amarelo.
Explodindo “bombas através de mãos que fazem o samba” mostrando que todas as “Criaturas”, podem um dia tomar o lugar do “Criador”, numa “Delirante Confusão Fabulística”.
Divinos criadores que nos oferecem momentos de emoção, vividos e revividos por todos nós. Mas é quando a “Liberdade” nos abre as asas e enxergamos o futuro em belíssimas combinações de cores, retornando a uma terra distante invadindo com forró e xaxado o lar de quem um dia sonhou em vencer…
Tropical, colorido, indígena com pés no chão ou com patins, seja lá como for levam abacaxis, cajus, bananas… e ainda criam cidades ou lugares que nunca existiram.
Criadores que voltam a ser criança, atravessando o mar da alegria, na sutileza do amanhecer derramam lágrimas de saudades em um uni-duni-tê inesquecíveis para quem um dia viu o sol beijando a lua.
Mas como decifrar mentes tão conturbadas? Mas como decifrar mentes carnavalescamente indecifráveis? Mentes sem limites capazes de delirar em cima de uma mesa apenas com uma folha de papel e uma caneta? O DNA precisava ser revelado e qual seria a resposta?
A resposta seria a mente insana de mais um louco-arlequinal incompreendido, que fazia do que ouvia, imagens do que sentia. Um louco abstrato capaz de colocar o carnaval em um
tabuleiro, jogando suas peças para o ar, virando totalmente de cabeça pra baixo toda uma tradição alegórica. Diagnosticado com uma estranha mania de arrepiar, revelou seu segredo, levando almas e desembarcando a realeza em terras de ninguém que por fim em meio a trovoadas foi visto estranhamente evocando deuses nórdicos em uma avenida chamada Sapucaí, ou até mesmo Anhembi.
Compreender não é possível! Questioná-los não é indicado! Se a saúde mental destes estranhos ou loucos carnavalescos não anda bem, o uso aproveitado de suas funções podem causar problemas gravíssimos e nesta noite de folia a X-9 adverte: Mentes insanas podem causar títulos e vitórias à sua agremiação, use e abuse sem moderação.
Este louco caminho do carnaval promove o encontro da alegria onde mestres do carnaval se rendem aos mestres do amor!!!
É o encontro de médicos que trocam seus estetoscópios por confete e serpentinas, enfermeiros e enfermeiras que se fantasiam de arlequins, pierrôs e colombinas, e pacientes que se misturam novamente à vida e à alegria…
A terapia do sorriso é aplicada e o mundo se torna colorido onde os sons dos sentimentos ecoam pelos ares.
Aplausos ao grande Doutor Franco da Rocha e ao projetista Ramos de Azevedo que modernizaram todo um conceito, fazendo o Juqueri o Templo da Insanidade que recebe hoje
os célebres insanos das estórias de nossa História…
Com o reconhecimento mundial já alcançado, a consagração maior se faz presente nesta festa que hoje recebe o nome de Maior Espetáculo da Terra, onde a ordem é brincar, sambar, amar e se divertir como um louco apaixonado pela vida, que fez em via e doou-se de coração…
Obrigado Doutor Franco da Rocha! Hoje levamos o Anhembi e a Sapucaí, Templos Maiores do Maior Espetáculo da Terra, para dentro do Juqueri, e mostramos ao insano mundo dominado pelos ponteiros dos relógios politicamente corretos, que de carnavalesco e louco todos temos um pouco…
FIM
PONTOS CONSIDERADOS IMPORTANTES
- DOUTOR FRANCO DA ROCHA
- NEURÔNIOS EM CONFLITOS
- MENTE SÃ E MENTE INSANA
- O CÉREBRO E A MENTE EM ETERNO CONFLITO
- DIVINA COMÉDIA DE DANTE AGLIGHIERI
- JOANA D’ARC E INQUISIDORES
- NOSTRADAMUS
- MALLEUS MALEFICARUM
- CRISTOVÃO COLOMBO E A TERRA REDONDA
- GIL VICENTE E O AUTO DA BARCA DO INFERNO
- ESRASMO DE ROTHERDÃ E O ELOGIO DA LOUCURA
- GALILEU GALILEI E A TERRA GIRANDO EM TORNO DO SOL
- NAUS DOS INSENSATOS: ENTRE O CÉU E O INFERNO
- NERO
- VLAD III
- GEORGE III
- REI LOUIS XVI E MARIA ANTONIETA
- NAPOLEÃO BONAPARTE
- MARIA I A RAINHA LOUCA
- O GRANDE DITADOR
- O REAL IMPÉRIO DA LOUCURA…
- DOM QUIXOTE DE LA MANCHA
- ALBERT EINSTEIN
- BEETHOVEN
- VAN GOGH E SÉRAPHINE DE SENLIS
- RAUL MALUCO BELEZA
-BISPO DO ROSÁRIO
- GENTILEZA GERA GENTILEZA
- O MENINO MALUQUINHO
- THEATRUM RERUM INSANUS
- ACADEMIA DA LOUCURA – TRIBUTO A FERNANDO PAMPLONA, ARLINDO RODRIGUES
E MARIA AUGUSTA
- LOUCURA TRÓPICO-SIDERAL – TRIBUTO A FERNANDO PINTO
- LOUCURA DO LIXO AO LUXO – TRIBUTO A JOÃOZINHO 30 E VIRIATO FERREIRA
- LOUCURAS HIGH TECH – TRIBUTO A RENATO LAJE
- LOUCURA BARROCA – TRIBUTO À ROSA MAGALHÃES E MAX LOPES
- O SEGREDO DA LOUCURA ESTÁ NO DNA – TRIBUTO A PAULO BARROS
- JUQUERI – ANHEMBI – SAPUCAÍ: OS REIAS TEMPLOS DA INSANIDADE CULTURAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A X-9 Paulistana, consciente de seu papel dentro do cenário do carnaval paulistano, dará neste momento o “pontapé” rumo mais um trabalho preocupada com os valores culturais, pois acredita que o carnaval é e sempre será uma porta aberta para expressarmos os valores e a riqueza do povo brasileiro.
Desde já, agradecemos todos os compositores pelo carinho e confiança em nosso trabalho, pois temos certeza que, juntos, faremos uma parceria de sucesso, unindo a concepção plástica e artística com a poesia e o lirismo.
Boa sorte a todos e que vença o melhor, pois sabemos que esse melhor será o melhor para a X-9 Paulistana e o melhor para a cultura e o carnaval.
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