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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.S. MORRO DA CASA VERDE - CARNAVAL 1995
Enredo: Sonho em Verde e Rosa

O Grêmio Recreativo
Autor: Valdir Ribeiro de Oliveira

 

ABERTURA

Este sonho, foi privilégio de um sambista, que poderia ter sido qualquer um de nós, que estamos preocupados com nossas raízes. Uma viagem a um palco imaginário de uma Escola de Samba, onde ele passeia livremente por entre a escola. No final da passarela, encontra-se com três baluartes da "Velha Guarda". que trazem uma mensagem de força e esperança, num desejo de preservação desta "Arte Negra" chamada samba.

UM SONHO EM VERDE E ROSA

E... uma porta dourada se abriu... Calmo, a passos lentos seguiu o sambista passarela a dentro. Tudo ali fugia à realidade, era inexplicável, a emoção de poder fazer parte daquele sonho. Foi recebido, por uma maravilhosa comissão de frente, que exibia elegantes trajes verde e rosa, numa perfeita combinação de cores. Seguindo este mágico caminho via-se uma praça com bancos transparentes, cercada por uma calçada quadriculada, de prata e preto. O ambiente era harmonioso: a grama, as árvores, a folhagem bronzeada balançando ao vento num bailado ritmado com a brisa. Pessoas passeavam com camisas listradas e chapéus panamá, acompanhadas por lindas cabrochas num malabarismo fantástico ao som de seus instrumentos musicais. Logo a frente, deparou com cavalos alados, cor-de-rosa, que exibiam seu porte altivo e elegante. Deslumbrou-se com o cortejo do mestre-sala a sua porte-bandeira, desfilando elegantemente, na condução do pavilhão.

Contemplou majestosas baianas rodando suas saias e crianças expressando uma enorme sensação de alegria, "sambista ri à toa". Um grande arco-íris surgiu destacando um estandarte com brasões dourados.

Em meio aos estandartes via-se com clareza o busto de "três grandes baluartes" de nossa arte: Seu Zezinho, Inocêncio Tobias e Pé Rachado.

Cena majestosa e emocionante, aqueles mestres ressaltaram o valor do samba. Contaram sobre o trabalho feito para a valorização das disputas carnavalescas, e o respeito que existia entre os sambistas, e deixaram uma mensagem que ecoou pelo caminho, zelando pela imortalidade da arte. "Esta arte que nasceu nos guetos como força de resistência de um povo discriminado e humilhado, simboliza nossa liberdade de expressão. Nossas raízes, nossa ginga, nosso ritmo, a beleza de nossa raça, devem ser valorizadas. Podemos fazer um Quizomba e compartilhar a alegria de nossa festa com outras raças, porém, sem esquecer nossas raízes, caso contrário nossa arte morrerá.

O mundo é uma evolução constante, como deverá ser a evolução do samba. A vitória no desfile principal não é o mais importante neste processo, por haver a cada ano, apenas um vencedor, mas a luta deve continuar porque o objetivo maior é preservar a nossa arte".

A passarela chega ao fim, e o sambista desperta com a sensação de colocar em prática esta mensagem de força, fé e esperança para a vida e para dar novas diretrizes e integrar mais o nosso povo à cultura chamada "samba".

José Narciso Nazaré - Seu Zezinho - Fundador do G.R.E.S. Morro da Casa Verde - Faleceu em 1988.

Inocêncio Tobias - Inocêncio Mulata - Fundador do Cordão Camisa Verde e Branco em 1953, do G.R.C.E.S. Camisa Verde e Branco em 1972 - Faleceu em 1979.

Sebastião Eduardo do Amaral - Pé Rachado - Presidiu o Cordão Carnavalesco Vai-Vai, durante 23 anos - Fundador do G.R.C.E.S. Vai-Vai em 1972, Fundador do G.R.C.F.S. Barroca Zona Sul em 1974 - Faleceu em 1991.

Nota do autor: Dentre muitas estrelas que brigaram com os poderes públicos, pelo reconhecimento do desfile das Escolas, Cordões e Blocos Carnavalescos, os três baluartes citados, tiveram destaque, pela perseverança, garra e o amor a esta arte.

Fim do texto e o começo de um novo trabalho...

 


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