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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. MANCHA VERDE - CARNAVAL 2010
Enredo: Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde Ensina Como Criar Identidade

Carnavalescos
Autor: Claudio Cavalcante (Cebola)
Carnavalesco: Claudio Cavalcante (Cebola)


A Escola de Samba Mancha Verde completa 10 anos de história. E nesta data importante, faz uma homenagem tanto aos mestres que a ajudaram em sua trajetória, quanto aos que através dos tempos, impulsionaram com o ensino, a criação da identidade de povos pela cultura e socialização.

Em razão da auto-descoberta pelo aprendizado, denominamos a revelação do “eu” como sujeito “pensamento”. Esse “eu” torna-se testemunha do fenômeno que tem lugar em si mesmo.

Identidade
Termo de origem latina, formado a partir do adjetivo “idem” (com significado de “o mesmo”) e do sufixo “dade” (indicador de um estado ou qualidade). Sendo qualificadora daquilo que é idêntico ou o mesmo, sendo, portanto, identificadora de algo que permanece. No pensamento grego, Sócrates e Platão destacam-se pela sua preocupação em definir o que são as coisas, ou seja, em descobrir e fixar as essências das coisas, restabelecendo o ponto de vista da verdade na filosofia. No sentido socrático e platônico, a definição parte do principio da identidade e permanência dos entes e, para ultrapassar o problema da unidade e da multiplicidade, Platão recorre ao “mundo das idéias”, sendo que o ser verdadeiro não está nas coisas, mas sim fora delas. Nesta linha de pensamento, a identidade encontra-se nas idéias, pelo fato destas não estarem sujeitas ao movimento e à multiplicidade. Generalizando, em termos filosóficos, a identidade traduz coincidência de uma substância consigo mesma e o primeiro principio lógico do pensamento é o princípio da identidade, o qual compreende o sentido da lei suprema do ser (princípio metafísico) e o da lei suprema do pensamento (princípio lógico). “Penso, logo existo”.

História do Ensino
Há 2400 anos, morria Sócrates. Filho de escultor e de uma parteira, ele foi mais do que um filósofo, na época em que a Grécia era o centro do universo. Nas ruas de Atenas, dedicava-se a ensinar a virtude e a sabedoria. Revolucionário, rejeitava o modelo vigente, segundo qual, o conhecimento devia ser transmitido “de cima para baixo”. Seu método era dialogar com pequenos grupos em praças e mercados. Usava a consciência da própria ignorância (“só sei que nada sei”) para mostrar que todos nós construímos conceitos. Acreditava que era preciso levar em conta o que a criança já sabia para ajuda-la a crescer intelectualmente. Na época, essas práticas representavam uma ameaça, porque tiravam o mestre do pedestal para aproxima-lo do discípulos – exatamente o contrário do que faziam os sofistas, estudiosos e viajantes profissionais que cobravam caro por uma educação elitizada. Por isso, Sócrates foi levado a julgamento e punido com a condenação à morte bebendo cicuta, veneno extraído dessa planta. Vários séculos se passaram, até que suas idéias fossem colocadas em seu devido lugar: o de primeiro professor da civilização ocidental. Professor, palavra de origem latina, é aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina. É o mestre. Como tal, deve dar exemplo, ser respeitado e imitado.

Povos Primitivos
Os feiticeiros, curandeiros e esconjurados, falavam com os espíritos e transmitiam os conhecimentos para as crianças e para o resto da tribo. Para suprir as necessidades do dia-a-dia, como alimentação e vestuário, as crianças imitavam os adultos.
China
A educação era baseada na “decoreba”. As classes – sempre barulhentas, com todos repetindo em voz alta os textos de Confúcio e seus discípulos – funcionavam em qualquer sala vaga em residências particulares.

Grécia
Os anciãos educavam os jovens a qualquer hora e qualquer lugar. O mestre era o exemplo a ser admirado. Mulheres tinham direito à educação, para se tornarem boas mães de guerreiros. No século V a.C., os sofistas – estudiosos profissionais – cobravam cara para transmitir conhecimentos, adquiridos em viagens e leituras.

Roma
O lar, era o centro da educação. As escolas elementares funcionavam em ruas, praças ou entrada de templos. Só apareceram como edifícios próprios para o ensino com a expansão do Império Romano sobre a Grécia, para imposição dos costumes. Os preceptores, muitas vezes escravos, não mereciam atenção das autoridades.

Século VIII
Ênfase na educação religiosa, como forma de combater o paganismo dos gregos. O imperador Carlos Magno, editava várias capitulares sobre a educação. A de 787, ordenava que os sacerdotes e monges estudassem as letras. Dois anos depois, todo mosteiro abadia era obrigado a ter a própria escola, para ensinar salmos, músicas, canto, aritmética e gramática.

Século XI
Em 1088, surge a primeira universidade do mundo, em Bolonha (Itália), com ensino independente da igreja. Dois séculos depois, 74 instituições de ensino são criadas por papas e monarcas, estendendo aos membros da universidade os provilégios do clero, como isenção de serviço militar, impostos e taxas.

Século XIV
Na sociedade asteca, sacerdotes controlavam a educação. As calmecas eram escolas especiais que treinavam meninos e meninas para tarefas religiosas. As crianças menos disciplinadas iam para telpuchcallis, ou “casa da juventude”, onde aprendiam histórias, tradições, artesanato e normas religiosas. O renascimento marca a retomada dos valores da literatura e da filosofia grega. Petrarca e Boccaccio, entre outros, davam aulas particulares para complementar o salário da universidade. Vittorino da Feltre, o primeiro mestre moderno, funda a “Casa Amena”, onde ensinava literatura e história, ao invés de línguas. Esportes e jogos mesclavam os estudos.

O ensino no Brasil

Antes de Cabral
Não há registros sobre a educação na “Ilha de Vera Cruz” antes da chegada das caravelas portuguesas à costa da Bahia. Sabe-se, porém, que os curumins eram instruídos por muitos adultos (pais, tios, avós), principalmente entre os tupis-guaranis. Em algumas tribos, o pajé era o responsável por passar valores culturais.

Século XVI
Jesuítas chefiado pelo Padre Manoel Nóbrega, chegavam em 1549 para catequizar e educar os índios e dar aulas para os filhos dos colonos. A educação era baseada na hierarquia e na religião. Os filhos da nobreza e da classe dominante, estudavam em Lisboa, Londres, Paris e Rom. Sob a direção do sacerdote Vicente Rijo (ou Rodrigues), o primeiro mestre-escola do Brasil, foi fundada em Salvador, a primeira “escola de ler e escrever”, o coleio de São Salvador, posteriormente rebatizado Colégio dos meninos de Jesus na cidade de Salvador, com “boa capela, livraria e alguns trinta cubículos. O edifício era de pedra e cal de ostra, construído pelos próprios religiosos com a ajuda dos índios.

Século XVIII
Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, dezenas de colégios, seminários e missões são fechados. Na área educacional, seus substitutos eram os padres franciscanos, beneditinos e carmelitas, além de pessoas da sociedade sem preparo para instrução. O Marquês de Pombal, ministro dos Negócios Estrangeiros e Gente de Guerra, introduz o ensino público.

Século XX
“O mundo depende dos mestres para despertar nos alunos a compreensão que pode gerar a verdadeira paz e justiça entre os homens.”

Em 1930, o Estado de São Paulo decidiu reduzir os vencimentos dos professores para poupar recursos públicos. Neste mesmo ano, nasceu o ministério dos Negócios da Educação e da Saúde Pública. Manifestações e processos na justiça se arrastaram até os anos 30. A primeira universidade do Brasil, a do Paraná, foi inaugurada em 1912. 8 anos depois, a do Rio de Janeiro, abriu suas portas. A década é marcada pelo aumento do número de escolas. Diversos Institutos de Educação, formam professores em nível superior e dão nova dimensão à carreira. Os Manifestos dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, critica as reformas sem consistências, fragmentárias e desarticuladas da educação. O que seria o 1º plano Nacional da Educação – elaborado pelo Conselho Nacional de Educação depois de uma ampla pesquisa em instituições culturais e com especialistas – tem sua promulgação adiada pela instituição do Estado Novo, em 1937. A legislação prioriza o ensino pré-vocacional e profissionalizante para classes menos favorecidas. Após a 2ª Guerra, a educação entra em crise e educadores procuram fomentar a solidariedade para a construção de um mundo melhor. Só em 1953 o curso normal passa a ter equivalência em relação aos cursos de Ensino Médio para ingresso na faculdade. A lei de Diretrizes e Bases da Educação é aprovada em 1961, descentralizando os serviços de ensino. Seu texto garante autonomia às escolas e poder ao professor para avaliar a aprendizagem. O golpe de 1964, reprime toda e qualquer manifestação crítica. Grêmios estudantis transformam-se em centros cívicos. Professores universitários e pensadores são exilados. O regime militar cria o Mobral para acabar com o analfabetismo – um estrondoso fracasso. Em 1988, a nova Constituição é uma luz de esperança. Ela obriga União e os Estados a aplicar, uma porcentagem da receita em educação. No ano seguinte, professores de São Paulo fazem uma greve para melhores salários. Outras paralisações ocorrem em 1993 e 2000. Em 1996, é promulgada a nova LDB e o MEC edita parâmetros Curriculares Nacionais. Um ano mais tarde, entra em vigor o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e da Valorização do Magistério (Fundef).

Século XXI
O Brasil torna-se o 6º país do mundo em número de alunos: mais de 54 milhões. Com a introdução do uso de computadores e da Internet no ensino, visando uma melhoria da aprendizagem de conteúdos, mudou-se a postura do educador e do aluno, tornando o uso de laboratórios de informática um hábito. Ao introduzir a informatização no ensino precisou-se que os professores fosse preparados para orientar o uso da tecnologia, para que pudessem ser construídos projetos pedagógicos onde a internet estivesse presente como uma ferramenta de ensino.

A Mancha Verde dedica com amor aos seus mestres (Aos mestre com carinho)

“Mestre,
É assim que posso te chamar
Pois você me ensinou tantas coisas,
Ajudou-me dar tantos passos.
Talvez você ache que apenas fez o básico,
Mas para mim, você fez o essencial
Para que eu pudesse dar meus passos firmes.
Você me ensinou que cada pergunta
Pode ter mais do que uma resposta
E que a resposta a escolher é aquela
Que mais nos faz bem.
Você foi mais do que um professor;
Foi um amigo, foi meu guia.
E sei que isso não é possível esquecer.
Hoje, a Mancha Verde presenteia vocês, mestres,
Com flores, carinho e respeito
Que tiveram a sabia arte de ensinar a termos nossa própria identidade....
Sabemos que seria impossível, esquecê-los.

“Dona Norma (in memoriam), Sr. Basílio (in memoriam), Sr. Chiclé (in memoriam), Hélio Bagunça (in memoriam), Mãe Creuza, Seu Nenê, Sr. Ernane, Presidente Sidnei Carrioulo e todos os professores que nos ensinam todos os dias a arte de viver:

Mestre... é aquele que caminha com o tempo, propondo paz, fazendo comunhão, despertando sabedoria.
Mestre é aquele que estende a mão, inicia o diálogo e encaminha para a aventura da vida. Não é o que ensina fórmulas, regras, raciocínios, mas o que questiona e desperta para a realidade. Não é aquele que dá de ser saber, mas aquele que faz germinar o saber do discípulo.
Mestre é você, meu professor e amigo que me compreende, me estimula, me comunica e me enriquece com sua presença, seu saber e sua ternura. Eu serei sempre um discípulo na escola da vida!

Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde “ensina” como criar identidade!


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