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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.S. VAI-VAI - CARNAVAL 1997
Enredo: Liberdade Ainda que Vai-Vai

O Grêmio Recreativo
Autor: Chico Spinoza

 

PRÓLOGO

O termômetro que mede a energia de Minas Gerais andou depressa nas últimas quatro décadas. Saiu do marasmo onde esteve metida desde que o seu ouro acabou, lá pelo fim do século XVIII e colecionou resultados marcantes em quase todos os compartimentos da sua vida material e cultural.

Enquanto a pecuária, a mineração e a siderurgia retiveram a liderança histórica, o Estado tornou-se importante no setor automotivo, ingressou na eletrônica, desenvolveu uma agricultura de grãos promissor no cerrado.

Essa passagem dinâmica tonificou lideranças, sobretudo nos últimos dez anos, impulsionou a cultura com novas gerações de escritores, cantores, atores, artistas plásticos, etc., exportando também para o resto do país, seu folclore e sua culinária. Tudo isso, restaurou o orgulho regional que andava ferido.

SÉCULO DO OURO

O fascínio do brilho do ouro e dos diamantes, levou o homem à aventurar-se pelas regiões de montanhas e minério descobertas pelos paulistas bandeirantes, regiões que viriam a ser dentro em breve o coração da capitania de Minas Gerais.

À sudeste do estado, na zona de maior concentração de riqueza mineral, está o que poderia chamar-se de "polígono do ouro e do sangue", onde instalaram-se as primeiras vilas. A principal e mais famosa foi Vila Rica, que posteriormente virou Ouro Preto.

A região foi invadida por imigrantes e aventureiros, sendo que, ninguém para cultivar as terras, apenas minerá-la. Dessa idade do ouro, as velhas cidades mineiras guardam até hoje em suas igrejas, solares e chafarizes, os vestígios do esplendor dessa época.

Ao fim da era setecentista, começou a escassear o ouro e as pedras preciosas de aluguel, levando à decadência da mineração como conseqüência, ficava impossível cumprir as exigências do fisco. A população se agitava em demonstrações de rebeldia ante as ameaças de cobrança dos impostos atrasados (derrama). No final do século XVIII, na região mineira, explode a revolta contra a dominação colonial, dando início ao período da luta pela liberdade, marcando dessa forma, as mudanças da vida política e social das Minas Gerais.

"Libertas Quae Sera Tamen" <--> "Liberdade Ainda Que Vai-Vai"

Os inconfidentes mineiros na sua maioria, são membros da elite social, mas quem se destaca no movimento, é o soldado do regimento dos dragões das Minas Gerais, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes).

Também a Igreja teve a sua participação e grande parte do ouro de Minas, foi para a benção de Deus.

A arte colonial mineira é essencialmente religiosa, toda ela expressa um anseio de transcendência, como se os homens com os pés mergulhados no barro de onde retiram ouro compreendessem a transitoriedade .

FOLIA DO DIVINO

Foi a miscigenação das raças que originou o folclore mineiro. A influência do negro foi maior e bastante diversificada, sua contribuição se fixou na vida mineira através do garimpo, da cozinha, das crenças e superstições, restabelecendo as danças, os cantos e ritos africanos. Entre tantos negros que se sobressaíram, temos Xica da Silva, famosa pela suas festas e seus cortejos.

Os costumes refletem influência européia, os quais o sangue negro e mestiço acrescentaram uma nota de originalidade e especial colorido e sabor.

A "congada", "marujada" e "cavalhadas", são manifestações folclóricas que ainda estão no espírito e o foguetório não pode faltar de jeito nenhum, desde a alvorada até o anoitecer em festa que se preze.

A culinária mineira é uma festa para os olhos e paladar. É hoje uma comida nacional que se enraizou nos costumes do brasileiro e a aguardente é um motivo de orgulho para o mineiro.

O Rio São Francisco, "Velho Chico", suas carrancas e seus boiadeiros são símbolos extremamente fortes, sempre presente na literatura e música mineira.

TEMPOS MODERNOS

A política mineira sempre formou parceria com São Paulo, a chamada política "café-com-leite", preto com branco, como as cores da nossa escola, um modo de homenagear a liberdade mineira e seus grandes representantes, como Juscelino Kubistcheck, Santos Dumond, Pelé, Grande Otelo, Guimarães Rosa, Tancredo Neves, etc.

Com a mudança da capital para Belo Horizonte, primeira cidade planificada do Brasil, o progresso e a modernidade começam a galgar degraus e nos últimos quarenta anos disparam. Com o desenvolvimento, Belo Horizonte tornou-se um poderoso centro econômico do país, possuindo o maior parque industrial do estado com grandes siderúrgicas, grandes produtores de minerais, refinarias, industrias automobilísticas e a única fábrica de helicópteros do país.

 


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