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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B.C. FLOR IMPERIAL DO GRAJAÚ - CARNAVAL 1997
Enredo: O Negro no Poder

O Grêmio Recreativo
Autora: Brandina Maria

 

Vamos filosofar sobre a glória e apogeu de uma raça que era feliz, que tinha uma cultura própria e eram constituídos politicamente de acordo com seu modo de vida.

Essa raça tinha seus reis, rainhas e príncipes, sua religião também era própria, o povo era livre.

Essa raça passa a ser perseguida e seus membros escravizados e durante séculos o povo foi massacrado, humilhado, assassinado, violentado, transportados para outros continentes sob a mira de chicotes e pulseiras de ferro acorrentado e sangrando o negro foi perdendo a sua identidade.

No Brasil surge um grito de revolta com Zumbi dos Palmares, que cria uma comunidade negra refugiada e o negro recomeça sua luta pelo poder da liberdade.

Outros líderes negros são seguidos como a rainha escrava Anastácia de olhos azuis, que mesmo proibida de falar, conduzia a comunidade negra com força e liderança.

A cultura do negro ganha novos adereços, os orixás africanos são caracterizados por santos da Igreja Católica propositalmente, onde Mamãe Oxum, vira Nossa Senhora Aparecida, Xangô passa a ser São Pedro, São Sebastião por Oxossi, entre outros aparecem os Orixás Negros poderosos como Zé Pilintra (Nego Bom), os Exus e tudo isso para que o negro, pudesse cultuar a sua religião sem ser caçado pelos senhores brancos.

Por outro lado a miscigenação começa a confundir nossos olhos, filhos de negros escravos com a comunidade dos brancos, surgindo o mulato, onde as raças começam a muito lentamente a se misturar, um forte exemplo seria o caso de Chica da Silva, a mulher negra que deixa um branco perdidamente apaixonado.

A luta contra a escravidão e posteriormente contra o racismo, passa a ser alvo comum entre os negros. Surgem os republicanos abolicionistas, entre eles o nome José do Patrocínio, torna-se destaque "o negro branco que luta e conquista a República do Brasil".

A transformação é lenta, mas gradativamente vai acontecendo.

Hoje o racismo no Brasil não é voltado para nossas caras, mas para nossas costas, porém com todos os entraves e todas as dificuldades o negro avança: nos esportes como futebol, temos Pelé, Garrincha, Amaral, etc... Na música vários destaques como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Lafon e muitos outros. Na política, Benedita da Silva, Aguinaldo Timóteo, Celso Pitta. No teatro temos, Ruth de Souza, Milton Gonçalves, Grande Otelo, Zezé Mota, e para o nosso delírio temos o Carnaval, onde tudo se torna possível de retratar e reafirmar nossas negras raízes.

 


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