Vamos filosofar sobre
a glória e apogeu de uma raça que era feliz, que
tinha uma cultura própria e eram constituídos
politicamente de acordo com seu modo de vida.
Essa raça tinha seus
reis, rainhas e príncipes, sua religião também era
própria, o povo era livre.
Essa raça passa a ser
perseguida e seus membros escravizados e durante
séculos o povo foi massacrado, humilhado,
assassinado, violentado, transportados para outros
continentes sob a mira de chicotes e pulseiras de
ferro acorrentado e sangrando o negro foi perdendo a
sua identidade.
No Brasil surge um
grito de revolta com Zumbi dos Palmares, que cria
uma comunidade negra refugiada e o negro recomeça
sua luta pelo poder da liberdade.
Outros líderes negros
são seguidos como a rainha escrava Anastácia de
olhos azuis, que mesmo proibida de falar, conduzia a
comunidade negra com força e liderança.
A cultura do negro
ganha novos adereços, os orixás africanos são
caracterizados por santos da Igreja Católica
propositalmente, onde Mamãe Oxum, vira Nossa Senhora
Aparecida, Xangô passa a ser São Pedro, São
Sebastião por Oxossi, entre outros aparecem os
Orixás Negros poderosos como Zé Pilintra (Nego Bom),
os Exus e tudo isso para que o negro, pudesse
cultuar a sua religião sem ser caçado pelos senhores
brancos.
Por outro lado a
miscigenação começa a confundir nossos olhos, filhos
de negros escravos com a comunidade dos brancos,
surgindo o mulato, onde as raças começam a muito
lentamente a se misturar, um forte exemplo seria o
caso de Chica da Silva, a mulher negra que deixa um
branco perdidamente apaixonado.
A luta contra a
escravidão e posteriormente contra o racismo, passa
a ser alvo comum entre os negros. Surgem os
republicanos abolicionistas, entre eles o nome José
do Patrocínio, torna-se destaque "o negro branco que
luta e conquista a República do Brasil".
A transformação é
lenta, mas gradativamente vai acontecendo.
Hoje o racismo no
Brasil não é voltado para nossas caras, mas para
nossas costas, porém com todos os entraves e todas
as dificuldades o negro avança: nos esportes como
futebol, temos Pelé, Garrincha, Amaral, etc... Na
música vários destaques como Gilberto Gil, Milton
Nascimento, Paulinho da Viola, Lafon e muitos
outros. Na política, Benedita da Silva, Aguinaldo
Timóteo, Celso Pitta. No teatro temos, Ruth de
Souza, Milton Gonçalves, Grande Otelo, Zezé Mota, e
para o nosso delírio temos o Carnaval, onde tudo se
torna possível de retratar e reafirmar nossas negras
raízes.