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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. INDEPENDENTES DO JARDIM MIRIAM - CARNAVAL 1995
Enredo: "Chiraue Quilombo" Jabaquara Tem Batuque

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

COMEÇOU...

... Em 1882, abolicionistas com o objetivo de abolir a mão escrava organizaram um ajuntamento de ex escravos fugitivos que também eram contra o regime escravocrata em cidades brasileiras e na província. Cerca de dez mil fugitivos se juntaram aos abolicionistas e elegeram Quintino de Lacerda, ex escravo Sergipano, livre a ser líder, de um reduto fora da cidade para dar asilo aos escravos foragidos das fazendas e dos capitães do mato que era pagos pelos senhores donos dos engenhos para capturar escravos fugitivos.

NASCE O QUILOMBO

Era um lugar, ainda em estado primitivo coberto de matas e cortados por riachos que de reduto de Quintino Lacerda passou a chamar Quilombo do Jabaquara. Por encanto nascia na pitoresca cidade dos escravos o comércio de produtos plantados, cultivados e criados pelos escravos para a troca e venda da liberdade dos seus irmãos e familiares. Casas construídas de madeira, choças de palha e zinco ou folhas de bananeira a cidade passou a ser o sistema protetor para escravos que se integravam nas atividades agrícolas e produtivas, se transformou em atividade agrícolas e comunidade de abolicionistas e quilombolas.

LIBERDADE NAS VEIAS

Com o sangue livre nas veias, os quilombolas formavam a industria cafeeira e o movimento dos escravos tomava a liderança pressionando o sinhozinho a pagar a mão de obra imigrante.

Com a rebelião de 13 de maio, escravos de outros Quilombos aderiam ao movimento, mas pelo fato de ser um quilombo militante com forças não escravas, sua dinâmica e progresso de desenvolvimento se tornou mais fácil para os ex escravos que agora eram livres com a abolição da escravatura.

ALMA BRASILEIRA

Além de ser alicerce econômico o negro contribuiu para a formação social com criatividade se desenhou culturalmente.

Musicalidade com o negro veio da África.

O paladar característico brasileiro.

A religiosidade cultuou seus Orixás associando aos Santos Católicos, mas não se esquecendo da importância do Axé.

PERSONALIDADE NEGRA

A Mãe Preta, referenciou respeito, bondade, experiência de quem sofreu.

Os minas escravos altivos, conhecedores de requintes se tornou espelho pela maneira de se portar e se vestir.

Crioulo Rei muitos reis e rainha também foram escravizadas, foram tirados do seio da África.

Guerreiro negro de armas nas mãos, jogo nas pernas e no corpo se defendiam das maldades.

Capitães do Mato Negro muitas vezes de aliado aos Senhor perseguia escravos que fugiam para os Quilombos.

O cafeeiro Negro, Quilombo tornou-se a fonte de lucro pós a escravidão e trouxe ouro para o Brasil. Pelo fato de cativo negro ser profundo conhecedor da terra.

BATUQUE

Ao calor da fogueira e ao sabor do quentão no Quilombo do Jabaquara, Negro dançava com trajes criativos ao som dos tambores a dança selvagem ao som de tambores e das latas, esqueciam a senzala, resgatando as origens e raízes. O negro garbosamente se sentia livre a cada movimento, a cada grito do seu canto.

CHIRAUÉ CHIRAUÉ

Chiraué é um grito de vitória na boca do quilombola, conta as luas, sabe onde nasce o sol, costume lá da África dentro dos mistérios e costumes. Adivinha tempestade, e reflete samba... samba... Chiraué tem asas nos pés e o grito Quilombo. Jabaquara Quilombo Chiraué tudo que expressa alegria no Quilombo é a luta vencida e o grito feliz.

JABAQUARA ONTEM E HOJE

De ontem nós sabemos, o cativo, o escravo, transformou a expansão e o cultivo do café em liberdade que com as novas leis a mão de obra negra passou a ser assalariada. O Quilombo adormeceu o negro acordou então para uma nova vida social para ser livre e ter sues direitos então.

Do hoje Jabaquara levanta o passado para dizer que aqui é carnaval e o grande Quilombo grita: Chiraué.

Jabaquara hoje é festa, as escolas de samba não negam, os blocos de carnaval, os grupos de pagode, cada um representando o seu papel em tão grande Quilombo.

Aqui mora o sítio da ressaca onde hoje faz parte de acervo cultural.

O acervo da memória e do viver afro-brasileiro guarda e preserva as raízes negras e nada ficou tão longínquo, nem o tempo, nem o vento.

... E foi assim que tudo começou... Na Zona Sul.

 


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